Dezenas de prisões em flagrante como a do
prefeito Berg Lima, de Bayeux, poderiam ser feitas diariamente na
Paraíba. Bastaria o Ministério Público ter gente suficiente para
investigar ou, então, mais empresários chantageados filmando político
cobrando ou recebendo propina.
Somente assim estancaria um pouco o
propinoduto que bombeia dinheiro desviado dos cofres do Estado e de
municípios para o bolso de corruptos e corruptores. Lamentavelmente,
contudo, muitos desses bandidos andam por aí – livres, leves e soltos –
ostentando impunidade e fortuna.
Nessa linha, desse modelo, tem muito
bacana que ocupa cargo público – eletivo ou de confiança – que lhe
ajudou a acumular inexplicável patrimônio. O enriquecimento ilícito é
evidente e se manifesta de formas diversas. Na aquisição de mansões, de
carrões, jóias, viagens frequentes à Europa, à América do Norte…
É o caso, por exemplo, daquele secretário
de um dos mais importantes municípios da Paraíba, talvez o mais
importante. De modesto assessor parlamentar, logo no primeiro mandato
executivo do chefe o homem transformou-se no feliz proprietário de uma
das mais belas datchas de exclusivo condomínio serrano no interior do
Estado.
“Também, cobrando bola de R$ 50 mil pra
liberar licença de construção de grande porte”, queixou-se certa vez a
este blogueiro um empreiteiro da terra interessado em denunciar o
esquema que ele garantia existir em determinada prefeitura. “Faça o
seguinte: grave, filme e me traga que eu publico”, sugeri.
Ficou de fazer. Todavia, depois daquela
conversa, nunca mais tocou no assunto e passou a me evitar nos lugares
em que habitualmente nos encontrávamos. Deve ter se acertado, desconfio.
Por essas e outras, evidente que uma casa
de padrões hollywoodianos não dá pra ser comprada nem construída com
salário de secretário de prefeitura ou de estado ou mesmo de ministro.
Se o exercente do cargo não for, lógico, herdeiro de bens milionários ou
solitário acertador de Mega acumulada.
Da mesma forma, é no mínimo difícil
acreditar que essas mesmas figuras, apenas com os proventos da função,
possam comprar à vista SUVs de até R$ 500 mil com que vez por outra
comparecem a sofisticados regabofes que ricos de nascença costumam
oferecer aos poderosos novos ricos da província.
E não é complicado identificá-los.
Indesmentíveis sinais exteriores de riqueza entregam. Contra eles,
contudo, nada pode fazer o cidadão de bem, além de tudo obrigado a ouvir
de algum meliante que quando um deles é pego é porque “não soube fazer a
coisa direito”, é “amador”. Ou foi tão ganancioso que sequer um Rocha
Loures escalou para pegar a mala. blog do Rubão