sexta-feira, novembro 09, 2018

Manoel Junior é investigado em mais uma fase da Lava Jato.


A Comissão responsável por avaliar na Câmara Federal a Medida Provisória nº 653/2014, cujas possíveis irregularidades motivaram a Operação Capitu, desdobramento da Lava Jato na Paraíba e mais quatro estados, teve como relator o vice-prefeito de João Pessoa e ex-deputado federal Manoel Junior (MDB).

Na manhã desta sexta-feira (9), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em um apartamento que seria de Manoel Junior, situado no bairro Altiplano, na Capital. Malotes foram recolhidos e levados para a sede da instituição, em Cabedelo, na região metropolitana.

O Portal Correio tentou contato com Manoel Junior, mas o celular dele estava desligado. A assessoria do vice-prefeito também não atendeu às ligações.

Depoimentos de doleiro instigou apurações As investigações tomam como base a delação premiada de Lúcio Bolonha Funaro, que apontaram supostos pagamentos de propina a servidores públicos e agentes políticos com atuação direta ou indireta no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em 2014 e 2015. O principal alvo da Operação Capitu é o vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade (MDB), que na época era o responsável pela pasta, no governo Dilma Rousseff (PT).

A Polícia Federal divulgou que as propinas tinham como objetivo favorecer interesses de empresários de um grande grupo empresarial do ramo de processamento de proteína animal. “O grupo empresarial teria pago dois milhões de reais pela regulamentação da exportação de despojos e cinco milhões pela proibição do uso da ivermectina de longa duração. Um deputado federal da Paraíba à época dos fatos teria recebido 50 mil reais do grupo como contrapartida, em decorrência da tentativa de promover a federalização das inspeções sanitárias de frigoríficos por meio de uma emenda, cujo objeto tinha natureza totalmente diversa do escopo da Medida Provisória nº 653/2014 na qual foi inserida”, diz a nota oficial da polícia.

O site do Congresso Nacional mostra que Manoel Junior dividiu com o também, na época, deputado federal Eduardo Cunha (MDB-RJ) a relatoria da Comissão Mista que avaliava esta Medida Provisória na Câmara Federal. Nas declarações de bens feitas por Manoel Junior em 2016, quando ele concorreu ao cargo de vice-prefeito, consta um apartamento no Edifício Fontana di Mare, mesmo residencial onde a Polícia Federal cumpriu mandados judiciais na manhã desta sexta.