Mudança. Partidos orientam candidatos a driblar falta de dinheiro nas campanhas utilizando a criatividade... A falta de dinheiro somada
a atenção redobrada para
não cometer irregularidades,
como por exemplo o
Caixa 2, farão os candidatos
a prefeito, vice e vereadores
mudarem a estratégia na
campanha eleitoral. O uso
da internet e a intensificação
do corpo a corpo devem
ser as saídas para enfrentar
as dificuldades estabelecidas
com a nova legislação.
O cientista político Fábio Machado afi rma que as restrições
devem tornar o trabalho
mais duro e cauteloso.
Mas, ele não acredita que
as novas regras tornarão as
eleições perfeitas, por causa
do histórico de casos de
corrupção que há no país.
"Há expectativa de redução
da circulação do dinheiro.
Porém, a gente pode sim se
surpreender com políticos
corruptos", disse.
Com as alterações promovidas
pela Reforma Eleitoral,
os candidatos também
estão atentos aos limites de
gastos durante a campanha
eleitoral. Com a proibição do
financiamento das campanhas,
através das empresas,
o ‘caixa 2’ é uma ameaça ao
candidato e a maioria tem
buscado estratégias para
elaborar o processo administrando
as necessidades
com gastos menores do que os realizados em eleições anteriores.
Na Paraíba, as eleições passadas
foram marcadas por
gastos exorbitantes - principalmente
em comunicação.
Neste pleito, os dirigentes
dos partidos têm orientado
os pré-candidatos a buscarem
alternativas mais em
conta como o uso da internet
e as visitas aos eleitores, que
segundo eles, são extremamente
efi cientes para eleger
o candidato. O fi nanciamento
de campanha é uma dúvida
do eleitorado brasileiro.
Trajetória deve beneficiar.
Fábio Machado ressaltou a
importância dos candidatos
administrarem com atenção
as prioridades para elaborar
financeiramente a campanha.
Ele explicou que a nova
lei vai exigir mais e o fato
de atualmente existir várias
prisões de empresários
acusados por lavagem de dinheiro,
vai contribuir para
que o momento não seja propício
para correr riscos. O
especialista disse ainda, que
mesmo com pouco recurso,
quem deve ser mais beneficiado nas eleições de outubro
são os candidatos com
trajetórias maiores, mais
conhecidos pela população.
"Esses saem na frente, pois
são figuras que têm estratégias
e muitos têm um trabalho
sistemático", alegou.
Fábio Machado comentou
que sem o dinheiro das empresas,
o pleito deve atenuar
um pouco para os candidatos
conhecidos, que têm realizado
atividades que devem
contribuir para que permaneçam
exercendo o mandato
o qual foram eleitos. Um
exemplo é o presidente da
Câmara de Vereadores de
Campina Grande, Pimentel
Filho (PSD). Ele foi eleito
vereador pelo sexto mandato
consecutivo e atribui a
conquista ao contato permanente
com os eleitores.
Gasto de R$ 5,2 milhões.
Nas eleições municipais de
2012, os candidatos a prefeitura
de João Pessoa e Campina
Grande priorizaram a
divulgação da campanha para
investir e gastar mais durante
o período eleitoral. Grande
parte do recurso foi investido
em divulgações com carros
de som, jornais e revistas,
materiais impressos, placas,
Standartes e faixas, além da
produção de programas de rádio,
televisão ou vídeo. A locação
de veículos e alimentação
também estão na lista dos que
mais gastam dinheiro.
No pleito passado, a candidata
do PP, Daniella Ribeiro,
foi quem mais investiu na
campanha em todo o estado.
A deputada investiu o valor
de R$ 5.226.375,77 para disputar
a prefeitura de Campina
Grande. As despesas com
transportes ficaram em segundo
lugar na preferência
da candidata.
Na Capital, o menor gasto
na eleição municipal passada
foi o do atual prefeito, Luciano
Cartaxo (PSD).
Foram
R$ 2.082.255,47 no primeiro
turno.
Candidato prestará contas.
A maioria dos representantes
dos partidos na Paraíba
está orientando os pré-candidatos
sobre a melhor forma
de realizar a campanha
eleitoral para evitar problemas
com a Justiça Eleitoral
relacionados aos gastos financeiros.
A partir de agora,
as prestações de contas deverão
ser feitas pelo próprio
candidato e pelo partido, e
não mais pelo comitê financeiro.
Grande parte dos dirigentes
acredita nas redes
sociais como a melhor forma
de atingir o eleitorado este
ano. As legendas maiores
contam com o apoio de equipe
jurídica para orientar pretendentes
à disputa.
O pré-candidato à reeleição,
o prefeito de João Pessoa,
Luciano Cartaxo (PSD),
já conta com o trabalho que
foi realizado durante os
quase quatro anos a frente
da Prefeitura Municipal.
Porém, o gestor vai apostar
no contato pessoal com o
eleitor com a realização de
visitas e reuniões marcadas
nas comunidades onde ele
teve mais votos. O presidente
municipal do PSD, Lucélio
Cartaxo, acredita que o
‘corpo a corpo' vai colaborar
para que o candidato ganhe
votos. Ele acrescentou que
uma boa equipe de profissionais
especialistas em rede
sociais também será neces
Ronaldo Barbosa. PSB
Sempre que há dúvidas,
os candidatos ligam para
o nosso pessoal. Mas, eu
tenho dito que aquilo que
for duvidoso, não faça.
Lucélio Cartaxo. PSD
Evidente que depende
muito do perfil de cada
candidato. No entanto, a
grande arma da candidatura
será o corpo a corpo.
Marcondes Gadelha. PSC
Hoje podemos trabalhar
para a campanha com um
celular na mão, onde podemos
gravar vídeos e divulgar
sem nenhum custo. Séria como a forma mais rápida
de comunicação.
O presidente estadual do
PSC, Marcondes Gadelha,
também tem orientado os
pré-candidatos do partido
para o uso das redes sociais.
"A internet vai valer a pena
e é de graça", disse o dirigente.
Ele ressaltou que evidentemente
vai haver gastos
durante o processo. Mas, garante
que as despesas serão
menores devido às restrições
impostas pela nova lei. Marcondes Gadelha afirma
que não vai haver recurso
para ninguém e acredita
que os que têm dinheiro para
investir, não será o fator
mais importante como foi
em eleições passadas. "Outra
orientação garantida é
que o candidato ande muito.
Gaste muita sola de sapato,
dê abraço e converse, pois
nada disso tem despesa".
Um dos partidos que mais
possui pré-candidaturas no
estado, O PSB tem uma estrutura
organizada para não correr riscos e ultrapassar
o limite de gastos permitidos.
O presidente do Diretório
Municipal na Capital,
Ronaldo Barbosa, explicou
que a legenda montou uma
equipe jurídica e contábil
para orientar os vereadores
e pré-candidatos a prefeito
pela sigla. "Sempre que há
dúvidas, eles ligam para o
nosso pessoal. Mas, eu tenho
dito que aquilo que for duvidoso,
não faça. A Legislação
está muito modificada, extremamente
rígida e todos
devem ter bastante atenção
à questão dos gastos", destacou.
Ele também concorda
que as redes sociais devem
ser o melhor investimento.
Cartaxo afirmou que há
como montar uma estratégia
para administrar o que vai ser
gasto durante a campanha.
Ele disse que a redução do
tempo de 90 dias para 45 também
vai contribuir para que
o planejamento seja mais eficiente. O presidente estadual
do PSDB, Ruy Carneiro, acha
que a prioridade deve ser do
candidato e não do partido.
Mas, orienta que eles invistam
em comunicação e propostas.
"Acho que no mundo de hoje
essa é a principal forma de
conquistar o voto", disse. Este
ano, mais de R$ 6 milhões devem
ser gastos pelos candidatos
a prefeitos nos principais
colégios eleitorais da Paraíba. JC