terça-feira, maio 25, 2010

Livro sobre Juripiranga é adotado na Itália.

Um livro que conta a história do pequeno município paraibano de Juripiranga, organizado por uma professora municipal e escrito por estudantes entre oito e 15 anos, foi traduzido para o italiano e hoje está sendo usado para o ensino do português a italianos que moram no país europeu. Este é o caso de ‘Juripiranga – este é o meu lugar’, organizado pela professora Jociléia Isidório e escrito no ano passado por estudantes do Programa de Correção de Fluxo do município. Publicado na internet, o trabalho acabou parando na cidade de San Benedetto del Tronto, na Itália.

Jociléia explica que, diante de uma turma com problemas de aprendizado na leitura e na escrita, precisava de um tema próximo a eles e que lhes despertassem o interesse para facilitar no aprendizado. E assim, decidiu aderir ao projeto ‘Faça um e-book na Escola’, organizado pela editora de livros virtuais Plus.“Eu coordenei o projeto, mas tudo foi decidido democraticamente pelos estudantes. Foram eles que escolheram o tema e definiram que aspectos da cultura da cidade seriam abordados. Depois, dividimos o grupo em escritores, redatores, fotógrafos e pesquisadores e caímos em campo”, explica a professora, se dizendo “orgulhosa” com a repercussão que o trabalho final ganhou.

Ao todo foram 16 estudantes que participaram do trabalho e escreveram artigos sobre vários aspectos da cidade. Entre eles, os que falam sobre as duas principais atividades econômicas da cidade: a cana de açúcar e a fabricação de vassouras.

Publicado na internet pela editora Plus, o livro chamou a atenção de Fernando Tavares, brasileiro que mora na Itália e que dá aula de português a italianos. Assim, ‘Juripiranga – Este é o meu lugar’ virou ‘Juripiranga – questo è il mio posto’. “Vejo que meu objetivo foi alcançado. Os alunos aprenderam, viram seus trabalhos reconhecidos e agora se sentem valorizados. Isto tudo é muito bom”, destaca a professora.

Por fim, Jociléia ainda destaca que vem recebendo e-mails dos italianos que leram o livro, dizendo-se maravilhado com o projeto, como a forma apaixonada que os estudantes falaram de sua própria cidade e prometendo visitar a cidade quando aprenderem a falar melhor o português. “Eu passo tudo isto aos meus alunos, para eles se sentirem cada vez mais estimulados em estudar e em crescer”, concluiu.