sexta-feira, dezembro 23, 2016

Fórum da cidade de PILAR em petição de miséria.



Cadeiras quebradas, panos de chão espalhados pelo corredor e processos amontoados em armários improvisados na sala do Tribunal do Júri. Eis o cenário encontrado no Fórum Desembargador Luiz Pereira Diniz, de Pilar, que se repetiria na maioria das comarcas do interior da Paraíba. A realidade encontrada no município contrasta com as reformas que primam pelo luxo em gabinetes de desembargadores na Capital. Confronta-se ainda com o gasto de R$ 600 mil na compra de carros novos pelo Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB). 

A situação de Pilar seria similar a de vários outros fóruns do interior, onde os recursos são sempre mais escassos que os reservados ao segundo grau da Justiça, representado pelo TJPB. Na sala do Tribunal do Júri, em Pilar, por exemplo, onde são julgados os crimes dolosos, pilhas de processos ficam expostas em estantes e até mesmo no chão, o que permite fácil acesso de qualquer pessoa aos autos. Alguns equipamentos, como o ar-condicionado, são de modelos antigos e já não funcionam como deveriam. No corredor do Fórum, ao lado da sala do Tribunal do Júri, o visitante se depara com panos estendidos na porta, baldes e cadeiras quebradas.

Não é o problema maior
Segundo Benedito Fonseca, presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça da Paraíba (Sindojus-PB), embora a estrutura física seja precária nos fóruns do interior, esse não é o principal problema.

 “Os fóruns, a cal e concreto, estão relativamente sem defeitos. Alguns com uns reparos a fazer aqui e ali, situações pontuais. O problema maior são os equipamentos, pois no caso dos oficiais de Justiça muitas salas estão sem computador e impressora e o provedor de Internet também deixa muito a desejar, o que interfere diretamente no trabalho”, afirmou.

Carros novos e luxo no TJ 
Na semana passada, o blog publicou matéria sobre o gasto de R$ 600 mil para compra de carros para renovar a frota do TJ. Serão comprados cinco carros tipo Sedan, cada um custando R$ 53.500 e cinco minivans, ao custo individual de R$ 73.500. No segundo semestre deste ano, a Associação dos Técnicos e Analistas do Judiciário da Paraíba (Astaj-PB) denunciou os gastos excessivos na reforma do gabinete do presidente do Tribunal, desembargador Marcos Cavalcanti. A reforma teria custado R$ 210 mil. O TJ está em recesso desde a segunda-feira (19) e só retoma o expediente forense no dia 6 de janeiro, mas os prazos processuais estarão suspensos até o dia 20 do próximo mês. com Valéria Sinésio