O Departamento Estadual de Trânsito da Paraíba (Detran-PB), em parceria com a Delegacia de Sapé, deflagrou, (ontem) quinta-feira (28), a Operação Sentinela, com o objetivo de dar cumprimento a dois mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão. A operação resultou na prisão do ex-chefe da 8ª Circunscrição Regional de Trânsito – Ciretran, Antônio Tavares de Sá Filho, que é funcionário do órgão há 24 anos. Participaram cerca de 20 policiais civis e agentes da Corregedoria do Detran-PB.
O corregedor do Detran-PB, delegado Wallber Virgolino, informou que Antônio Tavares de Sá Filho, conhecido como Tonho do Detran, se utilizava da função na 8ª Ciretran de Sapé para interceptar, abordar e persuadir usuários do Detran-PB daquela região a resolver todas as pendências administrativas junto ao órgão por seu intermédio. Assim, além de reter o CRV – Certificado de Registro de Veículo (recibo dos veículos – carros e motos), se apropriava de valores referentes ao pagamento das ‘taxas’ para regularização de pendências.
Antônio Tavares foi indiciado nos artigos 312 (peculato apropriação) e 316 (concussão), do Código Penal Brasileiro, com observância da Lei n.º 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa). Ele foi encaminhando para a Cadeia Pública de Sapé, onde está à disposição da Justiça.
O delegado Wallber Virgolino comentou que as investigações duraram cerca de dois meses e foram motivadas por denúncias de usuários que se tornaram vítimas de Tonho do Detran junto à Corregedoria do Detran-PB. Os arquivos do órgão foram investigados e vários documentos foram apreendidos, entre recibos e documentos de veículos pertencentes a terceiros e usados na fraude.
Mais de 40 usuários foram vítimas de Tonho do Detran. O corregedor disse que o esquema funcionava da seguinte forma: no momento em que os usuários procuravam a 8ª Ciretran de Sapé, o servidor fazia a abordagem e oferecia seus serviços, argumentando que dessa forma conseguiriam resolver as pendências com mais rapidez e eficiência, sem precisar comparecer ao Detran, porque ele mesmo faria a entrega da documentação. Para isso, cobrava uma “taxa” (propina) alegando que seria para ajudar nos custos.
Ele se apropriava dos CRV’s dos veículos dos usuários e se comprometia a pagar as taxas referentes às pendências administrativas junto ao órgão, como emplacamento, transferência, etc. No entanto, não solucionava qualquer problema.
Wallber Virgolino comentou que a operação faz parte de uma investigação minuciosa promovida pelo Detran em todas as Ciretrans da Paraíba, no sentido de resgatar a credibilidade do órgão e dos funcionários que trabalham corretamente. E destacou: “As investigações continuarão e novas prisões irão ocorrer”.