sábado, março 12, 2011

COLUNA DE Tião Lucena - ELES ADORAM O GOVERNO

Imagine a cena, de poucos dias atrás: candidato a deputado sobe no palanque, exalta seu candidato a governador e pede encarecidamente ao eleitor que não vote no adversário, por não merecer confiança. O eleitor, sempre ele, acredita, vota no candidato apontado pelo seu lider. Dias depois, resultado da eleição divulgado, o eleito é aquele que o deputado esconjurava. O que acontece? O deputado adere de mala e cuia ao eleito,renegando tudo o que havia pregado. Como fica o eleitor? Claro que a ver navios, sem saber em quem confiar.

Quatro novos deputados, ditos de oposição, anunciam adesão em massa ao governador Ricardo Coutinho. O fato novo que motivou essa debandada foi a demissão em massa dos prestadores de serviço que eles mesmos nomearam, através da caneta do ex-governador Zé Maranhão. Em sinal de gratidão por tão prestimosa façanha, Trocolli Júnior, Caio Roberto, Marcio Roberto e Genival Matias avisam que viraram ricardistas. Eles não aguentaram o tranco e vão continuar governistas como sempre foram, pois não sabem viver longe da sombra palaciana.

O governador Ricardo Coutinho, claro, não vai recusar apoios. Precisa deles na Assembléia para aprovar suas mensagens. Mas na hora de confiar, deles há de desconfiar. Se trairam o antigo líder, a quem devotavam juras de amor, vão trair o líder novo, sobre o qual lançavam maldições infernais não faz tanto tempo assim.

Mas não pode causar surpresa, olhando quem são. Caio Roberto é filho de Wellington Roberto, o coordenador da campanha do Zé. Não tem luz própria, faz o que o pai manda. E o pai, já ficou provado, não gosta de levar desvantagem em política. Começou como suplente de Humberto Lucena e depois que Humberto morreu, assumiu o Senado. Podre de rico, conseguiu se eleger deputado, se reeleger, eleger o filho e colocar outro, ainda de fraldas, para ser secretário da Agricultura no Governo de Zé. Agora quer mamar em Ricardo através do filho.

Márcio Roberto, lá das brenhas de São Bento, sempre namorou com o Palácio desde os tempos de Cássio, quando votava a favor do Governo e dava a benção a Maranhão. No Governo de Zé continuou governista e agora, para não fugir da rotina, governista continuará. Quanto a Genival Matias, trata-se de um ilustre desconhecido, egresso das palmas de Juazeirinho, que se fez político pendurado numa Prefeitura e com certeza gostou, tanto gostou que tratou de se agarrar ao Governo na primeira oportunidade.

MARANHÃO
Essa novela da nomeação ou não de Zé Maranhão para uma diretoria na CEF é humilhante. Um homem rico como Maranhão ficar esmolando emprego a Dilma Roussef! É por isso que eles, lá em Brasilia, não respeitam a Paraíba. Como respeitar quem não se dá ao respeito?