sexta-feira, julho 14, 2017

Arrocho na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Verba. MEC cortou mais de 20% do orçamento de custeio e dinheiro em caixa só deve durar até outubro…

Pesquisa, extensão e até mesmo a manutenção de serviços básicos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) podem entrar em crise nos próximos meses. Isso porque, após o Ministério da Educação (MEC) cortar mais de 20% do seu orçamento para custeio, o dinheiro em caixa só deve durar até outubro, colocando a instituição em uma situação delicada. A verba destinada ao setor passou de R$ 59 milhões para R$ 47 milhões, dos quais somente R$ 35 milhões foram repassados até o momento, contingência que tem prejudicado a instituição em diversos segmentos. Restaurante Universitário, Residência Universitária, pagamento de estagiários, terceirizados e diversas ajudas de custo para pesquisa dependem diretamente dos valores vindos desse orçamento. De acordo com o pró-reitor adjunto de Administração, Severino Gonzaga, a queda do orçamento disponibilizado pelo Governo Federal tem limitado as ações da UFPB.

No início do ano a instituição precisou parcelar o pagamento da energia elétrica, já que o orçamento não permitia o pagamento integral do boleto. Apesar de ter recebido pareceres favoráveis de todos os avaliadores, a UFPB teve uma redução de 21% no número de suas bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), passando de 518 para 406, voltando a patamares inferiores aos de 2007. O número prejudica o fomento à Iniciação Científica, um dos pilares da instituição, que financia com recursos próprios 500 bolsas deste tipo.

SÓ 70% DO PREVISTO ESTÃO GARANTIDOS
O repasse do Governo Federal é feito mês a mês, mas a UFPB só teve até o momento garantido apenas 70% do orçamento previsto para 2017, por isso há grande preocupação do restante do montante não ser repassado, explicou o Severino Gonzaga. “Precisamos do valor restante porque estamos num aperto grande. Caso não chegue teremos que fazer cortes emergenciais. Vamos estudar, um plano emergencial para que esses cortes não venham a afetar tanto o ensino e a pesquisa”, disse o pró-reitor adjunto de Administração. Uma das soluções possíveis, adiantou o professor, seria a redução do horário de expediente para economizar energia elétrica, a exemplo de outras instituições de ensino público superior. “Temos trabalhado no limite da responsabilidade da gestão”, disse.

BOLSAS: PAGAMENTO ATRASADO
Estudantes de programas de pós-graduação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) denunciam atraso no pagamento de bolsas de pesquisa. Um mestrando em Engenharia Mecânica da instituição, que preferiu não se identificar, disse que desde março deveria receber auxílio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), órgão ligado do Governo do Estado, mas até o momento nada foi repassado. “Estou sem receber bolsa desde o início do mestrado. Consegui uma bolsa em abril, através do convênio Fapesq/Capes, mas até agora a Fapesq não efetuou nenhum pagamento, ou seja, dois meses em atraso”, disse o estudante. Ele reforçou também os problemas que o atraso no repasse tem gerado na sua vida acadêmica. “Os bolsistas assinam um termo de responsabilidade, onde não podemos ter outras rendas, ou seja, só teria essa renda para me manter”, disse o mestrando em Engenharia Mecânica da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O presidente da Fapesq, Cláudio Furtado, disse que a Capes atrasou a abertura do sistema para depósito das bolsas, por isso alguns pesquisadores ficaram sem o auxílio. Na próxima segunda-feira, aqueles que ainda não receberam, devem ter o repasse realizado, garantiu o presidente da Fapesq. Jornal Correio.