segunda-feira, maio 14, 2018

Dois prefeitos e uma ex-prefeita foram presos em menos de um ano na Paraíba.

Os gestores públicos paraibanos precisam ficar atentos. A vida não anda fácil para prefeitos e outros mandatários pouco dispostos a usar de lisura no trato com a coisa pública. Do ano passado para cá, dois deles foram presos e afastados dos cargos. Os vices seguiram caminho parecido e estão impedidos de tomar o poder. Os casos são dos prefeitos de Bayeux, Berg Lima (sem partido), e de Cabedelo, Leto Viana (PRP). 

O primeiro já foi solto e o segundo continua preso, no 5° Batalhão da Polícia Militar. O destino dele é parecido com o da ex-prefeita do Conde, Tatiana Lundgren, também presa. Além do cargo de alcaide, outra coisa liga os três: operações desencadeadas pelo Ministério Público.

Todos foram alvos de investigação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba. Os trabalhos foram realizados ora em parceria com a Polícia Civil, ora com a Polícia Federal. O resultado disso tudo tem sido dar respostas à sociedade, acostumada a ver de forma escancarada os recursos públicos escorrerem pelo ralo. Neste ponto, sobrou até para os clubes e dirigentes de futebol, também alvos de investigações e denúncias. Pouco afeito a dar declarações à imprensa, o coordenador do Gaeco, Octávio Paulo Neto, explicou que o trabalho do Ministério Público visa, realmente, dar respostas aos anseios da população.
Veja algumas operações:

Prisão de Tatiana Lundgren (16/03/18)
Foram presos a ex-prefeita do Conde, Tatiana Lundgren Correa de Oliveira, e o ex-procurador do município, Francisco Cavalcante Gomes. Eles foram acusados de lavagem de dinheiro no município, além de outros crimes apontados em inquérito conduzido pelo MPPB. Segundo a investigação do Gaeco, os denunciados promoveram a desapropriação fraudulenta de terras, no valor de R$ 620 mil, valores estes que retornaram em benefício para eles mesmos através da utilização de terceiras pessoas.

Operação Xeque-Mate (03/04/18)
Toda a cúpula da administração pública municipal de Cabedelo, na Região Metropolitana de João Pessoa, foi afastada cautelarmente do cargo. Ao todo, foram afastados 85 servidores públicos, contando entre eles o prefeito Leto Viana; o vice-prefeito Flávio Oliveira, e o presidente da Câmara Municipal, Lúcio José. Em decorrência da operação, 26 pessoas foram denunciadas por formação de quadrilha. Foram imputados contra eles desvios de recursos públicos através da indicação de servidores ‘fantasmas’; corrupção ativa e passiva; fraudes a licitações; lavagem de dinheiro; avaliações fraudulentas de imóveis públicos e recebimento de propina para aprovação ou rejeição de projetos legislativos.

Operação Cartola (09/04/18)
Dirigentes do futebol paraibano foram alvos de uma operação conjunta desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba em parceria com a Polícia Civil. A Operação Cartola cumpriu 39 mandados de busca e apreensão contra membros da Comissão Estadual de Arbitragem da Paraíba (Ceaf), Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba (TJD/PB) e dirigentes de clubes de futebol profissional do Estado da Paraíba (CARTOLAS).

Madeira Sem Lei (17/04/18)
A ação deu cumprimento a um mandato de prisão e três de brusca e apreensão em João Pessoa. A Justiça autorizou também o sequestro de bens nas residências dos envolvidos. A ação tem por objetivo desarticular um esquema criminoso de sonegação. O grupo vinha atuando desde 2014 e vitimava pelo menos cinco empresas, cujo ramo principal de atividade seria o comércio de madeiras. A estimativa é que o esquema tenha movimentado R$ 15 milhões neste período. O prejuízo para os cofres públicos seria da ordem de aproximadamente R$ 3 milhões apenas em impostos, sem considerar as multas em razão da prática ilícita.

Operação Parcela Débito (24/08/17)
A ação visou apurar fraudes da ordem de R$ 25 milhões (ou R$ 30 milhões em valores atualizados) na folha de pagamento do Instituto de Previdência do Município de João Pessoa (IPM). A operação contou com a parceria das polícias Civil e Militar da Paraíba e com a Controladoria-Geral do Município de João Pessoa (CGM). Foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão, 20 mandados de prisão preventiva e 16 mandados de condução coercitiva, expedidos pelo Juiz de Direito da 6ª Vara Criminal de João Pessoa. Todos os mandados estão sendo cumpridos no município de João Pessoa.

Operação Shark (17/08/17)
A ação deu cumprimento a três mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e oito mandados de condução coercitiva, expedidos pela Justiça Estadual – Juízo da 1ª Vara Mista da Comarca de Santa Rita. Participam desta Operação quatro promotores de Justiça, 14 integrantes do Gaeco, 15 policiais civis e 32 policiais militares. As prisões preventivas decretadas tiveram como alvo o ex-vereador Etelvandro da Silva Oliveira, o Tubarão (PSD), o vereador Flávio Frederico da Costa Santos (PSD) e o empresário Daniell Sales Gouveia, sócio da DW Serviços e Construções LTDA. Além deles, foi acatado o pedido de mandado de condução coercitiva contra os empresários Gilberto Marcelino Pereira Filho e José Gildeison Marcelino Jacinto, sócios da Construtora Dinapoli LTDA., e Jardel da Silva Santos e Damião Batista de Araújo, sócios da Construtora Fiel e Serviços LTDA.

A operação apurou a existência de uma organização criminosa, com atuação no âmbito da Prefeitura Municipal de Santa Rita/PB, a partir do ano de 2013, formada por agentes políticos (vereador e ex-vereador), sócios de empresas, secretário municipal e servidores públicos daquele município, com o objetivo de: a) fraudar licitações da Prefeitura Municipal de Santa Rita-PB; b) desviar os recursos públicos correspondentes em proveito de integrantes da organização, incluindo outros agentes públicos daquela prefeitura; c) integrar ao patrimônio pessoal e utilizar dos proventos ilícitos; d) causando, consequentemente, danos ao erário.

Prisão de Berg Lima (05/07/17)
O prefeito de Bayeux, Berg Lima (Podemos), foi preso durante operação realizada por Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e Polícia Civil. Eles flagraram o momento em que o gestor recebia dinheiro de um fornecedor. De acordo com informações preliminares, o prefeito vinha extorquindo empresários que fornecem produtos à prefeitura. Segundo o relato dos empresários, o poder público municipal fazia o empenho para o pagamento, mas ele só era concretizado Berg recebesse um percentual previamente acertado. O gestor, após o flagrante, foi ouvido e ficou preso no 5° Batalhão da Polícia Militar por vários meses. blog do Suetoni