
Depois de ter rotulado Maranhão como o típico representante do atraso, o parlamentar petista vai aos poucos se transformando em porta-voz dos prefeitos que vêm sendo seguidamente discriminados pelo governador, que não estabelece parceria administrativa com nenhum deles.
O caso mais recente é o de Sousa, cujo prefeito Fábio Tyrone já declarou apoio à candidatura de Ricardo Coutinho. Como castigo, o governo do estado não firma um só convênio com o município.
Pois foi em defesa de Tyrone e da população sousense que o deputado Luiz Couto dirigiu ontem pesadas críticas ao governador Maranhão, ressaltando justamente “esse jeito atrasado de fazer política”.
Couto ficou especialmente indignado ao tomar conhecimento de que o governo estadual está se recusando a destinar recursos para o asfaltamento de várias ruas da cidade de Sousa, ao contrário do que ocorre nos municípios onde o prefeito apoia a reeleição de Maranhão.
E isso é só o começo, porque na sua campanha para retornar à Câmara Federal, Couto vai percorrer todas as regiões do estado enfatizando esse estilo atrasado de fazer política.
O governador sabe que tem em Luiz Couto um de seus mais persistentes adversários. Ao insinuar que gostaria de tê-lo como candidato ao Senado não está sendo sincero. Está, isto sim, inviabilizando a participação do PT na chapa majoritária. Ao final do processo poderá dizer que ofereceu a vaga de senador ao partido, mas o “escolhido” não aceitou.
E é este o discurso que Maranhão leva para as reuniões com a cúpula nacional do PT. Justifica que não pode oferecer a vaga de vice e sugere que o partido “enquadre” Luiz Couto. Da última vez que ensaiou esta conversa com o presidente José Eduardo Dutra, ouviu um sonoro não.