Em tempos de crise, o ‘aperto’ financeiro de prefeituras em todo o país é uma realidade para os gestores e é preciso escolher o que é prioridade na hora de aplicar os recursos públicos. Na Paraíba, o cenário não é diferente. Mas um levantamento feito no site do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB) mostra que os gestores paraibanos estão privilegiando a realização de obras em praças e calçamento e destinando recursos bem menores para a construção de creches e postos de saúde.
Os dados do TCE mostram que de janeiro de 2018 até agora os municípios paraibanos investiram mais de R$ 656 milhões em 1.158 obras públicas. Destas, 20,81% são serviços de pavimentação em paralelepípedos, 16,75% escolas e 8,12% aparecem como praças públicas. Ao mesmo tempo, apenas 6,99% das obras são postos de saúde, 3,37% creches e apenas 1,38% obras de abastecimento de água serviços essenciais para a população dos municípios paraibanos.
No ranking dos municípios que mais investiram em obras nesse período, de acordo com o TCE, estão João Pessoa, com mais de R$ 144 milhões investidos; Santa Rita, com R$ 118,4 milhões e Campina Grande, que aparece com R$ 51,5 milhões em investimentos.
Relevância
Embora sejam também importantes, obras de pavimentação em paralelepípedos e praças nem de longe possuem o alcance social de creches e postos de saúde. Quem depende da saúde pública, por exemplo, sabe o quanto ter uma unidade em funcionamento perto de casa pode fazer a diferença. Praças e calçamento, porém, costumam ter mais ‘visibilidade eleitoral’ em épocas de campanha.
Famup
Nesta sexta-feira (28) o presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), George Coelho, comemorou a publicação no Diário Oficial da União de um decreto que prorroga até 14 de novembro a realização, no exercício de 2019, de despesas inscritas em ‘Restos a Pagar’ não processados em 2017.
Com o novo prazo, os municípios da Paraíba garantem a execução de obras com recursos federais que somam um total superior a R$ 1 bilhão. George Coelho lembra que não há recurso novo, apenas a garantia que as obras que estão em andamento e são custeadas com esse montante terão a continuidade de seus processos para serem concluídas. por João Paulo Medeiros