A quadrilha suspeita de explodir um carro-forte na manhã dessa segunda-feira (7),
em Pedras de Fogo, tinha à sua disposição armamentos de grosso calibre.
Segundo apuração do Jornal CORREIO, entre as armas apreendidas após a prisão do grupo estava uma metralhadora calibre 50.
O equipamento é considerado uma das mais poderosas armas fabricadas
até hoje, tendo sido fundamental nas Guerras Mundiais. Nesses grandes
conflitos históricos, a metralhadora calibre 50 foi usada na defesa
antiaérea e também em ambientes terrestres e naval. A potência desse
tipo de metralhadora permite que chapas de aço e blindagem de veículos
sejam perfuradas.
Mesmo com tanto poder de fogo em mãos, os suspeitos acabaram se
entregando à polícia após negociação com equipes do Batalhão de
Operações Especiais (Bope). Eram cerca de 28 policiais contra apenas
quatro suspeitos. A casa em que o bando estava escondido teve partes
parcialmente destruídas pelos tiros disparados pela polícia.
Para evitar novos confrontos, os policiais do Bope ordenaram que os
bandidos saíssem e se entregassem. Para isso, os homens exigiram a
presença de dois advogados e da mulher de um deles, que estava em um
local próximo. O pedido foi atendido e, após a rendição, os policiais
fizeram uma varredura na casa, encontrando os armamentos pesados e muita
munição.
Após a prisão, os suspeitos foram levadas para a sede do Grupo de
Operações Especiais (GOE), onde seguiam até a publicação desta matéria. À
tarde, eles serão levados para a Central de Polícia Civil, que os
encaminhará à audiência de custódia.
O ataque
O carro-forte foi explodido na manhã desta segunda-feira (6) em
trecho da BR-230 no município de Pedras de Fogo, em área próxima a
canaviais. Este foi o sétimo ataque desse tipo registrado somente em
2018 na Paraíba. Mas, diferente das outras vezes, dessa vez a situação
não terminou bem para os criminosos. O carro-forte escolhido não levava
nenhum dinheiro e todos os envolvidos acabaram presos.
Perseguição
Logo após o ataque, a Polícia Militar recebeu informações de que os
bandidos teriam fugido em direção à cidade de Lucena. No caminho,
atearam fogo em um veículo Volkswagem Touareg, utilizado na abordagem ao
carro-forte. Do ponto onde esse carro foi deixado, o bando fugiu em uma
picape Strada. Porém, quilômetros adiante, um dos pneus desse veículo
estourou e os bandidos tomaram outra picape Strada por assalto, na qual
conseguiram chegar à granja que servia de base para o bando.
Essas trocas de veículo colocaram a polícia na rota da quadrilha,
porque a última picape usada pelos assaltantes era equipada com
rastreador e o sinal do equipamento mostrou a localização exata de onde
estavam. Os policiais do Bope chegaram ao esconderijo dos assaltantes,
onde foram recebidos a bala. Após várias trocas de tiro, os policiais
conseguiram cercar a casa, sem que os bandidos conseguissem fugir. Os
quatro acusados ficaram encurralados dentro de casa.
Feridos
Os tiros disparados para forçar a parada do carro forte atingiram
dois vigilantes, que foram socorridos pela ambulância do Resgate da
Polícia Rodoviária Federal. No final da tarde, o Hospital de Trauma
informou que um dos vigilantes, de 27 anos de idade, recebeu atendimento
médico e estava em situação regular. O hospital não detalhou a
gravidade do ferimento. O outro vigilante, de 25 anos de idade, foi
atendido e recebeu alta médica, por volta das 15h.
Durante a troca de tiros com os bandidos, um militar identificado por
Cabo Menezes, do Bope, foi ferido com um tiro de raspão na mão. Segundo
o major Ferreira, por não ser um ferimento grave, o militar não
precisou ser socorrido e continuou na operação para prender os
assaltantes.
* Com Ainoã Geminiano, do Jornal CORREIO.