A tentativa de barrar a prática fez com que a funcionária pública sofresse perseguição.
Folha extra e funcionários fantasmas em um dos setores mais essenciais para a sociedade, a educação. A denúncia da existência desse tipo de desmando não vem de Brasília. O fato, segundo denúncias da diretora de uma escola estadual em Campina Grande, aconteceu aqui mesmo, na Paraíba, na Secretaria de Educação do Estado.
Pior, a tentativa de barrar a prática fez com que a funcionária pública sofresse perseguição e tivesse que enfrentar dentro da própria escola a abertura de duas “CPIs” que tinham o objetivo de derrubá-la do cargo.
De acordo com a denúncia feita pela gestora, as faltas dos “fantasmas” tinham que ser, obrigatoriamente, abonadas por ela. “Para se ter uma idéia, quando eu colocava 30 faltas (que bloqueia o pagamento) e levava essa frequência para 3ª região, o funcionário de lá ficava doido pois Socorro Ramalho não ia enviar para João Pessoa, eu tinha de tirar as faltas (nunca tirei uma sequer)”, revelou a diretora.
Conforme relato da gestora da escola, como ela não retirava as faltas dos “fantasmas” foram enviadas a escola declarações de freqüência. “Foi quando começaram a aparecer as ‘graciosas’ declarações de frequência na escola para se liberar o contracheque, e pasme, ainda tinha um mensageiro que saía entregando essas declarações de escola em escola”, declarou.
A atitude da diretora de tentar barrar os funcionários fantasmas a fez sofrer, segundo ela, perseguição durante todo o governo Maranhão III. “Sofri muito esses dois anos, fizeram de tudo para me tirar do caminho, mas fui eleita para o cargo e tiveram que me engolir, me colocaram duas CPIs nas costas, mas nada adiantou pois nada de errado encontraram na minha escola, pelo contrário, viram foi uma organização e um tratamento com a coisa pública de causar inveja”, assegurou.
Segundo a gestora, os funcionários que ela não recebia porque não queriam trabalhar eram encaminhados para outra instituição, onde somente no turno da noite pode-se registrar cerca de 60 funcionários. “Lá na escola tem gente batendo um no outro. Sem contar os que os que eu já devolvi porque não queriam trabalhar. Mas, tinha outra escola que recebia todos. Lá nessa escola, só no turno da noite tem mais de 60 (os que não prestavam na minha escola eu botava para fora e eles iam para essa outra que o diretor recebia”, finalizou.
A denúncia feita pela diretora escolar ao site PolíticaPB está sendo encaminhada ao secretário de Educação do Estado, Fernando Abath, com a identificação da escola e da gestora para que ele possa tomar as devidas providências.