O decreto que flexibilizou o porte de
armas, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), gerou controvérsia
na Assembleia Legislativa. A medida permite que os deputados estaduais
possam andar armados sem que seja necessário justificar a necessidade. O
deputado Wallber Virgolino (Avante) se antecipou e disse que vai andar
armado nas dependências do Legislativo, apesar da proibição regimental. O
tema foi discutido pelo colegiado de líderes e ficou terminantemente
proibido o uso de armas no plenário da Casa. Nas outras dependências, o
assunto ainda será debatido.
“Esse assunto de segurança foi levado
para o colegiado de líderes e decidimos proibir a presença de deputados
armados no plenário”, disse Galdino. O presidente da Assembleia
Legislativa prometeu, também, instalar detectores de metais na porta da
Casa, para impedir que alguém decida entrar armado. Ele garantiu que
todos terão que passar por lá. A medida é pouco efetiva em relação aos
deputados estaduais, já que eles entram pelo acesso da garagem. A
polêmica, porém, parece não ter fim e divide os parlamentares entre os
favoráveis a andar armado e os contrários.
Wallber Virgolino diz que vai respeitar a
decisão de não se usar armas no plenário. Nas outras dependências, ele
diz que vai usar. “Eu tinha uma atividade de risco antes de virar
deputado. Eu sou delegado licenciado e enfrentei facções criminosas
nacionais. Eu tenho que andar armado”, ressaltou o parlamentar. A visão
dele é respeitada por outros colegas que, no entanto, sentem receio de
trabalhar junto a um parlamentar que ande armado. O deputado Wilson
Filho disse compreender a necessidade de colegas que atuaram em cargos
ligados à Segurança Pública usarem armas para a defesa pessoal. Mas faz
ressalvas.
“Mas no plenário, acho que não é
adequado. Isso traria intranquilidade para os colegas”, ressalta Wilson
Filho, demonstrando preocupação. O regimento interno da Assembleia é
cristalino no sentido de proibir o uso de armas, inclusive por
deputados. “Excetuado aos membros da segurança, é proibido a qualquer
pessoa, bem como aos Deputados, o porte de arma de qualquer espécie nos
edifícios da Assembleia e suas áreas adjacentes, constituindo infração
disciplinar, além de contravenção, o desrespeito a esta proibição”, diz o
regimento.