Médica ginecologista Márcia Fonseca (proprietária da UNICLINI em ITABAIANA)
Jornal da Paraíba, deste domingo, 31.
Reportagem de Giovanna Ismael.
PRIMEIRA CONSULTA AO GINECOLOGISTA...
Cuidados ainda na adolescência são fundamentais para uma vida saudável e o tipo de exame para essas pacientes é diferenciado...
Após os 40 anos, é indicado que as mulheres visitem
com certa constância seus
médicos ginecológicos. Mas
não é apenas nessa idade que
o corpo feminino precisa de
atenção. Cuidados ainda no
início da adolescência são
fundamentais para uma vida
saudável. Na puberdade, muitas meninas sentem receio ou
vergonha de ir ao médico, sem
saber que é justamente essa a
idade indicada.
Como muitas mães, a secretária Verdânia Carneiro
esperou que sua filha Maria
Eduarda, de 12 anos, iniciasse
o ciclo menstrual para levá-la ao médico ginecologista. O
profissional chamado ginecologista infanto-puberal é voltado para o atendimento de
meninas nesta faixa-etária,
quando passam da idade de
visitas ao pediatra. “Eu sempre pensei que se ela não tivesse nenhum problema de
saúde antes, o primeiro momento a levá-la seria após a
primeira menstruação. Como
a hora chegou, estou só esperando ela entrar nas férias
escolares para ir com ela ao
consultório”.
A médica ginecologista
Márcia Fonseca disse que a
mãe acertou em cheio e que
esse é, sim, o período indicado
para se fazer a primeira consulta. “Caso não haja queixas
de corrimento, dores, coceiras, esse momento é o ideal.
Nessa hora, devemos orientar
para cuidados de higiene, para
saber se ela está se desenvolvendo bem, se as cólicas estão
fortes ou não”, explicou
Verdânia conta que sempre
teve o diálogo aberto com Maria Eduarda e procura orientá-la desde cedo. “Há algum
tempo, ela veio me perguntar
o que era exame ginecológico.
Eu respondi e expliquei que o
procedimento é diferente para
meninas virgens, que ela não
tinha com o que se preocupar”, disse Verdânia. De fato,
o exame para as pacientes que
não iniciaram a vida sexual
não é igual ao daquelas que já
são sexualmente ativas.
Márcia explicou que na
primeira consulta é feito o
exame físico, como análise
nas mamas e possíveis caracteres sexuais secundários;
além de ultrassom pélvica e
exames laboratoriais de rotina. “Também é importante
conferir o estado nutricional
da paciente e a parte hormonal. Antes de sermos ginecologistas, somos também médicos”, declarou.
O uso de materiais intra-
vaginais não é obrigatório e
deve ser utilizado com a per-
missão das pacientes. “Se a
menina permitir ou se houver
alguma queixa de corrimento
ou algo assim, utilizamos o
espéculo [instrumento para
se observar o interior da vagina]. Mas, normalmente, fazemos uma coleta do exame de
colpocitologia com cotonete
ou escovinha pelo orifício do
hímen”, esclareceu Márcia.
Além disto, são apresentados
os métodos contraceptivos e
uso de preventivos contra doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
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