quarta-feira, outubro 14, 2015

Homicídio macabro em Sumé - Padrasto e mãe são presos por morte.

Quatro pessoas foram autuadas pela morte de um menino de cinco anos no município de Sumé, no Cariri paraibano, a 267 quilômetros de João Pessoa. Entre os presos estão o padrasto e mãe da vítima. O corpo foi encontrado nesta terça-feira (13) com requintes de crueldade. A população tentou invadir a delegacia da cidade para linchar os suspeitos. Segundo Yure Givago, delegado de Sumé, que está à frente das investigações, outras duas pessoas foram presas e vão responder por homicídio qualificado. “Foram presos em flagrante delito a mãe do garoto, o padrasto, um doente mental e um amigo da família. Informações desencontradas nos depoimentos e testemunhas foram fundamentais para a prisão do quarteto”, falou. Uma quinta pessoa pode estar envolvida na trama criminosa. Conforme a Polícia Civil, a mãe da criança vai responder inicialmente por comissivo por omissão, que é quando a pessoa abstém de agir para evitar um crime. O padrasto, o doente metal e um amigo da família da vítima vão responder por homicídio duplamente qualificado. O inquérito policial está trabalhando com três linhas de investigações: morte por magia negra, assassinato praticado por um doente mental e homicídio por vingança praticado pelo amigo da família, que saiu recentemente do presídio e jurou matar a mãe da criança porque ela foi testemunha de acusação em um processo contra ele. “Nada foi descartado até agora. Temos quatro presos – que não temos dúvidas da participação deles na morte do garoto – e três linhas de investigações. Uma foice foi apreendida. Vamos ouvir outras pessoas, que podem estar envolvidas nesse crime. Em curto espaço de tempo vamos elucidar a morte da criança”, avisou delegado Paulo Ênio, que Enquanto a Polícia Civil colhia o depoimento dos suspeitos, uma grande concentração de pessoas se formou em frente da delegacia da cidade. O grupo tentou invadir o local para linchar os suspeitos. A polícia usou spray de pimenta para dispersar os manifestantes e acionou a Polícia Militar para conter as pessoas. Os homens presos serão levados para a Cadeia Pública de Sumé a mulher para a carceragem da Delegacia de Monteiro. 

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Entenda o caso
Criança é achada morta com cabeça apedrejada, cortes no pescoço, tórax e abdomen abertos e genitália decepada... Um crime macabro deixou os paraibanos chocados nas últimas 24 horas, depois que uma criança de 5 anos foi encontrada morta com requintes de crueldade, tendo a cabeça apedrejada, pescoço cortado, o corpo aberto do pescoço até a altura da virilha e o órgão genital decepado. O crime aconteceu na cidade de Sumé, no Cariri paraibano. A Polícia Civil já tem nomes de quatro suspeitos e o delegado Yuri Givago disse que não está descartada a possibilidade de que o crime tenha ocorrido em meio a um ritual de magia negra, mas disse também ter elementos concretos de violência familiar que levam a outras linhas de investigação. Foram mais de 30 horas de buscas pela vítima, Everton Siqueira da Silva, que havia desaparecido desde a noite do último domingo, depois de sair da casa onde morava para ir à residência da avó, Damiana Maria de Lima, no bairro Várzea. A irmã do garoto foi a última pessoa que o viu. “Eles estavam indo juntos para casa da avó e Everton começou a brincar empurrando um pneu velho na rua, segundo o relato da irmã. Ela continuou caminhando e chegou sem ele até a casa da avó. Apenas à noite os familiares perceberam o desaparecimento”, disse o delegado. Durante toda a noite do domingo e a última segunda- -feira, parentes, amigos, a polícia e o Conselho Tutelar de Sumé fizeram buscas pelo menino desaparecido. O corpo foi localizado por volta das 6h de ontem em uma vala, no bairro Frei Damião, que fica vizinho ao bairro onde a vítima morava. 

O padrasto da criança foi quem encontrou o corpo e disse que próximo ao local havia um homem, conhecido na cidade por sofrer de problemas psíquicos, em atitude suspeita. Este homem de 50 anos, que não teve o nome revelado, foi conduzido para delegacia de Polícia Civil e prestou depoimento. O padrasto, a mãe e a avó do menino também foram levados à delegacia e passaram por oitivas. O delegado explicou que existem muitas informações e que a polícia está colhendo os depoimentos e tentando unir todos os elementos. “São muitas versões de como a criança sumiu e como foi encontrada. Apesar da violência e suspeita de relação com magia negra, estamos trabalhando com a maior lucidez possível para não ir por emoções e acabar perdendo a investigação. Estamos trabalhando para identificar os autores e como o crime foi praticado e depois disso conseguir chegar à motivação”, explicou. Sobre os suspeitos, o delegado disse que “a mãe da criança e o padrasto falaram muitas coisas diferentes, entraram em contradição e tentaram mudar o foco do depoimento, quando falamos de informações concretas. Temos algumas informações sobre a relação deles com o menino, mas não podemos divulgar detalhes no momento. Já o homem que viram próximo ao local onde a criança estava é uma pessoa conhecida na cidade por ter problemas psíquicos, mas o fato dele estar próximo não quer dizer que ele fez parte. Mesmo com a limitação, ele foi coeso no depoimento”, disse o delegado. Os detalhes sobre o crime são poucos, mas a Polícia Civil e o Instituto de Polícia Científica (IPC) já conseguiram constatar que a criança foi morta em outro lugar e depois jogada no local onde foi encontra da. Os peritos informaram que Everton sofreu pedradas e um esgotamento (primeiro corte no pescoço) ainda com vida. Depois disso o garoto ainda teve um segundo corte no pescoço e o corpo sofreu u m a incisão pelo tórax e abdome e teve o órgão genital decepado. O órgão genital da criança foi encontrado pendurado e um galho de árvore próximo. A polícia ainda tenta descobrir onde o menino foi morto, antes de ser deixado na vala. “Em 5 anos como delegado a Polícia Civil, este foi o crime mais violento que eu já acompanhei”, desabafou. Yuri Givado. (Especial para o JP)