segunda-feira, novembro 30, 2015

Cresce para 248 o número de casos de microcefalia na Paraíba.

Subiu para 248 o número de casos suspeitos de microcefalia na Paraíba. Os dados foram divulgado nesta segunda-feira (30) pelo Ministério da Saúde. O levantamento foi feito até o dia 28 de novembro. O número representa um aumento de 138,4% em relação ao último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado, quando foram notificados 104 casos.

A Paraíba é o segundo estado do país com o maior número de casos, ficando atrás apenas de Pernambuco, com 646 notificações. No Brasil, foram notificados 1.248 casos suspeitos de microcefalia em 311 municípios de 14 estados diferentes. Entre o total de casos, foram notificados sete óbitos. Um recém-nascido do Ceará, com diagnóstico de microcefalia e outras malformações congênitas por meio de ultrassonografia, teve resultado positivo para vírus zika. Outros cinco no Rio Grande do Norte e um no Piauí estão em investigação para definir causa da morte.

Relação Zika e Microcefalia

O Ministério da Saúde confirmou neste sábado (28) a relação entre o vírus Zika e o surto de microcefalia na região Nordeste. A confirmação foi possível a partir da confirmação do Instituto Evandro Chagas da identificação da presença do vírus Zika em amostras de sangue e tecidos do recém-nascido que veio a óbito no Ceará.

Essa é uma situação inédita na pesquisa científica mundial. As investigações sobre o tema devem continuar para esclarecer questões como: a transmissão desse agente; a sua atuação no organismo humano; a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez.

O achado reforça o apelo do Ministério da Saúde para uma mobilização nacional no combate ao mosquito Aedes aegypti, responsável pela disseminação da dengue, zika e chikungunya. O êxito dessa medida exige uma ação nacional, que envolve a União, os estados, os municípios e a toda a sociedade brasileira. O momento agora é de unir esforços para intensificar ainda mais as ações e mobilização.

A campanha lançada nesta semana alerta que o mosquito da dengue mata e, portanto, não pode nascer.  A ideia é que todos os dias sejam utilizados para uma limpeza e verificação de focos que possam ser criadouros do mosquito. O sábado seria como dia D, da faxina. O resultado do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) indica 199 municípios brasileiros em situação de risco de surto de dengue, chikungunya e zika, o que reforça a necessidade de uma mobilização imediata de todos.

Atividades  

Nesta segunda-feira (30), chegarão técnicos do Ministério da Saúde na Paraíba e também no estado de Sergipe. Em Pernambuco, a equipe permaneceu quase um mês em campo, do dia 26 de outubro a 24 de novembro. No Rio Grande do Norte, técnicos estão em campo desde o dia 25 de novembro.

Além disso, o Ministério da Saúde mantém contato com as secretarias estaduais e municipais para articular uma resposta conjunta e, em especial, mobilizar ações contra o mosquito Aedes aegypti. Comitês de especialistas apoiarão o Ministério da Saúde nas análises epidemiológicas e laboratorial, bem como no acompanhamento dos casos.

GESTANTES  

O Ministério da Saúde alerta as gestantes que mantenham o acompanhamento e as consultas de pré-natal, com a realização de todos os exames recomendados pelo médico. O Ministério da Saúde reforça ainda a orientação de não consumirem bebidas alcoólicas ou qualquer outro tipo de drogas, não utilizar medicamentos sem orientação médica e evitar contato com pessoas com febre ou infecções.

É importante também que as gestantes adotem medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doença, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.

A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Na atual situação, a investigação da causa é que tem preocupado as autoridades de saúde. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm. Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.

Secretarias de Saúde

A Secretaria de Saúde do estado informou que apenas nesta terça-feira (1) irá divulgar os procedimentos que serão tomados no combate ao mosquito Aedes aegypti. Já a Secretaria de Saúde de João Pessoa, informou que está elaborando um plano estratégico para combater o mosquito e ainda pediu colaboração da população no combate ao transmissor da zika, dengue e da chikungunya.