domingo, novembro 03, 2024

Como funcionam as eleições presidenciais nos EUA?


No dia 5 de novembro, os americanos vão às urnas decidir quem será o próximo presidente dos Estados Unidos: o republicano Donald Trump ou a democrata Kamala Harris. O vencedor assumirá o cargo em 20 de janeiro de 2025. Assim como no Brasil, as eleições para presidente acontecem a quatro anos. No entanto, ao contrário daqui, o processo de contagem de votos é longo e complexo. A expectativa é que os resultados sejam divulgados somente alguns dias após as eleições. Como boa parte dos estados norte-americanos adota votações em cédulas de papel, a apuração costuma demorar bem mais. 

👉 Para começar, o sistema político dos EUA é dominado por dois grandes partidos: Democrata e Republicano. As siglas menores até podem concorrer, mas não costumam ter força nem dinheiro para se manter na corrida eleitoral. Além disso, o pleito tem apenas um turno, mesmo que nenhum dos candidatos obtenha mais de 50% dos votos. 

--- O que é a votação indireta? --- 

O presidente dos Estados Unidos não é eleito diretamente pelo voto da população. Quem o elege é, na verdade, um Colégio Eleitoral, formado por 538 delegados. Na prática, porém, o Colégio Eleitoral apenas valida a escolha dos milhões de eleitores. 

🗳️ O que são delegados? 

No sistema político eleitoral americano, os delegados são representantes que votam em nome dos eleitores em cada estado da federação. Para vencer a eleição é necessário conquistar 270 dos 538 delegados do Colégio Eleitoral. Cada estado tem um número específico de delegados, que varia de acordo com a população e o total de representantes no Congresso 

— os estados mais populosos tendem a ter mais delegados. O candidato mais votado pela população de um estado leva todos os delegados da área, mesmo que vença por apenas um voto de diferença.

 🗽 Voto facultativo 

Nos Estados Unidos, o voto é facultativo para americanos com 18 anos ou mais. Na disputa presidencial entre Joe Biden e Donald Trump em 2020, por exemplo, cerca de 62,8% da população participou do pleito (o equivalente a mais de 158 milhões de pessoas). Pela lei americana, as eleições são sempre realizadas na terça-feira seguinte à primeira segunda-feira do mês de novembro - que, neste ano, será no dia 5 de novembro. O dia da votação não é considerado feriado. Como forma de incentivar a participação da população, em alguns estados, as urnas são abertas semanas antes para que os eleitores já consigam votar. Também é possível, dependendo do lugar, votar pelo correio. 

--- Primárias e caucus --- 

Diferentemente de como acontece no Brasil, os candidatos à Presidência dos EUA não são escolhidos pelos partidos. Por isso, existem dois tipos de votação prévias que definem os candidatos de cada partido: primárias e caucus. É neste momento que os políticos fazem campanha e debatem propostas para disputar votos. 

➡️ Primárias: os eleitores vão ao local de votação e escolhem o seu candidato de forma secreta, por meio de uma cédula depositada na urna. 

➡️ Caucus: o eleitor se reúne em uma espécie de assembleia e o voto normalmente é público. Tanto nas primárias quanto no caucus, a disputa acontece entre candidatos do mesmo partido que competem entre si. O vencedor dessa etapa é quem efetivamente concorrerá na eleição presidencial realizada em novembro. 

--- Nem sempre quem 'ganha' leva --- 

Desta forma, pode acontecer que um candidato tenha a maioria dos votos populares a partir do ponto de vista nacional, mas, na soma do Colégio Eleitoral, seja derrotado. Em 2016, por exemplo, a candidata democrata Hillary Clinton teve quase 3 milhões de votos a mais do que o republicano Donald Trump na soma nacional. No entanto, ela conquistou apenas 232 delegados, enquanto Trump teve 306. Isso aconteceu porque Hillary venceu com ampla vantagem em estados populosos, como a Califórnia e Nova York. Já Trump ganhou em estados-chave por uma margem de votos pequena e, na soma de todos os delegados da região, se saiu melhor.