Um homem que se identificou como filho do antigo proprietário da granja do padre Egídio de Carvalho, investigado por desvios milionários do Hospital Padre Zé, acusou, nesta quinta-feira (2), o padre de armar a compra da granja. Segundo ele, o padre estava de olho no local e se aproveitou da morte dos proprietários para comprar a granja. ... A informação do homem foi dada durante entrevista ao programa Cidade em Ação, da TV Arapuan. Como visto pelo ClickPB, o homem falou que tudo começou quando o padre comprou um sítio vizinho ao do pai dele, que tinha 80 anos. Morando ao lado, homem disse que o padre fazia visitas ao sítio e chegou a levar o proprietário do local ao Hospital Padre Zé após ele adoecer. “O padre pegou meu pai, que tinha adoecido, e legou para o Padre Zé. Lá, meu passou passou alguns dias e morreu. A granja então ficou com minha madrasta e eu aconselhei ela a correr atrás da aposentadoria do meu pai, mas ela deixou tudo nas mãos de um irmão e um sobrinho. Foram eles que fizeram o esquema da venda da granja quando a minha madrasta faleceu, um mês depois que o meu pai”, falou o homem, como visto pelo ClickPB.
O homem também chegou a acusar o padre Egídio de Carvalho e os familiares da madrasta de falsificar a assinatura do pai dele, já falecido, para conseguir vender o imóvel. Após isso, o padre Egídio se tornou proprietário da granja e os familiares da mulher conseguiram construir uma casa e comprar um carro. “Se investigar vai achar. Eu sustento o que eu digo e tenho um irmão que conta a mesmo história. O padre ficava em cima da granja, só de olho. Minha madrasta tinha boa saúde, era mais nova que meu pai e morreu um mês depois, ninguém sabe do que. Falsificaram a assinatura do meu pai para vender a granja. Quando eu soube já estavam murando tudo. Eles (sobrinho e irmão da mulher que morreu) não tinham dinheiro nenhum e apareceram com casa e carro. Existiu cambalacho”, contou o homem, como observado pelo ClickPB. Em contato com o ClickPB, o advogado do padre Egídio de Carvalho, Sheyner Asfora, falou que não teve acesso à denúncia feita pelo homem que alega ser filho do ex-proprietário do terreno onde hoje está a granja e que não pode se pronunciar sobre o tema. "Desconheço totalmente essa acusação e, portanto, não tenho como me posicionar. Ainda não tivemos acesso ao pedido de prisão formulado pelo MP e não temos conhecimento de muito do que está sendo apurado e foi a motivação do padre Egídio ter ficado em silêncio por ocasião do seu depoimento no dia de ontem", afirmou o advogado ao ClickPB. --- Relembre o caso --- O escândalo no Hospital Padre Zé veio à tona no mês passado, após uma denúncia de furto de celulares no local. Os equipamentos haviam sido doados pela Receita Federal para o hospital e deveriam ter sido vendidos em um bazar beneficente para angariar recursos para o hospital.