A crise interna que tomou conta do PSB da Paraíba e tem colocado em lados opostos as duas principais lideranças da sigla teve um novo capítulo nesta sexta-feira (13). O governador João Azevêdo (PSB) respondeu às declarações dadas pelo ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), em entrevista exclusiva ao jornalista Suetoni Souto Maior, e subiu o tom da disputa partidária.
“ Eu sou fruto de um projeto que eu ajudei a construir. Eu não cai de paraquedas não. Eu ajudei a construir esse projeto”, disse o governador João Azevêdo, durante evento que autorizou a pavimentação da rodovia PB-200, entre Santo André a Juazeiro.
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João tem se colocado publicamente contrário à intervenção da direção nacional no PSB da Paraíba, que tirou Edvaldo Rosas da presidência e colocou Ricardo no comando da comissão provisória. Na visão dele, a mudança não foi democrática.
Em entrevista a Suetoni Souto Maior, Ricardo mostrou rancor com as críticas e colocou como fundamental para a eleição de João, e de outros aliados, em 2018, a permanência dele no governo do Estado. “Eu vejo com muita tristeza (a reação de aliados), por que eu servi para eleger 22 estaduais, seis federais, o estadual mais votado, o federal mais votado, o senador mais votado e um governador que há quatro meses da eleição tinha 2% de conhecimento [da população]”, disse o ex-governador. “Eu servi para ficar no governo, para não ter um mandato de senador e não sirvo para governar o partido, para ser presidente do partido?”, questionou Ricardo.
Nesta sexta-feira, João fez uma menção direta aos 2% citados por Ricardo. “No começo de 2018 talvez eu não fosse conhecido por muita gente não, talvez eu só fosse conhecido por 2% da população, mas rodando 40 mil quilômetros, eu tive qua passar a ser conhecido por 51,8% da população. Foi a população que nos deu essa vitória, que deu o reconhecimento a um trabalho anterior, que precisava evidentemente de continuidade”, pontuou o governador.
As declarações de João Azevêdo foram acompanhadas de perto pelo senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB). Assim como o governador, o parlamentar abriu mão de participar da comissão provisória comandada por Ricardo.