Reajuste de salário e 13º na Câmara de Campina Grande vai custar R$ 4,6 milhões ao ano...
O reajuste de 26% no salário e a implantação do 13º para os 23 vereadores de Campina Grande, aprovado nesta quarta-feira (14), vai custar R$ 4.640.298,00 ao Parlamento Municipal. Serão R$ 4.283.352,00 para pagamentos salariais mais R$ 356.946,00 de abono natalino. O aumento anual na folha de pagamento da Casa Félix Araújo, somente com os legisladores, será de R$ 1.225.170,00, já quem em 2016 - sem o 13º - o custo está sendo de R$ 3.415.128,00. Será um acréscimo nas despesas de R$ 72.352,00 mensalmente. Atualmente, o valor mensal pago aos vereadores é de R$ 284.594,40, agora essa despesa será de R$ 356.946,00.
Os parlamentares ganhavam R$ 12.024,00 e passarão a ganhar, a partir de 2017, R$ 15.193,20, um aumento de R$ 3.193,20. O presidente da Câmara, por sua vez, passará de um salário de R$ 18 mil para R$ 22,7 mil, um reajuste de R$ 4,7 mil.
Esse aumento salarial escancara de vez a falta de preocupação da maioria dos vereadores campinenses com a população que enfrenta a pior crise hídrica de sua história e que não vê perspectiva de solução para a problemática, porque os recursos voltados para o enfrentamento da estiagem são escassos.
Para se ter uma ideia, em um cálculo normal, colocando a perfuração de um poço artesiano simples no valor de R$ 5 mil, o R$ 1,2 milhão a mais que serão gastos para o pagamento dos honorários dos parlamentares em 2017 daria para perfurar 245 poços na cidade. No entanto, se tomarmos por base uma licitação que selecionaria uma empresa com valor menor para essa perfuração e poderia cobrar R$ 3 mil em cada poço, aí esse número subiria para 408 e daria para amenizar a sede dos moradores de Campina Grande.
Aumento vai parar na justiça
O vereador Napoleão Maracajá não concordou com o aumento e disse que recorrerá a justiça contra o reajuste e a implantação do 13º salário. Maracajá disse que “hoje a Câmara Municipal de Campina Grande propiciou mais um desrespeito ao povo, de forma extremamente covarde, além de darem um aumento de 26% no salário dos vereadores, criaram um 13º, algo que na nossa avaliação é ilegal, porque cargo eletivo não deve ter 13º. É importantíssimo que a imprensa divulgue os nomes dos 14 vereadores que votaram a favor, já que certamente alguns deles não terão coragem.
O parlamentar falou que houve uma manobra para a aprovação dessas matérias. “Na sessão da última terça-feira, ficou acordado que essa pauta seria votada no próximo dia 21 de dezembro, isso foi dito ontem (terça) na presença da imprensa e de vários cidadãos de Campina Grande, mas de forma que surpreendeu até o mais otimista em relação a Câmara, os projetos foram colocados para votação hoje (quarta) e rapidamente aprovado. Lamentamos que isso tenha acontecido, pela forma e pelo conteúdo, num momento de crise que a gente está vivendo, servidores com salários atrasados, sendo demitidos, trabalhadores desempregados e a Câmara dá um aumento de quase 30% e ainda por cima cria um 13º”, enfatizou o parlamentar.
Os vereadores de Campina Grande aprovaram na manhã desta quarta-feira (14) um reajuste de 26% e implantação de 13º salário para os vereadores, prefeito, vice-prefeito, secretários e secretários adjuntos da cidade. Com a mudança, os salários dos vereadores sobem de R$ 12.025,00 para R$ 15.193,00 e o futuro presidente da Casa passa a ganhar R$ 22.700,00, mesmo salário do prefeito.
No ano passado, Romero Rodrigues determinou a redução de 40% do próprio salário e do vice, caindo dos atuais R$ 20 mil para R$ 12 mil. Com a decisão dos vereadores, o tucano confirmou que pretende manter o corte, ventando o reajuste dele e do vice. A determinação, contudo, não atinge os parlamentares, que terão o projeto sancionado.
Em relação ao 13º, todo devem receber o benefício de forma proporcional ao tempo em que estiverem no cargo, em cada ano, tendo como base de cálculo o salário já reajustado. O projeto foi apresentado pela Mesa Diretora da CMCG, que tem como presidente o vereador Pimentel Filho (PSD).
