A Secretaria Especial de Comunicação do Senado (Secs) pode até negar, mas a versão de vazamento do obituário de José Sarney (PMDB-AP) na internet, além de muito engraçada, é recheada de fatos que credenciam a hipótese como verdadeira. O material foi divulgado pelo jornal O Estado de São Paulo e traz uma reportagem com narrativa em tempo pretérito na qual se revelam fatos marcantes da vida do atual presidente do Senado.
A Secs negou que o material seja um obituário. Ele é tratado pelo órgão como uma reportagem, apesar de, em certo momento da gravação, Sarney ser tratado como ex-membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ou seja, um ex-imortal – condição alcançada apenas por quem passou dessa para uma melhor. “Além de uma extensa vida política, Sarney se destacou nas artes. Ele era membro da Academia Brasileira de Letras [ABL] desde 1980”, diz o áudio.
A gravação também revela alguns traços do passado político do atual presidente do Senado, que foi tratado com deferência durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre esses fatos está a defesa do Golpe Militar, tratado por ele como Revolução de 64. A mesma que perseguiu e torturou a atual presidente, Dilma Rousseff (PT). O áudio também lembra que Sarney foi o fundador do PFL, hoje DEM, que é odiado pelos petistas. Inclusive Lula.
O senador José Sarney tem 81 anos de idade e mais de 50 anos de vida pública, mas não fala em abandonar a política. A divulgação do áudio pelo Estadão revoltou a Secretaria de Comunicação do Senado. O órgão divulgou nota repudiando a veiculação e dizendo que o material foi roubado. Além disso, se refere ao periódico como receptador.
Rádio Senado já tem pronto obituário para colocar no ar caso josé Sarney morra: