sexta-feira, setembro 18, 2015

Veja o que a PuTa está fazendo com o ensino na Paraíba.

Sem educação e atendimento à saúde nas instituições federais... 
A greve dos servidores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), entre professores e técnicos-administrativos, e a paralisação dos funcionários do Hospital Universitário da instituição deixaram a universidade vazia e têm causado transtornos aos estudantes e pacientes da unidade de saúde. O movimento grevista na instituição já ultrapassa os três meses e parece estar longe de terminar. Concluinte do curso de Letras da UFPB, Kaline Câmara já sente os efeitos da paralisação. Além de encontrar a biblioteca e demais setores de atendimento aos estudantes da instituição fechados, a estudante teve a apresentação da monografia adiada e corre o risco de perder um contrato de trabalho. Também estudante de Letras, Júlia Caroline disse que enfrentou dificuldades para conseguir uma ajuda de custo na Reitoria da UFPB para participar de um congresso acadêmico. “Participo de um projeto de extensão e tem uma verba destinada para todos os estagiários participarem de congressos fora do Estado. Mas com a greve nem todo mundo conseguiu”, disse a estudante. Ainda no Campus da UFPB em João Pessoa, muitos alunos que vêm de outras cidades e até de fora do Estado para mo- rar na Residência Universitária retornaram para casa, segundo os funcionários do local. Próximo aos apartamentos está localizado o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), cuja greve foi iniciada no dia 7 de julho. Com a paralisação dos servidores no hospital, mais de 45 mil atendimentos, entre consultas, exames e cirurgias, não estão sendo realizados. As amigas Lourdes Correia e Teresa Ferreira moram no bairro do Padre Zé, na capital, e esperaram cerca de três meses por uma consulta com médico.
IFPB: Universidade vai parar de vez... Os cortes promovidos pelo governo federal ameaçam o ensino na Paraíba. Reunidos ontem em assembleias, os servidores técnico-administrativos e os professores da UFPB decidiram manter a greve, assim como os professores da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Com um corte de R$26 milhões no orçamento, a situação financeira da instituição de ensino é crítica, com recursos para pagar as contas somente até o próximo mês. O reitor da UFCG, Edilson Amorim, disse que, caso não haja a reversão dos cortes e suplementação orçamentária de pelo menos R$ 12 milhões, não será possível pagar as contas de custeio de novembro e dezembro. Na UFPB, os grevistas avaliaram a paralisação e discutiram o posicionamento do governo federal em relação à cobrança de melhorias salariais para as duas categorias. O coordena- dor do comando local de greve do Sindicato dos Docentes da UFPB, Marcelo Sitcovsky, informou que até o próximo dia 23 haverá, em todo o país, mobilizações referentes à greve. No IFPB, os servidores reivindicam isonomia de benefícios, uma data-base e reajuste linear de 27,3% para 2016.

A crise econômica na PARAÍBA... 
Driblar os efeitos da crise econômica está cada dia mais difícil para os paraibanos. Não adianta apenas reduzir custos para arcar com a elevação tributária proposta pelo governo do Estado. Serviços considera- dos cotidianos estão comprometidos na Paraíba por conta da crise, o que acarreta dificuldades na hora de conseguir atendimento médico, emitir documentos e até mesmo receber correspondências. A política econômica do Planalto afetou sobretudo o ensino federal. Na Paraíba, cerca de 63 mil alunos estão sem aula por conta das graves nas instituições de ensino. Com dinheiro em caixa para pagar apenas as despesas de outubro, na Universidade Federal de Campina Grande a situação é crítica. As atividades estão paralisadas há mais de 80 dias e não há qualquer sinalização para que a greve chegue ao fim. A mesma situação se repete na UFPB, que sofreu um corte de 30% no orçamento, e no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB). Quem procura os serviços do INSS também sente na pele os efeitos da crise. Os servidores do órgão cruzam os braços desde o dia 13 de julho, o que afeta o atendimento das 39 agências localizadas na Paraíba. Para iniciar processos de aposentadoria, por exemplo, os paraibanos retornam todos os dias para casa frustrados, já que os grevistas mantêm apenas perícia e emergências. A emissão de carteiras de trabalho, solicitação de registro profissional e pedidos de seguro-desemprego também estão suspensos no Estado em virtude da greve dos servidores da Superintendência Regional do Trabalho e Em- prego. Os transtornos decorrentes da crise não param por aí. Quatro toneladas de correspondências estão para- das com a greve dos Correios. Contas atrasadas e encomendas encalhadas serão mais um problema a ser administrado pelos paraibanos. O comércio foi afetado com queda nas vendas e apresentou a segunda maior retração do país. Por aqui, o índice de desemprego também atingiu índices alarmantes, com perda de 2.620 postos de trabalho no mês de julho, o pior resultado para o mês dos últimos 12 anos na Paraíba. A crise incidiu ainda sobre a cesta básica em João Pessoa, que aumentou 13% e já é a quarta mais cara do país. Os ajustes feitos pelo governo federal são criticados até mesmo pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), entidade que defende a gestão petista. O presidente da entidade, Vagner Freitas, endureceu o discurso contra as medidas econômicas, o que classificou como “lamentáveis” e “recessivas”, por imputar a culpa da crise aos trabalhadores. Mesmo indo às ruas para defender o governo de Dilma Rousseff, a CUT não poupa críticas ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

UFPB 112 dias de greve 
UFCG 83 dias de greve 
IFPB 86 dias de greve 
HU 112 dias de greve 
INSS 66 dias de greve 
MTE 66 dias de greve 
Correios 2 dias de greve 

MEDIDAS DO GOVERNO DO ESTADO 
Economia de R$25,6 mi com reforma administrativa Elevação da alíquota do ICMS, IPVA e ITCD Pedidos de empréstimos no valor de R$1,7 bilhão Realização de mutirão fiscal.
Remanejamento no orçamento 

OS EFEITOS NA PARAÍBA 
Corte de R$40 milhões na Segurança Pública Aumento de R$289 mi na arrecadação com elevação do ICM S R$218 milhões não entraram nos cofres do Estado 35 prefeituras tiveram as contas zeradas pelo INSS Corte de R$26 milhões no orçamento da UFCG Greve nas Universidades Federais, IFPB, INSS, Correios, Super Corte de 30% no orçamento da UFPB 2.620 demissões no mês de julho