A caneta tem pesado na operação
desencadeada pelo presidente Michel Temer (PMDB) para evitar a
admissibilidade da investigação contra ele. O tema será votado pelo
plenário da Câmara dos Deputados no dia 2 de agosto. Para não ter o
processo tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF), basta o apoio de
172 parlamentares, ou seja, um terço do total. As denúncias indicam a
liberação de quase R$ 2 bilhões em emendas pelo Planalto para
parlamentares aliados. Isso pode ser visto na Paraíba. Dos 15
parlamentares (três senadores e 12 deputados), pelo menos treze tiveram
emendas empenhadas. O montante prometido para a Paraíba é superior a R$
39 milhões.
E não falta bondade com os parlamentares
simpáticos ao presidente. O senador Raimundo Lira (PMDB), que
recentemente aceitou o comando do PMDB no Senado, teve empenhados R$ 5,4
milhões. Ele passou, com isso, a ser o mais agraciado com emendas da
Paraíba. Mas não era assim antes. Afinal,
das emendas já pagas, ele teve apenas R$ 3,4 milhões. Entre os
senadores, o senador José Maranhão (PMDB) também teve bom desempenho no
“feirão”. Ele teve empenhados R$ 3,5 milhões. Para se analisar o outro
lado da moeda, basta ver a situação do também senador Cássio Cunha Lima
(PSDB). O tucano se posicionou contra a continuidade de Michel Temer no
poder. E qual foi o resultado disso? Zero de suas emendas aprovadas.
Agora vamos ao que mais interessa: o caso
dos deputados que podem livrar a cara do presidente. Basta olhar a
situação dos peemedebistas, a turma do mesmo partido de Temer. Hugo
Motta e André Amaral se posicionam a favor da improcedência da ação
contra o gestor. O primeiro teve R$ 5 milhões empenhados e o segundo R$
3,3 milhões. O deputado Veneziano Vital do Rêgo, também filiado ao PMDB,
teve zero de emendas. Tudo por que ele anunciou que vai votar pela
procedência da ação. Ou seja, vai se posicionar contra o gestor e vinha
fazendo isso em outras votações. A regra vale para todos os partidos. Se
for simpático ao governo, sua vida está feita. Se for contrário…
O líder do governo na Câmara dos
Deputados, Aguinaldo Ribeiro (PP), teve empenhados R$ 4,7 milhões em
emendas. Rômulo Gouveia (PSD) teve prometidos a ele R$ 4,8 milhões.
Damião Feliciano (PDT), o mesmo que se posicionou várias vezes contra o
presidente, manteve discrição nos últimos dias e, com isso, teve
assegurados R$ 5 milhões. Wilson Filho (PTB), que se reuniu com Michel
Temer recentemente e não revelou como pretende votar, recebeu a promessa
de liberação de R$ 4,7 milhões. O líder do DEM, Efraim Filho, teve
empenhados R$ 4,5 milhões. Do lado menos verde do campo, o
oposicionista, além de Veneziano e Cássio, Luiz Couto (PT) aparece com
apenas R$ 1 mil empenhado.
Com informações de Angélica Nunes, do jornaldaparaiba.com.br