Por
ser rica em biodiversidade, a segunda maior bacia do Estado da Paraíba, o
Rio Paraíba, carrega diversos atrativos turísticos, inclusive
ecológicos. Na Região Metropolitana de João Pessoa, por exemplo, é
possível visitar áreas margeadas pelo rio como a Fortaleza da Santa
Catarina, a Ilha da Restinga, o Forte Velho e a praia de Jacaré, sendo
esta última para a visitação no final da tarde, para contemplação do Pôr
do Sol. No entanto, também é possível fazer trilhas ecológicas, mas de
forma sustentável.
De acordo com o professor doutor em Ecologia e Recursos Naturais José Etham de Lucena Barbosa, essa bacia gera 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado resultantes das atividades econômicas. O turismo e a gastronomia são assuntos da reportagem da série “Paraíba, o rio” - que faz parte do novo projeto da Fundação Solidariedade, braço social do Sistema CORREIO, que busca o desenvolvimento sustentável das comunidades instaladas às margens do estuário do Rio Paraíba.
Entre os municípios de Cabedelo e de Santa Rita é possível visitar a Ilha da Restinga que tem 530 hectares de terreno plano. Ela fica a pouco mais de 1 km de distância do Oceano Atlântico, da foz do Rio Paraíba e do Porto de Cabedelo.
A Ilha se formou por conta do acúmulo de solo trazido pelo rio. Por este motivo, há uma riqueza geológica e a presença de diversos tipos de ecossistemas como mangue, estuário, resquícios de Mata Atlântica, lagoas e mata de restinga. Registros históricos apontam que este local existe desde o século XVI. Em 1579, a pedido do governador da capitania de Pernambuco, sob ordem do rei, foi construído um fortim de madeira na Ilha da Restinga considerada lugar estratégico para defesa da Paraíba, por estar localizada na foz do Rio Paraíba. Essa ação deu origem à ocupação e fundação, em 1585, da capitania da Paraíba, cujo território fazia parte, anteriormente, da capitania de Pernambuco.
A ilha é predominantemente ladeada por manguezais e coberta de resquícios de mata atlântica de restinga e contém pastagens com arbustos.
Já na área central de Cabedelo, porém localizada à margem direita do Rio Paraíba e ao lado do Porto de Cabedelo, encontra-se a Fortaleza de Santa Catarina. O monumento, assim como sua história e crendices, é sinônimo de resistência, força, arte e cultura popular para o povo da cidade. Composto por um conjunto arquitetônico com 20 compartimentos composto pela capela dedicada à Santa Catarina de Alexandria, a Casa da Pólvora, a Casa do Capitão-mor, duas prisões, oito alojamentos de soldados, quatro alojamentos de oficiais, um paiol, um poço de água doce e dois túneis.
O local é todo cercado por paredões gigantescos adornados com canhões. A Fortaleza é considerada por muitos estudiosos e historiadores, em tamanho e em história, como a mais importante do Nordeste.
Em Santa Rita, do lado Oeste da Ilha da Restinga, na desembocadura do Rio Paraíba, encontra-se o distrito de Forte Velho, que também é uma área bastante requisitada pelo turismo da Região Metropolitana da Capital. Lá é possível encontrar bares, restaurantes e pousadas em frente ao Rio Paraíba. Nesse local é possível encontrar as comidas típicas do Estado e da área como caranguejo, mariscos e peixes.
O Forte é considerado uma das mais antigas povoações do Estado da Paraíba. A economia local se divide entre a pesca, a agricultura e o turismo.
Segundo o professor da pós-graduação em Ecologia e Conservação da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), o doutor em Ecologia e Recursos Naturais José Etham de Lucena Barbosa, o Rio Paraíba tem uma grande importância no Estado. Embora não seja navegável, a colonização da capitania hereditária, hoje a Capital paraibana, ocorreu por meio dele. “É de uma importância histórica. Tem uma paisagem enorme. São 20 mil km² que se estende da Serra da Jabitacá, com suas nascentes lá no município de Monteiro, percorrendo 400 km até o seu deságue na foz no complexo estuarino Cabedelo, Lucena, Santa Rita, Bayeux e João Pessoa até o seu deságue no mar”, comentou.
A TV Correio e a Fundação Solidariedade produziram uma série de matérias sobre o Rio Paraíba e seu estuário. O CORREIO e o Portal estão produzindo textos exclusivos sobre o tema.
Municípios
Baixo Paraíba - Cabedelo, Bayeux, Santa Rita, Cruz do Espírito Santo, São Miguel de Taipú e Pilar.
Médio Paraíba - Barra de Santana, Gado Bravo, Umbuzeiro, Aroeiras, Natuba, Salgado de São Félix, Mogeiro e Itabaiana.
Alto Paraíba - Monteiro, Camalaú, Congo, São João do Cariri, Cabaceiras e Boqueirão.
A mais conhecida atração turística da bacia do Rio Paraíba e principal de Cabedelo é o famoso pôr do Sol na Praia do Jacaré. A este belíssimo evento natural, iluminando as águas do Paraíba, recortado pelo denso verde do manguezal das suas margens, soma-se a emocionante apresentação do ‘Bolero de Ravel’, que é realizado desde 1980 pelo saxofonista Jurandy do Sax. Tudo isso a bordo de uma embarcação.
O espetáculo, que mistura natureza, música e espiritualidade, encanta milhares de turistas nacionais e estrangeiros. Isso ocorre diariamente às 17h e culmina com a apresentação da “Ave Maria”, às 18h.
Todos os dias da semana, das 16h às 17h10, é realizado o passeio do Pôr do Sol, em catamarãs. Durante o passeio, que dura uma hora, os visitantes conhecem a história do local, tendo em vista a presença de um guia de turismo.
Segundo o guia de turismo e proprietário da Agência paraibana Travel, Antônio Fernandes, o percurso vai até as proximidades da Ilha da Restinga, mas não há parada por conta do tempo. “O passeio tem que terminar no máximo 17h10 porque o pôr do Sol começa às 17h15”, frisou. Enquanto aguardam o fim da tarde, os visitantes assistem a apresentação de humor, ouve músicas de Jurandir do Sax, antes do “Bolero de Ravel” e ainda pode registrar imagens da cultura local, através da caracterização do casal Lampião e Maria Bonita.
Segundo Antônio Fernandes, entre a sexta-feira e o domingo o público é maior. No entanto, este mês é considerado estação baixa.
“O turismo daqui vive apenas quatro meses no ano que é julho, dezembro, janeiro e março”, disse. Já aos domingos ocorre o passeio no catamarã considerado o maior do Nordeste por levar 300 pessoas. Esse passeio é o do encontro das águas que é do Rio Paraíba com o mar. Após o encontro das águas é feito o contorno na Ilha da Restinga e concluindo com o Pôr do Sol. Esse passeio também passa por Forte Velho, mas só pára se estiver acertado antes do passeio.
A gastronomia nos bares e restaurantes, especificamente aqueles localizados na área do baixo Paraíba, é bastante diversificada, mas alguns pratos são mais requisitados pelos frequentadores.
Em Forte Velho, distrito de Santa Rita, por exemplo, lidera o consumo de crustáceos como mariscos, caranguejo, camarão e ostra.
Joelson Santos, que é proprietário do Bar do Pessoinha, contou que os turistas gostam de dois tipos de pratos. “Nós fazemos os caldinhos de marisco e de carne de caranguejo que são bem pedidos assim como o espetinho de camarão que faz bastante sucesso aqui no meu bar”, revelou. Além disso, o comerciante comentou que oferece também peixes fritos e cozidos e demais pratos para quem é alérgico aos crustáceos.
“Para quem não pode comer marisco, ostra, caranguejo ou camarão oferecemos carne de sol e frango. Aqui em Forte Velho alguns bares oferecem peixe do Rio Paraíba, mas eu prefiro comprar os que vem em João Pessoa porque são do alto-mar e tem gente que não gosta de peixe de rio. Já o camarão também não é comprado aqui porque já não é possível mais encontrar no rio, tem que ser os vendidos em cativeiros”, comentou, destacando que os turistas gostam de visitar no final de semana por conta da folga. Alguns chegam ao local por meio das embarcações ou pela estrada. O bar fica em frente ao rio e tem uma bela paisagem.
Além da alimentação, o comerciante comentou que as pessoas ainda podem fazer trilhas para conhecer o Forte Velho. “
É só marcar que a comunidade se organiza e leva as pessoas para conhecerem o local. E se quiser um passeio também nós organizamos aqui. Queremos o cliente satisfeito”, afirmou.
Já no Centro de Cabedelo, o peixe-frito, o ensopado de marisco e o caranguejo são mais procurados.
De acordo com a comerciante Margarida Silva, que tem um bar na frente do Rio, a culinária varia bastante.
“Mas as comidas do rio e do mar são as mais procuradas porque é típica da área. Algumas pessoas gostam de ver o pôr do Sol aqui porque é bem tranquilo. É mais afastado do Jacaré, onde o movimento é maior”, comentou Margarida Silva. Jornal Correio
De acordo com o professor doutor em Ecologia e Recursos Naturais José Etham de Lucena Barbosa, essa bacia gera 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado resultantes das atividades econômicas. O turismo e a gastronomia são assuntos da reportagem da série “Paraíba, o rio” - que faz parte do novo projeto da Fundação Solidariedade, braço social do Sistema CORREIO, que busca o desenvolvimento sustentável das comunidades instaladas às margens do estuário do Rio Paraíba.
Entre os municípios de Cabedelo e de Santa Rita é possível visitar a Ilha da Restinga que tem 530 hectares de terreno plano. Ela fica a pouco mais de 1 km de distância do Oceano Atlântico, da foz do Rio Paraíba e do Porto de Cabedelo.
A Ilha se formou por conta do acúmulo de solo trazido pelo rio. Por este motivo, há uma riqueza geológica e a presença de diversos tipos de ecossistemas como mangue, estuário, resquícios de Mata Atlântica, lagoas e mata de restinga. Registros históricos apontam que este local existe desde o século XVI. Em 1579, a pedido do governador da capitania de Pernambuco, sob ordem do rei, foi construído um fortim de madeira na Ilha da Restinga considerada lugar estratégico para defesa da Paraíba, por estar localizada na foz do Rio Paraíba. Essa ação deu origem à ocupação e fundação, em 1585, da capitania da Paraíba, cujo território fazia parte, anteriormente, da capitania de Pernambuco.
A ilha é predominantemente ladeada por manguezais e coberta de resquícios de mata atlântica de restinga e contém pastagens com arbustos.
Já na área central de Cabedelo, porém localizada à margem direita do Rio Paraíba e ao lado do Porto de Cabedelo, encontra-se a Fortaleza de Santa Catarina. O monumento, assim como sua história e crendices, é sinônimo de resistência, força, arte e cultura popular para o povo da cidade. Composto por um conjunto arquitetônico com 20 compartimentos composto pela capela dedicada à Santa Catarina de Alexandria, a Casa da Pólvora, a Casa do Capitão-mor, duas prisões, oito alojamentos de soldados, quatro alojamentos de oficiais, um paiol, um poço de água doce e dois túneis.
O local é todo cercado por paredões gigantescos adornados com canhões. A Fortaleza é considerada por muitos estudiosos e historiadores, em tamanho e em história, como a mais importante do Nordeste.
Em Santa Rita, do lado Oeste da Ilha da Restinga, na desembocadura do Rio Paraíba, encontra-se o distrito de Forte Velho, que também é uma área bastante requisitada pelo turismo da Região Metropolitana da Capital. Lá é possível encontrar bares, restaurantes e pousadas em frente ao Rio Paraíba. Nesse local é possível encontrar as comidas típicas do Estado e da área como caranguejo, mariscos e peixes.
O Forte é considerado uma das mais antigas povoações do Estado da Paraíba. A economia local se divide entre a pesca, a agricultura e o turismo.
Segundo o professor da pós-graduação em Ecologia e Conservação da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), o doutor em Ecologia e Recursos Naturais José Etham de Lucena Barbosa, o Rio Paraíba tem uma grande importância no Estado. Embora não seja navegável, a colonização da capitania hereditária, hoje a Capital paraibana, ocorreu por meio dele. “É de uma importância histórica. Tem uma paisagem enorme. São 20 mil km² que se estende da Serra da Jabitacá, com suas nascentes lá no município de Monteiro, percorrendo 400 km até o seu deságue na foz no complexo estuarino Cabedelo, Lucena, Santa Rita, Bayeux e João Pessoa até o seu deságue no mar”, comentou.
A TV Correio e a Fundação Solidariedade produziram uma série de matérias sobre o Rio Paraíba e seu estuário. O CORREIO e o Portal estão produzindo textos exclusivos sobre o tema.
Localização da Bacia do Rio Paraíba
Municípios
Baixo Paraíba - Cabedelo, Bayeux, Santa Rita, Cruz do Espírito Santo, São Miguel de Taipú e Pilar.
Médio Paraíba - Barra de Santana, Gado Bravo, Umbuzeiro, Aroeiras, Natuba, Salgado de São Félix, Mogeiro e Itabaiana.
Alto Paraíba - Monteiro, Camalaú, Congo, São João do Cariri, Cabaceiras e Boqueirão.
Pôr do Sol emociona
A mais conhecida atração turística da bacia do Rio Paraíba e principal de Cabedelo é o famoso pôr do Sol na Praia do Jacaré. A este belíssimo evento natural, iluminando as águas do Paraíba, recortado pelo denso verde do manguezal das suas margens, soma-se a emocionante apresentação do ‘Bolero de Ravel’, que é realizado desde 1980 pelo saxofonista Jurandy do Sax. Tudo isso a bordo de uma embarcação.
O espetáculo, que mistura natureza, música e espiritualidade, encanta milhares de turistas nacionais e estrangeiros. Isso ocorre diariamente às 17h e culmina com a apresentação da “Ave Maria”, às 18h.
Todos os dias da semana, das 16h às 17h10, é realizado o passeio do Pôr do Sol, em catamarãs. Durante o passeio, que dura uma hora, os visitantes conhecem a história do local, tendo em vista a presença de um guia de turismo.
Segundo o guia de turismo e proprietário da Agência paraibana Travel, Antônio Fernandes, o percurso vai até as proximidades da Ilha da Restinga, mas não há parada por conta do tempo. “O passeio tem que terminar no máximo 17h10 porque o pôr do Sol começa às 17h15”, frisou. Enquanto aguardam o fim da tarde, os visitantes assistem a apresentação de humor, ouve músicas de Jurandir do Sax, antes do “Bolero de Ravel” e ainda pode registrar imagens da cultura local, através da caracterização do casal Lampião e Maria Bonita.
Segundo Antônio Fernandes, entre a sexta-feira e o domingo o público é maior. No entanto, este mês é considerado estação baixa.
“O turismo daqui vive apenas quatro meses no ano que é julho, dezembro, janeiro e março”, disse. Já aos domingos ocorre o passeio no catamarã considerado o maior do Nordeste por levar 300 pessoas. Esse passeio é o do encontro das águas que é do Rio Paraíba com o mar. Após o encontro das águas é feito o contorno na Ilha da Restinga e concluindo com o Pôr do Sol. Esse passeio também passa por Forte Velho, mas só pára se estiver acertado antes do passeio.
Gastronomia às margens do rio
A gastronomia nos bares e restaurantes, especificamente aqueles localizados na área do baixo Paraíba, é bastante diversificada, mas alguns pratos são mais requisitados pelos frequentadores.
Em Forte Velho, distrito de Santa Rita, por exemplo, lidera o consumo de crustáceos como mariscos, caranguejo, camarão e ostra.
Joelson Santos, que é proprietário do Bar do Pessoinha, contou que os turistas gostam de dois tipos de pratos. “Nós fazemos os caldinhos de marisco e de carne de caranguejo que são bem pedidos assim como o espetinho de camarão que faz bastante sucesso aqui no meu bar”, revelou. Além disso, o comerciante comentou que oferece também peixes fritos e cozidos e demais pratos para quem é alérgico aos crustáceos.
“Para quem não pode comer marisco, ostra, caranguejo ou camarão oferecemos carne de sol e frango. Aqui em Forte Velho alguns bares oferecem peixe do Rio Paraíba, mas eu prefiro comprar os que vem em João Pessoa porque são do alto-mar e tem gente que não gosta de peixe de rio. Já o camarão também não é comprado aqui porque já não é possível mais encontrar no rio, tem que ser os vendidos em cativeiros”, comentou, destacando que os turistas gostam de visitar no final de semana por conta da folga. Alguns chegam ao local por meio das embarcações ou pela estrada. O bar fica em frente ao rio e tem uma bela paisagem.
Além da alimentação, o comerciante comentou que as pessoas ainda podem fazer trilhas para conhecer o Forte Velho. “
É só marcar que a comunidade se organiza e leva as pessoas para conhecerem o local. E se quiser um passeio também nós organizamos aqui. Queremos o cliente satisfeito”, afirmou.
Já no Centro de Cabedelo, o peixe-frito, o ensopado de marisco e o caranguejo são mais procurados.
De acordo com a comerciante Margarida Silva, que tem um bar na frente do Rio, a culinária varia bastante.
“Mas as comidas do rio e do mar são as mais procuradas porque é típica da área. Algumas pessoas gostam de ver o pôr do Sol aqui porque é bem tranquilo. É mais afastado do Jacaré, onde o movimento é maior”, comentou Margarida Silva. Jornal Correio