O delegado Rodolfo Santa Cruz relatou que contradições nos depoimentos do suspeito levaram a Polícia Civil a obter a confissão. A primeira contradição que levou a polícia a desconfiar de Francisco foi ele ter dito, em depoimento, que ao sair para trabalhar, trancou a porta e jogou a chave para dentro de casa, pela janela. Depois, segundo o suspeito, a menina teria feito a mesma coisa. Porém, segundo o delegado, a chave dificilmente cairia exatamente no mesmo lugar ao ser arremessada da janela. Outra questão que a Polícia Civil observou foi o celular de Francisco ter caído e quebrado no mesmo dia do desaparecimento da adolescente. Além disso, o suspeito estava com um corte no rosto e alegou ter sido um acidente com um barbeador, mas a sua barba não aparentava ter sido feita recentemente. Rodolfo Santa Cruz afirmou também que a investigação vai checar uma informação dita pela mãe em depoimento, sobre a menina ter relatado dias antes de desaparecer que estava sendo observada. “A mãe quando foi ouvida disse que há alguns dias, a menina alegou que estava sendo observada no quarto. Depois o padrasto saiu e pediu aos vizinhos se tinha imagens de TV”. Júlia foi vista pela família na quinta-feira, no bairro de Gramame, e de acordo com a mãe, Josélia Araújo, a adolescente teria sumido após receber mensagens de pessoas desconhecidas pela internet.
Segundo a mãe, a filha não costumava sair de casa sem avisar, e não houve discussões recentes entre elas. Josélia lembrou que a filha havia recebido mensagens de uma mulher, na quarta-feira (6), que alegou gostar do perfil dela no Instagram, e se oferecido para dar dicas de marketing digital. A Polícia Civil confirmou este contato, mas durante as investigações, os policiais descobriram que o perfil que mandou as mensagens pode ser falso, e que essa suspeita foi descartada. O padrasto da menina, Francisco, afirmou em entrevista à TV Cabo Branco nesta segunda-feira (11), que uma mulher, que ele conhecia mas não sabia o nome, teria visto a menina na Praia do Sol.
Familiares vieram do Paraná ajudar nas buscas
O pai, a madrasta e uma tia de Júlia moram no Paraná, e chegaram entre a quinta-feira e a sexta-feira (8) para ajudar nas buscas pela menina. Jeferson Brandão, que é o pai, estava trabalhando em Curitiba e só conseguiu chegar na sexta-feira. “Eu não consigo falar direito, é muito angustiante”, disse. A esposa de Jeferson e madrasta de Júlia, Karine Domingues, relatou que a menina estava muito feliz, e que falou com ela na quarta-feira. “Ela tava muito feliz, a gente estava reformando o quartinho dela e ela tava muito ansiosa para ver pronto. Ela é uma menina muito justa, muito honesta, não faz nada de errado. Quem tiver com ela, nos devolva porque a gente não tá mais aguentando”, relatou Karine.