sábado, outubro 17, 2015

Criança foi morta em ritual de magia negra - JP deste sábado.


Segundo a PC, padrasto orquestrou o crime, com participação da mãe, para oferenda espiritual ... 

A forma cruel como o pequeno Everton Siqueira Silva, de apenas 5 anos, foi morto chocou a população paraibana e a cada detalhe que vai sendo desvendado no caso, aumenta o sentimento de indignação das pessoas, pela forma como tudo aconteceu. O roteiro lembra filmes de terror, mas aconteceu na vida real, na cidade de Sumé, no Cariri paraibano. Depois de 72 horas intensas de investigação, a Polícia Civil (PC) elucidou o assassinato macabro e confirmou que tudo fazia parte de um ritual de magia negra, orquestrado pelo padrasto com a participação da mãe, no qual o objetivo principal era retirar todo o sangue da criança para uma oferenda espiritual. A irmã de Everton também seria morta, mas teve a sorte de escapar da crueldade das pessoas mais próximas com quem convivia. 

Tudo foi descoberto depois que o último suspeito, Wellington Soares Nogueira, foi preso pela Polícia Civil, na manhã de ontem, em Sumé, e confessou toda a ação em detalhes. Ele era amigo da família e coordenou o ritual, segundo a polícia. Segundo ele, em depoimento, participaram da ação a mãe da vítima, Laudenice dos Santos Siqueira, o padrasto, Daniel Ferreira dos Santos, e o amigo do padrasto, Denivaldo Santos Silva. Já o deficiente mental João Batista, que teria recebido uma quantia em dinheiro para ocultar o cadáver, foi apontado como autor do crime depois que os acusados perceberam que a polícia estava próxima de descobrir o corpo, segundo informou o delegado de Polícia Civil Paulo Rabelo, que está à frente do caso. As investigações apontam que o padrasto, Daniel, teria sido o mentor de toda a ação e também orquestrado o envolvimento do deficiente mental, tentando por duas vezes atribuir a ele toda a culpa do crime. 

Em depoimento ao delegado Paulo Rabelo, o acusado Wellington Soares contou que durante o último domingo os acusados estiveram reunidos em um açude, onde combinaram que o ritual aconteceria naquele dia. No início da noite os acusados foram em busca das duas crianças para sequestrá-las. A vítima, Everton Siqueira, estava brincando com a irmã na frente de casa, no bairro Várzea, quando foi raptado pelo ex-presidiário Denivaldo. A menina conseguiu correr para a casa da avó, mas teve receio de contar o que havia ocorrido. Depois ela contou que um homem havia raptado seu irmão, mas que não sabia quem era. 

O menino foi levado para o mesmo açude onde o crime foi planejado. Wellington contou, segundo a polícia, que os envolvidos mataram a criança com uma faca pertencente a Denivaldo Santos Silva e depois usaram uma maquita para abrir o tórax e abdome. Ainda de acordo com Wellington, eles retiraram todo o sangue da criança e colocaram em um balde preto. “Por isso eles cortaram o corpo da criança em várias partes e deixaram os órgãos à mostra, para que todo o sangue fosse extraído no balde e assim fosse feita a oferenda espiritual”, disse o delegado. O padrasto, Daniel Ferreira dos Santos, também ajudou a matar a criança. A mãe teria assistido todo o ritual que aconteceu às margens do reservatório. 

MOTIVAÇÃO 
O próximo passo da investigação policial é descobrir o que teria motivado o ritual. Conforme o delegado Paulo Rabelo, ao ser questionado, Wellington permaneceu em silêncio. Apesar das evidências constatadas na investigação e nas provas periciais já divulgadas, os outros três acusados ainda negam ter participado da ação. Segundo o Conselho Tutelar de Sumé, a irmã de Everton, que conseguiu escapar, está sob a guarda da avó Damiana Maria de Lima. (Especial para o JP)
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