As denúncias dos malfeitos da gestão Maranhão são tantas que fica difícil enumerá-las. Todo dia surge uma acusação diferente. Ora é uma máquina que a Codata alugou para tocar alguns serviços. Detalhe: só o aluguel de um mês daria para comprar a tal engenhoca. Ora é o pagamento de velhas contas de amigas empreiteiras.
Ainda tem o caso do Detran, onde se fala da existência de uma verdadeira fábrica de eventos. Na Secretaria da Saúde nem remédio ficou para abastecer os hospitais públicos. E por aí vai, como se as irregularidades estivessem num poço sem fundo.
A opinião pública até já revela um certo cansaço em relação a este noticiário dos tempos maranhistas. Sabe-se que diante da situação de penúria do Estado não é fácil para o atual governo dar início aos seus projetos, mas alguma coisa precisa ser feita.
O que logo salta aos olhos é uma pergunta: e depois de tudo isso apurado, medido, pesado e documentado, o que é que vai acontecer com os responsáveis por este quadro de desgoverno que arrasou as finanças estaduais e está dando um trabalho danado para ser revertido?
Vários secretários e ex-auxiliares de Maranhão, além dele próprio, estão sendo apontados como dilapidadores do patrimônio público e sequer vêm a público para dar uma explicaçaozinha que seja. À exceção de Marcus Ubiratan, o ex-das Finanças, não apareceu ninguém, nem para defender o ex-governador nem a si próprio.
Evidentemente não estou considerando aqui algumas desculpas apresentadas pela ex-secretária de comunicação. É que ela aproveitou todo o espaço que lhe foi concedido para tecer loas à administração passada como se fôssemos todos um bando de idiotas.
Se as acusações do atual governo não procedem, se, como dizem os maranhistas, podem ser desmentidas, por que não as desmentem de vez? Por que não apresentam documentos mostrando a lisura dos atos praticados nos últimos dois anos?
Dar o silêncio como resposta é uma atitude muito cômoda.
Quanto aos técnicos do governo atual, cabe perguntar: todas essas denúncias vão se enfeixadas num relatório final? E a quem ou a que órgãos esse documento será entregue?
Existirá punição para estes desmandos ou tudo vai ficar por isso mesmo?