Segundo a PC, padrasto orquestrou o crime, com participação da mãe, para oferenda espiritual
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A forma cruel como o pequeno
Everton Siqueira Silva,
de apenas 5 anos, foi morto
chocou a população paraibana
e a cada detalhe que vai sendo
desvendado no caso, aumenta
o sentimento de indignação das
pessoas, pela forma como tudo
aconteceu. O roteiro lembra filmes
de terror, mas aconteceu
na vida real, na cidade de Sumé,
no Cariri paraibano. Depois de
72 horas intensas de investigação, a Polícia Civil (PC) elucidou
o assassinato macabro e
confirmou que tudo fazia parte
de um ritual de magia negra,
orquestrado pelo padrasto com
a participação da mãe, no qual
o objetivo principal era retirar
todo o sangue da criança para
uma oferenda espiritual. A irmã
de Everton também seria morta,
mas teve a sorte de escapar
da crueldade das pessoas mais
próximas com quem convivia.
Tudo foi descoberto depois
que o último suspeito, Wellington
Soares Nogueira, foi preso
pela Polícia Civil, na manhã de
ontem, em Sumé, e confessou
toda a ação em detalhes. Ele
era amigo da família e coordenou
o ritual, segundo a polícia.
Segundo ele, em depoimento,
participaram da ação a mãe
da vítima, Laudenice dos Santos
Siqueira, o padrasto, Daniel
Ferreira dos Santos, e o amigo
do padrasto, Denivaldo Santos
Silva. Já o deficiente mental
João Batista, que teria recebido
uma quantia em dinheiro para
ocultar o cadáver, foi apontado
como autor do crime depois
que os acusados perceberam
que a polícia estava próxima
de descobrir o corpo, segundo
informou o delegado de Polícia
Civil Paulo Rabelo, que está à
frente do caso. As investigações apontam que o padrasto,
Daniel, teria sido o mentor de
toda a ação e também orquestrado
o envolvimento do deficiente
mental, tentando por
duas vezes atribuir a ele toda a
culpa do crime.
Em depoimento ao delegado
Paulo Rabelo, o acusado
Wellington Soares contou que
durante o último domingo os
acusados estiveram reunidos
em um açude, onde combinaram
que o ritual aconteceria
naquele dia. No início da
noite os acusados foram em
busca das duas crianças para
sequestrá-las. A vítima, Everton
Siqueira, estava brincando
com a irmã na frente de casa,
no bairro Várzea, quando foi
raptado pelo ex-presidiário Denivaldo.
A menina conseguiu correr para a casa da avó, mas
teve receio de contar o que havia
ocorrido. Depois ela contou
que um homem havia raptado
seu irmão, mas que não sabia
quem era.
O menino foi levado para o
mesmo açude onde o crime foi
planejado. Wellington contou,
segundo a polícia, que os envolvidos
mataram a criança com
uma faca pertencente a Denivaldo
Santos Silva e depois usaram
uma maquita para abrir o
tórax e abdome. Ainda de acordo
com Wellington, eles retiraram
todo o sangue da criança e
colocaram em um balde preto.
“Por isso eles cortaram o corpo
da criança em várias partes e
deixaram os órgãos à mostra,
para que todo o sangue fosse
extraído no balde e assim fosse
feita a oferenda espiritual”, disse
o delegado. O padrasto, Daniel
Ferreira dos Santos, também
ajudou a matar a criança.
A mãe teria assistido todo o ritual
que aconteceu às margens
do reservatório.
MOTIVAÇÃO
O próximo passo da investigação
policial é descobrir o que
teria motivado o ritual. Conforme
o delegado Paulo Rabelo,
ao ser questionado, Wellington
permaneceu em silêncio.
Apesar das evidências constatadas
na investigação e nas
provas periciais já divulgadas,
os outros três acusados ainda
negam ter participado da ação.
Segundo o Conselho Tutelar de
Sumé, a irmã de Everton, que
conseguiu escapar, está sob a
guarda da avó Damiana Maria
de Lima. (Especial para o JP)
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