O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira (5), dados sobre a desigualdade e a pobreza na Paraíba. Entre os indicadores, cerca de 300 mil pessoas, 7,4% da população, é considerada em extrema pobreza, sobrevivendo com R$ 209 por mês. Além disso, quase metade da população do estado, 47,4%, vive abaixo da linha da pobreza adotada pelo Banco Mundial (US$ 6,85 PPC por dia ou R$ 665 por mês), ficando acima dos indicadores observados para o Brasil (27,4%) e o Nordeste (47,2%).
Ressalta-se que esse indicador se refere à pobreza monetária, ou seja, à insuficiência de rendimentos das famílias para provisão de seu bem-estar, sem considerar outras dimensões importantes para a conceituação de pobreza. Quando analisadas as diferenças relativas à cor ou raça, na Paraíba, o rendimento médio mensal de todos os trabalhos era de R$ 3.565 para as pessoas brancas, de R$ 1.837 para os pardos e de R$ 1.414 para os pretos. Nesse caso, as pessoas brancas ganhavam 94,1% a mais que os pardos e tinham ganhos 152,1% superiores aos dos negros.
= Capital mais desigual do Brasil =
Em 2023, o índice de Gini da capital paraibana, que calcula a desigualdade de renda, era 0,629, o mais alto do país. O índice de Gini é um dos indicadores que mensuram a concentração de renda. Quanto mais próximo de zero, menor é a desigualdade, e quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade de renda entre a população. Assim como no Brasil e no Nordeste, na Paraíba os resultados desse indicador têm oscilado ao longo dos últimos dez anos. Porém, no estado, percebe-se uma tendência de crescimento a partir de 2020.
O rendimento médio dos 10% mais ricos em João Pessoa é de R$ 26.070, para os 40% mais pobres da capital esse rendimento é de R$ 972, com uma razão 10/40 igual a 26,8. Esse número é maior do que a média da Paraíba, que é de 18,6, e mais do que o dobro das proporções tanto para o Nordeste como para o Brasil, de 13,2 e 11,9, respectivamente.
Em 2010, o Índice de Gini de João Pessoa era 0,628. Apesar do aumento ter sido de 1%, a capital paraibana não seguiu a tendência de outras capitais brasileiras que conseguiram reverter esse índice, pelo contrário, vem aumentando. Recife, por exemplo, em 2010 tinha um índice Gini de 0,689 e reduziu para 0,549 em 2023. Em 2010, João Pessoa ficava em nono lugar entre as capitais mais desiguais. Em 2023, passou a ocupar o primeiro lugar desta lista. Luana Silva