NA PARAÍBA: Pelo menos 26 vice-prefeitos se preparam para tentar tomar o poder no próximo ano... Com o pontapé inicial do
processo de impeachment
da presidente Dilma Rousseff
(PT) na Câmara dos Depu-
tados e o agravamento das
crises política e econômica, o
vice-presidente Michel Temer
(PMDB) viu a possibilidade de
comandar os destinos do país.
Além de enviar uma carta a
Dilma, praticamente oficializando seu rompimento, ele
articula nos bastidores o enfrentamento do partido com
a petista com vistas ao impedimento. O “efeito Temer” não
chega a ser uma novidade nos
municípios da Paraíba e pelo
menos 26 vices romperam
com os prefeitos. A diferença
é que grande parte deles diz
querer “tomar” as prefeituras
pelo voto popular, em 2016,
sendo como candidatos ou
apoiando nomes da oposição.
Em Bananeiras, no Brejo, o
vice-prefeito Matheus Bezerra
(PMDB) anunciou o rompimento com o prefeito Douglas Lucena (PSB) em uma carta aberta
à população na qual confirma
que vai disputar a chefia do Poder Executivo no ano vindouro.
Além de fazer duras críticas administrativas e políticas
a Douglas, por não honrar os
compromissos de campanha,
Matheus também ressalta o
projeto do PMDB de fazer o
maior número de prefeitos
em 2016. “Com entusiasmo
próprio dos mais jovens, uma
personalidade marcada por
honestidade de propósitos, de-
terminação, coragem e vontade de trabalhar pelo meu povo,
aceito o pedido dos meus amigos, companheiros, lideranças
e correligionários e coloco-me
como pré-candidato a prefeito
de minha amada Bananeiras”,
anuncia Bezerra.
Em Puxinanã, no Agreste,
o vice-prefeito Marcos Antonio Araújo (PSB) também
decretou o rompimento com
a prefeita Lúcia Aires depois
que ele deixou recentemente
o PSB e se filiou ao PSDB. “Ela
mudou de lado, mas eu con-
tinuo no partido, ao lado do
governador e do povo de Puxinanã. Serei candidato a prefeito no próximo ano para o que
der e vier”, afirmou Marcos de
Zuza, como é mais conhecido
o vice-prefeito.
Em Sousa, no Sertão, o
vice-prefeito José Célio (sem
partido) está rompido com
o prefeito André Gadelha
(PMDB) desde as eleições de
2014, quando aderiu à candidatura à reeleição do governador Ricardo Coutinho (PSB),
enquanto o peemedebista
ficou no palanque do então
candidato ao governo, Cássio
Cunha Lima (PSDB). José Célio, a priori, pretende disputar a prefeitura contra André.
Outra hipótese é apoiar o ex-
-prefeito Fábio Tyrone (PSB),
que tentará voltar ao Poder
Executivo em 2016.
Em Nova Olinda, o vice-
-prefeito jornalista Idácio Sou-
to (PMDB) também rompeu
politicamente com o grupo
da prefeita Maria do Carmo
(PSDB). Idácio acusa a gestora
de não cumprir acordos assu-
midos com ele e anunciou que
vai disputar a chefia do Poder
Executivo em 2016. Maria do
Carmo vai apoiar Diogo Ri-
chelle (PSDB).
SANTA RITA
A maior trama de um vice-
-prefeito (Netinho de Várzea
Nova) para derrubar o prefeito (Reginaldo Tavares) foi
registrada em Santa Rita, no
Litoral paraibano. Eles se revezam na chefia do Executivo
desde março de 2014. Netinho
se uniu à maioria dos vereadores para destronar Reginaldo e chegou à prefeitura. De-
pois, Tavares fez um acordo
com a oposição e tirou Netinho do poder. Em seguida, ele
retornou, saiu e voltou. Além
do embate jurídico, eles travaram uma disputa política.
Por enquanto, Netinho está
como prefeito e vai disputar a
reeleição. Reginaldo também
revela que será candidato ao
Executivo.
Em uma das sentenças
favoráveis a Netinho, o juiz
Gustavo Procópio Bandeira
de Melo afirmou que a questão
de Santa Rita não é verba orçamentária, “mas uma ferrenha
guerra política, infelizmente
levada para o coração, ao arrepio da necessária separação
entre o interesse público e o
interesse privado/partidário
do governante” Jornal da Paraíba, deste domingo.