A vacina é a única forma de prevenção contra o sarampo, doença viral
aguda similar a uma infecção do trato respiratório superior. O alerta é
da Secretaria de Estado da Saúde, explicando que os tipos de vacinas
são: dupla viral – protege do vírus do sarampo e da rubéola, podendo ser
utilizada para o bloqueio vacinal em situação de surto; tríplice viral –
protege do vírus do sarampo, caxumba e rubéola; tetra viral – protege
do vírus do sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora).
Visando o enfrentamento do surto de sarampo e a interrupção da
transmissão do sarampo no Brasil, o Ministério da Saúde recomenda que o
bloqueio vacinal seletivo (ou seja, para aqueles que nunca tiveram a
doença e nem foram vacinados) deve ser realizado em até 72 horas em
todos os contatos do caso suspeito durante a investigação. Para a
interrupção da transmissão do vírus do sarampo, redução das internações e
óbitos no país, a imunização com a tríplice viral deve ser priorizada e
adotada na seguinte ordem:
- Instituir dose zero para crianças de seis meses a 11 meses e 29
dias – esta é uma vacina extra, a chamada “dose zero” é para proteger
bebês com idade de seis a onze meses nesse momento em que o vírus está
se espalhando no país;
- Vacinar com a primeira dose aos 12 meses de idade – já recomendada,
normalmente, de acordo com o Calendário Nacional de Vacinação;
- Vacinar com a segunda dose aos 15 meses de idade, também de acordo
com o Calendário Nacional de Vacinação e, assim, a criança está livre do
sarampo por toda a vida;
- Vacinar menores de 5 anos (4 anos, 11 meses e 29 dias) não vacinados ou com o calendário vacinal incompleto;
- Vacinar trabalhadores da saúde de qualquer idade que atuam no
atendimento direto de pacientes com suspeita de infecções respiratórias;
- Vacinar indivíduos de 6 a 29 anos não vacinados; vacinar indivíduos de 6 a 29 anos com esquema vacinal incompleto;
- Vacinar indivíduos de 30 a 49 anos não vacinados.
A Campanha de Vacinação contra o Sarampo, com o objetivo de
interromper a circulação do vírus do sarampo no país, será realizada de
forma seletiva, ocorrendo em duas etapas: a primeira no período de 7 a
25 de outubro, dia D em 19 de outubro e como público-alvo crianças de
seis meses e menores de 5 anos de idade ( 4 anos, 11 meses e 29 dias); a
segunda etapa será no período de 18 a 30 de novembro, dia D em 30 de
novembro e como público-alvo a população de 20 a 29 anos de idade. Estes
dois públicos foram priorizados para a participação nessa estratégia
considerando que estão entre os mais acometidos e com maior incidência
de doença nos surtos registrados em 2019. Ainda, especificamente as
crianças menores de 5 anos que apresentam maior risco de complicações
e/ou óbitos.
Se não há comprovação de vacinação nas faixas indicadas, há
necessidade de adultos receberem a vacina. Atenção: a caderneta de
vacinação é um documento pessoal muito importante e deve ser guardada
por toda a vida. Para quem não se lembra que tomou a vacina ou perdeu o
cartão de vacinação, a orientação é simples: agir como se não tivesse
sido imunizado e procurar um posto de saúde pra tomar a vacina. Mesmo
que a pessoa tenha tomado a vacina antes, tomar de novo não vai fazer
mal. Entretanto, a gerente executiva de Vigilância em Saúde da
Secretaria de Estado da Saúde, Talita Tavares, explica que as campanhas
de atualização das cadernetas serão divididas em etapas, em virtude da
alta produção dos insumos.
“A autoridade de saúde precisa entender que a meta do Ministério da
Saúde, neste momento, é diminuir as complicações e os óbitos em crianças
menores de cinco anos de idade porque elas são mais suscetíveis às
complicações e óbitos por causa da doença”, explicou.
A vacina é contraindicada para os casos suspeitos de sarampo,
gestantes (devem esperar para serem vacinadas após o parto), menores de
seis meses de idade e imunocomprometidos (pessoas que têm os mecanismos
imunológicos deficientes).
O sarampo é uma doença é grave, principalmente em crianças menores de
cinco anos, desnutridas e imunodeprimidos (pessoas que têm as suas
defesas imunológicas fracas e são facilmente contagiadas por vírus ou
bactérias). A transmissão do vírus ocorre a partir de gotículas de
pessoas doentes ao espirrar, tossir, falar ou respirar próximo de
pessoas sem imunidade contra o vírus sarampo. O alerta de complicações
vale, principalmente, para bebês e crianças com deficiência de vitamina
A, desnutridos, gestantes, imunodeprimidos e adultos jovens entre 20 e
29 anos.
“Todos os casos são prioridade para a Paraíba. A ideia é que todos os
municípios estejam com a vigilância ativa com os casos suspeitos e que
notifiquem imediatamente, mesmo que esses casos sejam descartados
depois. A notificação de caso suspeito de sarampo é obrigatória e deve
ser feita às autoridades sanitárias e de vigilância em até 24 horas.
Apresentando essa sintomatologia, é importante ir ao posto de saúde mais
próximo para receber a devida assistência”, informou Talita Tavares.
A Paraíba apresenta 86,03% de cobertura vacinal e a meta para cada
município é de 95%. O secretário Geraldo Medeiros orienta os gestores
municipais de saúde que “fortaleçam as estratégias, divulguem e
implementem as medidas necessárias para, na ocorrência de casos
suspeitos, desencadearmos as medidas em tempo oportuno”. O secretário
convida a população para se “unir à Secretaria de Saúde com o objetivo
de se vacinar e evitar mortes”.
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Na próxima sexta-feira (20), às 8h30, a SES vai reunir representantes
da rede de saúde pública e privada, no auditório do Centro Formador de
Recursos Humanos (Cefor-PB), com o objetivo de orientar sobre o manejo
clínico do sarampo e alinhamento dos fluxos assistenciais.
Dados
Na Paraíba, até a 36ª Semana Epidemiológica terminada em 07 de
setembro, foram notificados 108 casos suspeitos de sarampo, em 28 dos
223 municípios. Do total de notificações, três casos foram confirmados,
26 tiveram resultado de sorologia (S1) reagente e/ou indeterminada para
sarampo pelo LacenPB e foram enviadas ao Laboratório Fiocruz para
retestagem e demais exames complementares, foram descartados 51 casos e
28 seguem em investigação aguardando exames.