sábado, junho 12, 2010

REVISTA VEJA DA SEMANA: Dunga, o maquiavélico

O mestre e o zangado Nos quatro anos em que morou em Florença, Dunga apaixonou-se pela cidade de Dante, Da Vinci e, como faz questão de acrescentar, de Maquiavel (à esq.), o filósofo que ensinava a conquistar e manter o poder. Ele passou a admirá-lo

Isolado com os fiéis jogadores que escolheu, o técnico brasileiro mostra que muitas de suas ações são inspiradas nos ensinamentos de O Príncipe.

Em uma noite fria do mês passado, no bar de um elegante hotel da região dos Jardins, em São Paulo, o técnico Dunga, enquanto bebia uma taça de cabernet sauvignon chileno e beliscava porções de queijo camembert, fez uma revelação que ajuda a entender sua postura à frente da seleção brasileira. Quase quatro anos atrás, ele assumiu o cargo que já foi ocupado por personagens tão diversos como o intransigente cultor do futebol-arte Telê Santana, o supersticioso Zagallo e o carismático Felipão, entre os treze treinadores que comandaram os canarinhos em dezoito Copas do Mundo. Não se parece em nada com nenhum deles. O gaúcho Carlos Caetano Bledorn Verri, nascido em 1963 no Dia das Bruxas, tem sido, aos olhos de muitos torcedores e da imensa maioria dos jornalistas esportivos, uma figura antipática, arrogante e teimosa. Dá raras entrevistas, não gosta da mídia em geral, despreza seus críticos, não cede ao clamor popular, não abre mão das próprias convicções e só pensa naquilo: ganhar. É um objetivo que, para ele, não passa pelo jogo bonito, pela ousadia criativa, pelo encanto do drible, pelo espetáculo, enfim, por nenhuma das fascinantes características que construíram a magia e a saga do futebol do Brasil. "Vivem fazendo comparações com a seleção de 1982, que jogava bonito", ele recordou. "Mas qual foi sua grande atuação, além de vitórias contra Escócia e Nova Zelândia, mais uma virada difícil diante da União Soviética, antes da derrota para a Itália? Só nos 3 a 1 com a Argentina. E quem foi nosso grande jogador naquele dia, hein?" Ele tomou um gole antes de citar com prazer o volante Batista, cujo estilo lembrava o seu.

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