Mesmo sem trabalhar durante 45 dias, parlamentares não reduziram despesas na Assembleia... Os 36 deputados estaduais
paraibanos entraram em recesso no dia 19 de dezembro,
um dia depois de aprovarem a
Lei Orçamentária Anual (LOA
2016). De lá para cá, como manda o regimento, passaram o mês
de janeiro inteiro de folga e retornaram ao trabalho no dia 2
de fevereiro, mas apenas para a
abertura dos trabalhos, para receber o discurso do governador
Ricardo Coutinho (PSB). Depois
disso, as portas da Assembleia
Legislativa foram fechadas por
mais 15 dias e só reabertas no
dia 16 deste mês.
Se é inegável que houve pouco trabalho, não se pode dizer
o mesmo da preocupação dos
deputados em tentar reduzir as
despesas da Casa em período de
crise econômica.
Nos primeiros
45 dias deste ano, a Assembleia
Legislativa da Paraíba teve que
desembolsar R$ 1,38 milhão da
Verba Indenizatória da Atividade Parlamentar (VIAP) para
ressarcir os gabinetes dos 36
deputados estaduais, que passaram todo esse tempo de folga
do trabalho.
A verba indenizatória, que
é legal e garantida pela Resolução 1.635/2014, pode ser usada
para custear despesas decorrentes do exercício dos deputados
e garantir auxílio à atividade
parlamentar, divulgação do
mandato e apoio técnico. Na
lei estão previstos gastos com
aluguel de imóvel, taxas de condomínio, IPTU, contas de tele-
fone fixo e móvel, de internet,
de água e de energia elétrica,
locação ou fretamento de aeronaves, material de expediente,
combustíveis e lubrificantes,
mas há quem gaste também
com serviços de segurança, pagamento de hospedagem e de
serviços assistenciais.
Na prática, entretanto, a utilização não é tão rígida, já que o
deputado pode não gastar toda
a verba dentro do mês de referência. Então, quem não gasta
tudo pode guardar o restante
para ser utilizado nos meses
seguintes. Dentre os deputados que foram empurrando o
crédito para frente e mais cobraram ressarcimento no final
do ano passado, o recordista é
Bruno Cunha Lima (PSDB), que
utilizou R$ 60.819,73 da VIAP,
seguido do deputado Zé Paulo
de Santa Rita, que registrou R$
58.888,44, e da socialista Estela
Bezerra (58.523,64).
Quem também ultrapassou em muito a média em dezembro foram o peemedebista
Gervásio Maia (R$ 53.703,58) e
Jutay Menezes, que gastou em
dezembro R$ 51.948,11, além do
líder da oposição, Renato Gadelha (PSC), que 'torrou' o saldo de
R$ 58.036,44.
Em janeiro deste ano, ainda segundo dados do Sistema
Integrado de Administração Financeira (Siaf ), pelo menos 14
deputados fizeram o uso total
dos R$ 40 mil do cotão, inclusive o deputado Jullys Roberto,
que está ocupando a cadeira
de Doda de Tião, que volta no
final deste mês. Também com
mandatos temporários na Assembleia, os suplentes Charles
Camaraense e Antônio Mineral
(PSDB) receberam o ressarcimento de R$ 39.499,15 e R$
39.950,00, respectivamente.
Recesso e crise econômica não
sensibilizaram parlamentares...
Além da verba do chamado
'cotão parlamentar', também
houve registros de gastos in-
compatíveis para uma Casa
que estava funcionando em ritmo mais lento do que o normal,
devido ao recesso. Os gastos
totais no mês de janeiro até a
última segunda-feira chegaram
a R$ 22,5 milhões. No mesmo
período do ano passado, o Legislativo estadual gastou R$18,8
milhões. Mesmo corrigido pela
inflação, o valor não passa de R$
21 milhões.
O maior volume de despesas se refere a valores empenhados para pagamento de vencimentos pessoal e encargos sociais, no total de R$ 11,26 milhões. Mas chama a atenção o montante de R$ 80,45 mil empenhados para locação de veículos e aeronaves, além de R$ 84,88 mil para aquisição de combustível para abastecer a frota da Assembleia no mês de janeiro e ainda R$ 5,8 mil com diárias. Também há gastos elevados com comunicação e divulgação, que passam de R$ 725,8 mil e com limpeza e higienização, registrados em mais de R$ 520,18 mil.
Os gastos se tornam elevados diante de um cenário de crise e redução no repasse do duodécimo aos poderes, que apenas no mês de janeiro já veio com R$ 1,5 milhão a menos para a Assembleia Legislativa do que era esperado. Recentemente, o presidente da Casa, Adriano Galdino, revelou que o déficit mensal do poder é de R$ 500 mil e que seria preciso tomar uma série de medidas para conter os gastos da Casa. Dentre as medidas de economia, ele antecipou que poderia diminuir o expediente na Casa como forma de reduzir gastos com energia elétrica e horas extras.
O maior volume de despesas se refere a valores empenhados para pagamento de vencimentos pessoal e encargos sociais, no total de R$ 11,26 milhões. Mas chama a atenção o montante de R$ 80,45 mil empenhados para locação de veículos e aeronaves, além de R$ 84,88 mil para aquisição de combustível para abastecer a frota da Assembleia no mês de janeiro e ainda R$ 5,8 mil com diárias. Também há gastos elevados com comunicação e divulgação, que passam de R$ 725,8 mil e com limpeza e higienização, registrados em mais de R$ 520,18 mil.
Os gastos se tornam elevados diante de um cenário de crise e redução no repasse do duodécimo aos poderes, que apenas no mês de janeiro já veio com R$ 1,5 milhão a menos para a Assembleia Legislativa do que era esperado. Recentemente, o presidente da Casa, Adriano Galdino, revelou que o déficit mensal do poder é de R$ 500 mil e que seria preciso tomar uma série de medidas para conter os gastos da Casa. Dentre as medidas de economia, ele antecipou que poderia diminuir o expediente na Casa como forma de reduzir gastos com energia elétrica e horas extras.