O juiz Aluísio Bezerra, durante audiência
de custódia realizada na noite desta quarta-feira (5), decretou prisão
preventiva do prefeito de Bayeux, Berg Lima (Podemos), detido suspeito
de cometer suposta corrupção ativa. Foi determinado também o afastamento
do gestor das funções na Prefeitura Municipal de Bayeux, que ficará sob
responsabilidade do vice-prefeito Luiz Antônio (PSDB) e ainda busca e
apreensão na Prefeitura e na residência do gestor. Berg ficará detido no
5º Batalhão da Polícia Militar.
“Na hipótese em tela, estão plenamente
preenchidos os pressupostos da prisão preventiva. De fato, tanto a
materialidade dos crimes imputados ao investigado, quanto a sua autoria
exsurgem no contexto investigativo em epígrafe, notadamente, em razão da
existência de uma verdadeira atuação criminosa praticada por agente
público (prefeito) exigindo para si, diretamente, no exercício de sua
função, vantagem indevida, no Município de Bayeux”, destacou Octávio
Celso Gondim, promotor de Justiça e membro do Gaeco na medida cautelar
penal apresentada pelo Ministério Público e apreciada pelo juiz Aluísio
Bezerra.
Sobre a determinação da busca e
apreensão, a Medida Caltelar diz que “em razão da eclosão das
investigações e tendo conhecimento do mentor do esquema, necessário e
imprescindível se faz a busca e apreensão, nos endereços consignados no
pedido final, em harmonia com todo o escorço fático e probatório até
então desenvolvido, a fim de colher maiores elementos de prova em razão
do investigado e de outros componentes do esquema criminoso que podem
ser percebidos na prospecção investigativa”.
Segundo denúncia, Berg estaria
extorquindo fornecedores, cobrando metade do dinheiro que a prefeitura
devia a eles, referente à gestão passada, para então liberar pagamentos.
A prisão aconteceu por meio de operação realizada pelo Grupo de Atuação
Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Civil,
através da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) da Capital.
De acordo com o delegado Lucas Sá,
titular da DDF e responsável pela prisão do prefeito, Berg ficará à
disposição da Justiça no Centro de Ensino da Polícia Militar, no bairro
de Mangabeira, na Zona Sul da Capital.
Cassação
O presidente da Câmara Municipal de
Bayeux, Mauri Batista, deve convocar uma sessão extraordinária para
tratar sobre um possível afastamento do prefeito. A sessão será em
caráter extraordinário porque a Casa está em recesso parlamentar.
De acordo com o procurador da Câmara,
Aércio Farias, as providências estão sendo adotadas para a realização da
sessão. “Estamos tomando conhecimento das denúncias para informar aos
vereadores. Diante das explicações da Justiça e do prefeito, os
parlamentares tomarão uma decisão”, disse.
Outro lado
A Secretaria de Comunicação da Prefeitura
de Bayeux divulgou uma nota em que afirma que “o prefeito de Bayeux,
Berg Lima, foi vítima de uma armação política que se utilizou de um
empresário inescrupuloso para tentar destruir um mandato obtido por meio
da maior votação da história do município.
Segundo a nota, o prefeito confia na
Justiça e irá esclarecer os fatos, provando que não praticou qualquer
ato ilegal contra o povo e a cidade.
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VEJA VÍDEO: O prefeito de Bayeux, Berg Lima (Podemos), foi preso no início da
tarde desta quarta-feira (5). Uma operação realizada por Grupo de
Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e Polícia
Civil flagrou o momento em que ele recebia dinheiro de um fornecedor. De
acordo com informações preliminares, o gestor vinha extorquindo
empresários que fornecem produtos à prefeitura. O coordenador do Gaeco,
Octávio Paulo Neto, explicou que o próprio empresário denunciou as
pressões feitas pelo gestor. O dinheiro foi escaneado e o recebimento do
dinheiro filmado. A polícia e o Ministério Público acompanharam toda a
operação e fizeram a prisão em flagrante.
De acordo com
informações do Ministério Público da Paraíba, o prefeito da cidade
metropolitana vinha cobrando contrapartida dos fornecedores. Segundo o
relato dos empresários, o poder público municipal fazia o empenho para o
pagamento, mas ele só era concretizado se o prefeito recebesse um
percentual previamente acertado. O gestor, após o flagrante, foi levado
diretamente para o Gaeco. De lá, após ser ouvido, vai vai ser levado
para a Câmara Criminal. Este é o primeiro mandato eletivo de Berg Lima.