Greve insana no Fisco
É inconcebível que, num Estado pobre como a Paraíba, uma categoria (agentes fiscais) esteja contribuindo, insanamente, para desestabilizar, ainda mais, as já cambalidas finanças públicas. Está na hora da categoria assumir suas responsabilidades e se conscientizar dos prejuízos que está causando aos cofres públicos. Esta greve sem sentido, iniciada em 5 de outubro deste ano, além de afetar a economia da Paraíba, está prejudicando e revoltando diretamente os empresários, principalmente aqueles que costumam pagar suas contas em dia.
Quais os motivos da greve? Afinal de contas, o governo não está se negando a atender às reivindicações da categoria. O Governo promete um reajuste salarial em janeiro de 2012. Será que não dá para a categoria esperar menos de três meses para receber o reajuste que o Governo está prometendo? O radicalismo dos agentes fiscais só demonstra a falta de compromisso da categoria com a Paraíba.
Afinal de contas, eles não estão a ponto de pedir esmolas para sobreviver. Até porque, salários superiores a R$ 10 mil na Paraíba (ou em qualquer parte do mundo) são salários elevados. Numa coisa, o Governo tem razão: não pode contrariar a Lei de Responsabilidade Fiscal para atender uma minoria (mesmo que esta minoria seja muito importante) em detrimento da imensa maioria, igualmente importante.
O Governo há de levar em conta- e os agentes fiscais precisam entender- que é constitucional: a remuneração dos agentes públicos deve ser revisada anualmente, de forma geral, levando em consideração um mesmo índice e em mesma data. E mais: o agente pagador (Governo) tem que estabelecer uma relação entre a maior e a menor remuneração. Por quê? Porque ao reajustar o maior salário, tem a obrigação de também reajustar o menor, na mesma proporção. Afinal de contas, cada categoria tem sua importância na função pública.
Jornal Correio da Paraíba. Terça feira, 15 de novembro 2011