Alem das fazendas estabelecidas nos estuários, o cultivo do camarão vem sendo
praticado ao longo do Vale do Rio Paraíba, cujas águas apresentam características de
baixa salinidade (mesohalinas) e nas quais o camarão L.vannamei vem apresentando
níveis de produtividade superiores aos alcançados em águas estuarinas. Com efeito, a
carcinicultura paraibana, segundo dados do Censo da ABCC de 2011 e estimativas mais
atualizadas, contempla dois polos produtores:
O Polo Costeiro que inclui os municípios de João Pessoa, Caaporã, Baía da Traição,
Lucena, Marcação, Rio Tinto e Santa Rita com 41 fazendas.
O denominado Polo do Interior que contempla os municípios de Boqueirão, Itatuba,
Mogeiro, Salgado de São Félix, Itabaiana, Pilar, Monteiro e São Miguel de Taipu, cujas
fazendas usam água do Rio Paraíba, e ainda os municípios de Caldas Brandão, Sapé,
Gurinhém e Mulungu, Guarabira, Araçagi, Serra Branca, Santo Antonio do Umbuzeiro,
Pedras de Fogo que utilizam outras fontes de água, perfazendo com 100 fazendas.
São, portanto, 21 municípios e 141 fazendas de camarão, com expressiva maioria de
micro e pequenos produtores. A área de viveiros em produção no Estado está estimada
em 500 hectares. Para o presente ano de 2018, estima-se que apenas a produção do L.
vannamei em águas mesohalinas, será da ordem de 7.500 toneladas, destinadas
exclusivamente ao mercado interno. Sendo que toda sua comercialização se realiza por
meio de agentes intermediários que recolhem o camarão resfriado in natura nas
fazendas e o entregam a centros de processamentos, ou diretamente aos pontos de
comercialização, na condição de camarão fresco, incluindo diversos locais de consumo
(restaurantes e bares), ou mesmo, para as redes varejistas e os centros de distribuição e
abastecimento do Nordeste e do Sudeste, principalmente, Rio de Janeiro e São Paulo, de
onde são distribuídos para o consumidor final.
Até o ano de 2013 de acordo com a Associação dos Carcinocultores da Paraíba, a
produtividade média da Região do Vale do Paraíba ultrapassava as 10 toneladas por
hectare/ano, com a chegada do vírus da mancha branca no ano de 2014 as produções
inicialmente foram impactadas e está produtividade caiu cerca de 25%, contudo as
produções nesta região continuam acima da média nacional, levando em conta a
densidade de estocagem média de 50 cam/m², mesmo após a chegada da mancha
branca.
Carcinicultura Em Águas Interiores na Paraíba
André Jansen – Eng. de Pesca CREA 36.005/D – Pres. ACPB
andjansen@gmail.com – 083 99980-2636
ASSOCIACAO DOS CARCINICULTORES DA PARAIBA (ACPB)
CNPJ: 24.742.172/0001-07
Rua José Silveira, 37 – Centro – Salgado de São Felix - PB
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Produção caracterizada por micro e pequenos produtores com média de 2,0 ha de área
cultivada, os viveiros possuem em média 0,20 ha, com crescimento médio de
1,5g/semana com densidades de estocagem variando de 50 a 100 cam/m² em sistemas
de cultivo semi intensivo, em sua grande maioria com povoamentos diretos.
A Atividade vem se destacando no Vale do Paraíba transformando a cultura econômico
financeira dos produtores e das cidades, gerando renda e empregos diretos e indiretos,
em áreas inóspitas que muitas vezes não pode ser utilizadas por outras culturas devido a
qualidade de água e topografia do terreno, atividade ecologiamente sustentável com
uso racional de sua água, com a utilização de bacias de recierculação diminuindo assim
cada vez mais as captações nos rios, principalmente neste período de estiagem que
assola nossa região, a ACPB se coloca solidariamente as ações de restrições por parte da
Aesa no sentido de uso restrito e racional deste recurso hídrico que se encontra em
baixa.
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André JansenEngenheiro de Pesca
Crea 36005/D BA
Presidente ACPB -
Criação de Camarão Paraíbana ameaçada com a possível liberação da importação de
camarão do Equador
Diversas entidades brasileiras ligadas à produção de camarão no Brasil, dentre elas a
Associação Brasileira de Criadores de Camarão - ABCC, e a Associação dos
Carcinicultores da Paraíba ACPB, prometem entrar na Justiça caso o Governo do
Brasil mantenha a recente posição do MAPA de autorizar a importação deste
crustáceo do Equador, sem a necessária realização de uma criteriosa ARI* - Análise
de Risco de Importação.
Se o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA insistir em autorizar
a importação de camarão do Equador e publicar esta autorização os maiores
penalizados serão: os carcinicultores do Brasil, em destaque aos paraibanos que
detém a maior produtividade nacional com mais 15 toneladas por hectare por ano, que
em sua grande maioria são formados por micro e pequenos produtores, que além de
não receberem apoios específicos ou subsídios do Governo terão que conviver com pelo
menos 07 novas doenças ou cepas virais que não ocorrem no Brasil, que inclusive
podem dizimar em poucos dias, a produção de crustáceos do Estado da Paraíba e
Estados vizinhos, incluindo os estoques naturais de caranguejos, camarões e
lagostas.
“Aliás essa iniciativa do MAPA está na contramão das expectativas setoriais, que
esperavam do Ministro Blairo Maggi, os requeridos e demandados apoios específicos
para fortalecer esta atividade, geradora de renda e emprego no meio rural da Paraíba
e do Nordeste, onde o desempenho desse setor na PB, principalmente no vale do
Paraíba, vem se destacando das demais regiões do país, com produtividades acima
da média nacional.
De forma que a possível entrada deste camarão Equatoriano se constituiria numa real
ameaça a economia local, principalmente pela os riscos associados que a entrada de
uma série de doenças trariam para os crustáceos nativos e cultivado” ressalta o
presidente da ACPB André Jansen.

