Tem gente que ainda tenta promover clima de comoção geral por conta de demissões de ocupantes de cargos comissionados, ou pessoas contratadas irregularmente como prestadores de serviço ou temporários, quando um novo governo se inicia. Ora essa, sempre foi assim, sempre será. Ainda mais quando certas demissões são recomendadas pelo Ministério Público.
Cássio Cunha Lima deixou para ir limpando a folha de pessoal aos pouquinhos e deu no que deu: uma onda imensa de insatisfação que acabou desgastando o processo. O resultado é que Cássio acabou deixando muita cobra pra lhe morder mais adiante.
Nesse ponto Maquiavel tinha razão: ações como essa têm que ser feitas logo no início, de uma só vez. Pei-puf! Os benefícios é que têm que ser feitos paulatinamente, de acordo com o conhecimento da realidade do Estado, após separar as contratações eleitoreiras das realmente necessárias.
Não adianta querer considerar essas demissões “uma maldade”. Não é assim. É preciso levar em consideração o inchaço da folha promovido pelo governo anterior. Notícia neste blog dá conta de que em outubro passado havia mais de 31 mil prestadores de serviços – metade contratada por José Maranhão - e quase 400 temporários. Os cargos comissionados, claro, teriam mesmo que ser ocupados por gente da confiança do ex-governador e, agora, pelo pessoal do atual governador.
A bandalheira é tão grande que o atual secretário de Administração, Gilberto Carneiro, ainda não tem como afirmar, com certeza, quantos são, na realidade, os prestadores de serviços e temporários. Mas já anunciou que fará um recadastramento desse pessoal. Parece uma notícia qualquer. Mas se formos analisar bem, um recadastramento para ver a dimensão do problema supõe que estava havendo uma desordem total, um completo desrespeito pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Quem ainda gritar contra essas demissões estará aplaudindo a bandalheira.