Acabou a encenação.
Na primeira ocasião em que o governador José Maranhão (PMDB) e o governador eleito Ricardo Coutinho (PSB) se depararam, frente a frente, com o processo de transição a realidade veio à tona.
Não estamos preparados para um gesto de grandeza em favor do Estado.
Não foi dessa vez, nem será, que a Paraíba viverá um momento de transição de democrática. Talvez em 3011. Não agora. Por uma questão de concepção, segundo atestou muito bem Walter Aguiar, um dos membros da transição de Ricardo.
“Não queremos simplesmente dados. Queremos pactuar com o atual governo medidas que tem impacto direto a partir do dia 1º de janeiro. Ou seja, uma transição de gestão, porque dados por dados o TCE e os portais da transparência já disponibilizam”, disse.
Eis o nó. Para Maranhão, isso significa “governar antes do tempo”. E ele tem consciência, em que pese isso doer-lhe à alma, que governará até ( e apenas) o dia 31 de dezembro.
Por isso, não admite discutir com o próximo governador da Paraíba nada que o faça mexer nas ações destes últimos 45 dias. Por exemplo, não quer discutir a impropriedade de inaugurar um hospital como o de Trauma de Campina Grande, do impacto de reajustes para servidor.
Nem, como foi citado, medidas para combater a Dengue, cujo Ministério da Saúde já sinalizou para acentuação do foco na Paraíba a partir de janeiro.
Maranhão deixou claro que o governador é ele até o final do mandato. E isso tira de Ricardo Coutinho qualquer possibilidade de diálogo para montar um terreno seguro ao assumir no dia 1º de janeiro.
Alguém vai dizer que Maranhão tem razão. Não acho. Teria apenas se a Paraíba fosse acabar no dia 31 de dezembro de 2010. Coisa que não esperamos que aconteça. E teria razão ainda desde que as ações que está tomando agora fossem tomadas mesmo se ele viesse a permanecer no governo a partir do dia 1º de janeiro de 2011.