O Brasil tem 11 das 30 cidades mais violentas do mundo. Levantamento
do Escritório sobre Drogas e Crime das Nações Unidas com base em
assassinatos ocorridos no ano de 2012 aponta Maceió como a quinta cidade
em homicídios por cada 100 mil habitantes. Fortaleza está na sétima
posição e João Pessoa, em nono. A América Latina desbancou a África como
a região mais violenta. Já Honduras é hoje o país com maior número de
assassinatos por 100 mil habitantes. O índice registrado naquele país
aponta para o que os pesquisadores chamam de "situação fora de
controle". O segundo país mais violento é a Venezuela, seguido por
Belize e El Salvador.
De acordo com a pesquisa da ONU,
foram assassinadas 437 mil pessoas em 2012, das quais 36% nas
Américas, a maior parte na Central e na do Sul. O Brasil é o país com
mais cidades na lista da violência, seguindo pelo México, com seis -
ambos são os países mais populosos da América Latina. Venezuela e
Colômbia têm três cidades e Honduras e Estados Unidos, duas. Além de
Maceió, Fortaleza e João Pessoa, foram listadas pelo levantamento das
Nações Unidas Natal (12ª posição); Salvador (13ª); Vitória (14ª); São
Luís (15ª); Belém (23ª); Campina Grande (25ª); Goiânia (28ª); e Cuiabá
(29ª).
Para os pesquisadores da ONU, o elevado índice de
homicídios na América Latina está ligado ao crime organizado e à
violência política, que persiste há décadas nos países
latinoamericanos. A maior parte das mortes (66%) foram provocadas por
armas de fogo. Os cartéis do narcotráfico mexicanos são citados como
responsáveis pela violência também em Honduras, El Salvador e
Guatemala, países que integram rotas de distribuição de drogas que têm
como destino os Estados Unidos. Já na Venezuela, os assassinatos são
atribuídos à violência urbana.
Taxas de homicídios acima de 20
por 100 mil habitantes são consideradas pelos especialistas como
graves. Em Honduras, são 90,4 homicídios por 100 mil habitantes. Já na
Venezuela, a taxa chega a 53,7; em Belize, 44,7; em El Salvador, 41,2;
na Guatemala, 39,9; na África do Sul, 31; na Colômbia, 30,8; no Gabão,
28; no Brasil, 25,2; e no México, 21,5. Países em conflitos têm taxas
inferiores às da América Latina, como Iraque, no Oriente Médio, onde o
índice registrado é de oito para 100 mil habitantes.
As cidades
mais violentas do mundo são: San Pedro Sula (Honduras), Caracas
(Venezuela), Acapulco (México), Cali (Colômbia), Maceió; Distrito
Central (Honduras), Fortaleza; Cidade da Guatemala (Guatemala), João
Pessoas, Barquisimeto (Venezuela), Palmira (Colômbia), Natal, Salvador,
Vitória, São Luís, Culiacán (México), Guayana (Venezuela), Torreón
(México), Kingston (Jamaica), Cidade do Cabo (África do Sul), Chihuahua
(México), Victoria (México), Belém, Detroit (Estados Unidos), Campina
Grande, Nova Orleans (Estados Unidos), San Salvador (El Salvador),
Goiânia, Cuiabá e Nuevo Laredo.
Taxa média de homicídios global é de 6,2 por 100 mil/hab
Segundo
o estudo da ONU, cerca de 750 milhões de pessoas vivem em países com
as maiores taxas de homicídio do mundo, o que significa que quase
metade de todos os homicídios acontece nos países onde moram apenas 11%
da população mundial. Europa, Ásia e Oceania, onde estão cerca de 3
bilhões de pessoas, as taxas de homicídios são consideradas
relativamente baixas.
A taxa média de homicídios global é de 6,2
por 100 mil habitantes, mas o Sul da África e a América Central
registraram mais de quatro vezes esse número, 30 e 26 vítimas por 100
mil habitantes, respectivamente, os números mais altos do mundo.
Enquanto isso, com taxas cerca de cinco vezes menores do que a média
global, Ásia Oriental, sul da Europa e Europa Ocidental registraram os
níveis mais baixos de homicídio em 2012. Ainda de acordo com a
pesquisa, os níveis de homicídios no norte da África, na África
Oriental e em partes do sul da Ásia estão aumentando em meio à
instabilidade social e política. Já a África do Sul apresenta tendência
de queda das taxas de homicídio: os assassinatos caíram pela metade,
de 64,5 por 100 mil habitantes em 1995 para 31 por 100 mil habitantes
em 2012.
Os homicídios ligados ao crime organizado, gangues e
facções representam 30% de todos os assassinatos da América, em
comparação com menos de 1% na Ásia, Europa e Oceania. Ainda que picos
de homicídio estejam muitas vezes ligados a este tipo de violência, a
América tem níveis de homicídio cinco a oito vezes maiores do que a
Europa e a Ásia desde a década de 1950, aponta a ONU.
Cerca de
80% das vítimas de homicídio são homens, assim como 95% dos autores dos
crimes; 15% de todos os assassinatos resultam de violência doméstica e
a maioria (70%) das vítimas domésticas são mulheres. Mais da metade
das vítimas de homicídios têm menos de 30 anos de idade, com crianças
menores de 15 anos de idade representando pouco mais de 8% de todos os
homicídios.
ONU confirma dados sobre violência divulgados por ONG mexicana
A pesquisa da ONU confirma dados sobre violência apresentados em levantamento elaborado pela ONG mexicana Conselho
Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal AC divulgado em março
deste ano. Segundo a pesquisa mexicana, o Brasil é o país com mais
municípios no ranking: 16; e Maceió a quinta cidade mais violenta do
mundo. O México aparece em segundo, com nove. Apenas sete cidades da
lista não estão na América Latina: quatro dos Estados Unidos (Detroit,
Nova Orleans, Baltimore e Saint Louis) e três da África do Sul.
O
levantamento leva em conta a taxa de homicídios por grupo de 100 mil
habitantes no ano passado. De acordo com a ONG, foram levantados dados
disponibilizados pelos governos em suas páginas na internet e
consideradas só cidades com mais de 300 mil. Essa foi a quarta edição do
ranking. Dos 16 municípios do Brasil no ranking das cidades mais
violentas do mundo, seis vão receber jogos da Copa do Mundo: Fortaleza,
Natal, Salvador, Manaus, Recife e Belo Horizonte.
As brasileiras da lista mexicana
Maceió
(5ª colocada) - 79,76 homicídios por 100 mil habitantes; Fortaleza
(7ª) - 72,81; João Pessoa (9ª) - 66,92; Natal (12ª) - 57,62; Salvador
(13ª) - 57,51; Vitória (14ª) - 57,39; São Luís (15ª) - 57,04; Belém
(16ª) - 48,23; Campina Grande (25ª) - 46; Goiânia (28ª) - 44,56; Cuiabá
(29ª) - 43,95; Manaus (31ª) - 42,53; Recife (39ª) - 36,82; Macapá
(40ª) - 36,59; Belo Horizonte (44ª) - 34,73 e Aracaju (46ª) - 33,36.