segunda-feira, junho 22, 2015

Homicídios, assaltos e sequestros são a rotina da violência sem controle.

A Paraíba vive a ironia dos fatos que desmentem o discurso. Sempre que o Governo do Estado afirma estar conseguindo reduzir a violência, mais a violência cresce. São mais de 700 homicídios em menos de seis meses no Estado. Num dia, policiais são mortos, noutro, bandidos matam um comerciante dentro de seu próprio estabelecimento, mostrando como a impunidade leva à banalização da vida.

A banalização que move criminosos a sequestrar duas mulheres e um bebê. Depois, não satisfeitos de levar apenas o veículo, também estupram, espancam, passam com o carro por cima, amarram a criança e jogam aos animais para morrer também. E ficamos a nos perguntar: quem será a próxima vítima? Pode ser qualquer um, já não temos mais qualquer segurança de sair de casa e retornar em paz.

A Paraíba voltou ao noticiário nacional, porque o Governo tem se revelado incapaz de conter a violência crescente. Um Governo mentalmente perturbado que, em vez de assumir as próprias responsabilidades, joga a culpa, ora na mídia, ora na oposição. Um fenômeno conhecido como transferência, à luz da psicanálise. Quando não diz, é claro, que a violência no Estado é uma questão psicológica.

Um Governo que orienta as mulheres fazerem cara feia para assustar os bandidos, como remédio para conter a violência, ora vejam só. Quem, na verdade, está assustada com toda essa violência é a população, que seque literalmente refém da bandidagem. Mas, o Governo não assume suas responsabilidades. Prefere transferir culpa. Um Governo que prometia acabar com a violência em seis meses…

Mas, como poderia reduzir a violência se insiste em enfrentar a bandidagem com um contingente mínimo de policiais e prefere investir na compra de câmeras, em vez de colocar o efetivo nas ruas? Governo que remunera mal e mantém permanente contencioso com a tropa. Um Governo mal-humorado, que reage com rancor à menor crítica. Um Governo incapaz, sem vocação para a democracia. por Helder Moura