sábado, julho 30, 2016

Eleições 2016: Corpo a corpo para superar crise.


Mudança. Partidos orientam candidatos a driblar falta de dinheiro nas campanhas utilizando a criatividade... A falta de dinheiro somada a atenção redobrada para não cometer irregularidades, como por exemplo o Caixa 2, farão os candidatos a prefeito, vice e vereadores mudarem a estratégia na campanha eleitoral. O uso da internet e a intensificação do corpo a corpo devem ser as saídas para enfrentar as dificuldades estabelecidas com a nova legislação. O cientista político Fábio Machado afi rma que as restrições devem tornar o trabalho mais duro e cauteloso. Mas, ele não acredita que as novas regras tornarão as eleições perfeitas, por causa do histórico de casos de corrupção que há no país. "Há expectativa de redução da circulação do dinheiro. 

Porém, a gente pode sim se surpreender com políticos corruptos", disse. Com as alterações promovidas pela Reforma Eleitoral, os candidatos também estão atentos aos limites de gastos durante a campanha eleitoral. Com a proibição do financiamento das campanhas, através das empresas, o ‘caixa 2’ é uma ameaça ao candidato e a maioria tem buscado estratégias para elaborar o processo administrando as necessidades com gastos menores do que os realizados em eleições anteriores. Na Paraíba, as eleições passadas foram marcadas por gastos exorbitantes - principalmente em comunicação. Neste pleito, os dirigentes dos partidos têm orientado os pré-candidatos a buscarem alternativas mais em conta como o uso da internet e as visitas aos eleitores, que segundo eles, são extremamente efi cientes para eleger o candidato. O fi nanciamento de campanha é uma dúvida do eleitorado brasileiro.

Trajetória deve beneficiar.
Fábio Machado ressaltou a importância dos candidatos administrarem com atenção as prioridades para elaborar financeiramente a campanha. Ele explicou que a nova lei vai exigir mais e o fato de atualmente existir várias prisões de empresários acusados por lavagem de dinheiro, vai contribuir para que o momento não seja propício para correr riscos. O especialista disse ainda, que mesmo com pouco recurso, quem deve ser mais beneficiado nas eleições de outubro são os candidatos com trajetórias maiores, mais conhecidos pela população. "Esses saem na frente, pois são figuras que têm estratégias e muitos têm um trabalho sistemático", alegou. Fábio Machado comentou que sem o dinheiro das empresas, o pleito deve atenuar um pouco para os candidatos conhecidos, que têm realizado atividades que devem contribuir para que permaneçam exercendo o mandato o qual foram eleitos. Um exemplo é o presidente da Câmara de Vereadores de Campina Grande, Pimentel Filho (PSD). Ele foi eleito vereador pelo sexto mandato consecutivo e atribui a conquista ao contato permanente com os eleitores.

Gasto de R$ 5,2 milhões.
Nas eleições municipais de 2012, os candidatos a prefeitura de João Pessoa e Campina Grande priorizaram a divulgação da campanha para investir e gastar mais durante o período eleitoral. Grande parte do recurso foi investido em divulgações com carros de som, jornais e revistas, materiais impressos, placas, Standartes e faixas, além da produção de programas de rádio, televisão ou vídeo. A locação de veículos e alimentação também estão na lista dos que mais gastam dinheiro. No pleito passado, a candidata do PP, Daniella Ribeiro, foi quem mais investiu na campanha em todo o estado. A deputada investiu o valor de R$ 5.226.375,77 para disputar a prefeitura de Campina Grande. As despesas com transportes ficaram em segundo lugar na preferência da candidata. Na Capital, o menor gasto na eleição municipal passada foi o do atual prefeito, Luciano Cartaxo (PSD). 

Foram R$ 2.082.255,47 no primeiro turno.

Candidato prestará contas. A maioria dos representantes dos partidos na Paraíba está orientando os pré-candidatos sobre a melhor forma de realizar a campanha eleitoral para evitar problemas com a Justiça Eleitoral relacionados aos gastos financeiros. A partir de agora, as prestações de contas deverão ser feitas pelo próprio candidato e pelo partido, e não mais pelo comitê financeiro. Grande parte dos dirigentes acredita nas redes sociais como a melhor forma de atingir o eleitorado este ano. As legendas maiores contam com o apoio de equipe jurídica para orientar pretendentes à disputa. 

O pré-candidato à reeleição, o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PSD), já conta com o trabalho que foi realizado durante os quase quatro anos a frente da Prefeitura Municipal. Porém, o gestor vai apostar no contato pessoal com o eleitor com a realização de visitas e reuniões marcadas nas comunidades onde ele teve mais votos. O presidente municipal do PSD, Lucélio Cartaxo, acredita que o ‘corpo a corpo' vai colaborar para que o candidato ganhe votos. Ele acrescentou que uma boa equipe de profissionais especialistas em rede sociais também será neces Ronaldo Barbosa. PSB Sempre que há dúvidas, os candidatos ligam para o nosso pessoal. Mas, eu tenho dito que aquilo que for duvidoso, não faça. Lucélio Cartaxo. PSD Evidente que depende muito do perfil de cada candidato. No entanto, a grande arma da candidatura será o corpo a corpo. Marcondes Gadelha. PSC Hoje podemos trabalhar para a campanha com um celular na mão, onde podemos gravar vídeos e divulgar sem nenhum custo. Séria como a forma mais rápida de comunicação. 

O presidente estadual do PSC, Marcondes Gadelha, também tem orientado os pré-candidatos do partido para o uso das redes sociais. "A internet vai valer a pena e é de graça", disse o dirigente. Ele ressaltou que evidentemente vai haver gastos durante o processo. Mas, garante que as despesas serão menores devido às restrições impostas pela nova lei. Marcondes Gadelha afirma que não vai haver recurso para ninguém e acredita que os que têm dinheiro para investir, não será o fator mais importante como foi em eleições passadas. "Outra orientação garantida é que o candidato ande muito. Gaste muita sola de sapato, dê abraço e converse, pois nada disso tem despesa". Um dos partidos que mais possui pré-candidaturas no estado, O PSB tem uma estrutura organizada para não correr riscos e ultrapassar o limite de gastos permitidos. 

O presidente do Diretório Municipal na Capital, Ronaldo Barbosa, explicou que a legenda montou uma equipe jurídica e contábil para orientar os vereadores e pré-candidatos a prefeito pela sigla. "Sempre que há dúvidas, eles ligam para o nosso pessoal. Mas, eu tenho dito que aquilo que for duvidoso, não faça. A Legislação está muito modificada, extremamente rígida e todos devem ter bastante atenção à questão dos gastos", destacou. Ele também concorda que as redes sociais devem ser o melhor investimento. 

Cartaxo afirmou que há como montar uma estratégia para administrar o que vai ser gasto durante a campanha. Ele disse que a redução do tempo de 90 dias para 45 também vai contribuir para que o planejamento seja mais eficiente. O presidente estadual do PSDB, Ruy Carneiro, acha que a prioridade deve ser do candidato e não do partido. Mas, orienta que eles invistam em comunicação e propostas. "Acho que no mundo de hoje essa é a principal forma de conquistar o voto", disse. Este ano, mais de R$ 6 milhões devem ser gastos pelos candidatos a prefeitos nos principais colégios eleitorais da Paraíba. JC