O naufrágio que resultou na morte de 35 pessoas na Lagoa do Parque Solon de Lucena, em João Pessoa, completa 45 anos nesta segunda-feira (24). Em 1975, 24 de agosto era domingo e dia de festa. Em 2020, a data traz a lembrança do que se tornou uma das maiores tragédias já registradas na capital paraibana.
Há 45 anos, centenas de pessoas lotaram a área central da cidade para acompanhar os eventos em comemoração ao Dia do Soldado. O Exército Brasileiro havia preparado uma exposição de armas, canhões, viaturas, carros de combate, armadilhas de caça e pesca e galeria de fotos. Mas a atração que chamava mais atenção do público era outra: os passeios nas águas da Lagoa a bordo de uma portada. Por volta das 17h15, a embarcação fez sua última viagem. Com capacidade para 60 pessoas, a barca autorizou a entrada de cerca de 200. O resultado da superlotação foi o naufrágio.
O acidente foi anunciado no rádio e em poucos minutos o Corpo de Bombeiros chegou à Lagoa para fazer o resgate das vítimas. Policiais militares e pessoas que observavam o passeio também atuaram na operação. No total, 35 pessoas morreram, dentre as quais 29 eram crianças.
Na época, o Jornal CORREIO da Paraíba mostrou a dor de pessoas que perderam familiares e destacou a morte de policiais que tentavam salvar vidas. A tragédia ganhou repercussão nacional e manchetes nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo. Naquele ano, não houve desfile cívico de 7 de setembro em comemoração à Independência do Brasil.
História virou filme
O documentário Lagoa 1975: O passeio que não terminou, produzido pela TV Assembleia em 2016, resgatou histórias de testemunhas e sobreviventes da tragédia. O filme tem direção e roteiro da jornalista Vall França. Ao Portal Correio, ela diz que quis realizar o documentário para que a história não fosse esquecida.
“Esse dia ficou marcado na história da cidade, mas muitas pessoas desconhecem os fatos e tratam o acidente da Lagoa como lenda urbana. Às vezes, conhecemos a história de outras catástrofes mundiais, mas algo que aconteceu tão perto de nós acaba sendo esquecido”, diz.
Cópias do filme foram distribuídas para exibição em escolas paraibanas. O filme também foi disponibilizado gratuitamente no YouTube.
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