domingo, janeiro 29, 2017

Gestor diz que sem roubos prefeituras teriam dinheiro sobrando na PB.

“Se não levar (dinheiro público) para casa, dá para fazer muitas coisas e ainda sobra”. A declaração foi dada pelo prefeito de São Bento, Jarques Lúcio (DEM), em visita à redação do Correio, na semana passada. 

Sem muito rodeio, Jarques foi direto ao assunto. Disse que herdou uma dívida de R$ 80 milhões, deixada pelo ex-prefeito. Pior: segundo ele, o antecessor limpou duas contas de convênios federais, onde estavam depositados R$ 1,6 milhão. A primeira conta, conforme o prefeito, tinha R$ 1,2 milhão em recursos federais destinados ao término das obras de um hospital iniciado em 2001, pelo governo do Estado, mas que hoje está sob a responsabilidade da Prefeitura. 

 “O dinheiro (do hospital) estava embargado. Ninguém poderia mexer nele. Mas, na segunda-feira, dia 2 de janeiro, fiquei surpreso quando fui ao Banco do Brasil de São Bento consultar nas contas da Prefeitura Municipal. Na conta embargada só havia R$ 200. Passaram a mão no dinheiro do convênio”, disse Jarques. 

Em outra conta, segundo ele, deveria estar a importância de R$ 400 mil. O dinheiro, fruto de um convênio com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), seria destinado à construção de casas de alvenaria, em substituição a casas de taipa, com a finalidade de combater o barbeiro, inseto transmissor da doença de Chagas. 

O prefeito de São Bento, reforçando que nenhuma casa foi constrída. Ele disse que comunicou o sumiço do dinheiro ao juiz da Comarca e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). Ele contou que também pediu audiências ao Ministério Público Federal (MPF) e à Controladoria Geral da União (CGU) e Tribunal de Contas da União (TCU) para formalizar denúncias sobre o desaparecimento dos recursos federais que deveriam ser aplicados na conclusão do hospital e na construção de casas. 

Segundo ele, não se justifica o caos administrativo deixado pelo ex-prefeito. Para o prefeito, “a população não merece o presente de grego deixado”. Ele disse que terá dificuldades, mas que ele vai trabalhar quatro anos para resolver todos os problemas herdados. Jornal Correio.