terça-feira, janeiro 19, 2016

Governo revisará contratos e prepara 'CALOTE' a fornecedores.

Com o Estado quebrado só resta o calote... Alegando dificuldades financeiras para honrar compromissos, o governo do Estado criou uma Câmara de Conciliação que pretende revisar não apenas todas as licitações e contratos vigentes, mas também as dívidas com fornecedores. O ato assinado pelo governador Ricardo Coutinho (PSB) foi publicado ontem no Diário Oficial e estima alcançar uma redução mínima de 15% sobre os valores contratados, inclusive já empenhados e não pagos pelo governo. Fornecedores que já prestaram serviço classificaram o ato de calote. O procurador-geral do Estado, Gilberto Carneiro, nega, alegando que o governo sempre pagou e vai continuar pagando. Nos próximos 30 dias, serão reavaliados pelo órgão da Administração Direta, Autárquica e Fundacional as licitações em curso para compras e contratações de bens e serviços, bem como os instrumentos contratuais em vigor, com valores superiores a R$ 300 mil (valor global anual), mas todos devem passar por revisão. De acordo com o ato governamental, serão analisadas a viabilidade de adiamento das compras ou das contratações, objeto das licitações em curso; aditamento dos atuais compromissos, prevendo entrega e pagamento parcelados; e rescisão ou não prorrogação de contratos vigentes, inclusive os valores devidos em razão de serviços e aquisições já realizadas. A Câmara de Conciliação e Instrução será composta por um representante da Procura- doria Geral do Estado, um da Controladoria Geral do Estado, um da Secretaria de Estado da Administração, um da Chefia de Gabinete do governador, e um da Secretaria de Planejamento, Orçamento, Gestão e Finanças, indicados pelo governador. 

ECONOMIA 
Para garantir a redução mínima de 15%, os preços cotados e contratados serão com- parados àqueles praticados no mercado para o mesmo bem ou serviço, podendo ser utilizado também para efeito de comparação os preços de referência registrados nos sistemas de compras dos governos federal, estadual e municipal. Estarão incluídos na revisão todos contratos, carta contrato, notas de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço, ainda que não formalizados. No ato, o governo alega que a reavaliação das licitações, dos contratos e das dívidas com fornecedores será feita seguindo critérios de viabilidade, conveniência e oportunidade, tendo como premissa o interesse público direcionado à contenção e redução de despesas. Este princípio, inclusive, é o que deve nortear o governo a revogar ou aditar os contratos quando estes objetivos não forem alcançados mediante acordo entre as partes. A Câmara de Conciliação e Instrução deverá emitir parecer circunstanciado a ser submetido aos titulares das secretarias e órgãos interessados, para fins de deliberação acerca da continuidade das licitações em curso e dos contratos em vigor. O grupo deve elaborar relatórios mensais do trabalho, que de- vem ser encaminhados até o dia 5 de cada mês ao governa- dor com as informações consolidadas para divulgação dos resultados alcançados.

O governador Ricardo Coutinho vetou 18 emendas à Lei Orçamentária Anual (LOA) deste ano. A decisão foi publicada na edição de ontem do Diário Oficial do Estado. Das 18 alterações propostas pelos deputados, sete remanejavam recursos da Companhia Docas da Paraíba para outras áreas do governo, como Polícia Militar, Emater, Emepa e secretarias da Educação e de Recursos Hídricos. Os vetos agora voltam para a Assembleia Legislativa do Estado para apreciação dos deputados no Plenário da Casa. A derrubada exige quorum qualificado, ou seja, o voto de pelo meno 22 parlamentares. Das oito emendas de remanejamento barradas pelo governador, sete (331 a 337) re- tiravam recursos da Docas. De acordo com o governo, os re- cursos indicados são oriundos de convênios com o governo federal com finalidade específica para investimentos pre- vistos na Docas, “não podendo ser desviados para outras finalidades por mais meritória que seja, sob pena de rejeição pelo Tribunal de Contas da União”. A oitava emenda vetada foi a 307, que previa o remanejamento de recursos do Funcep (Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza no Estado da Paraíba) para a Emepa. O governo ainda vetou uma emenda de apropriação (137) e oito emendas de metas (116, 89, 274, 176, 120, 124, 175, 272 e 58). No primeiro caso, no qual o recurso é retirado da reserva de contingência, o autor propôs a inclusão no orçamento da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) de uma ação específica para construção e instalação de uma sede na cidade de Pombal. O veto foi justificado por não constar no Plano Plurianual 2016-2019. Já as emendas de metas, que entram no orçamento como sugestões, foram vetadas por motivos diversos, entre eles, porque a demanda já havia sido acatada em outras emendas propostas pelos deputados. É o caso das emendas 89, 116 e 274, que previam, respectivamente, a construção de um Instituto de Medicina Legal em Cajazeiras; a recuperação e perfuração de poço nas cidades de Boqueirão, Manaíra e Princesa Isabel; e o apoio à infraestrutura turística do Caminhos do Frio com a inclusão de Campina Grande.