quinta-feira, maio 27, 2010

Quem acredita em pesquisas?

A pergunta título deste artigo tem tudo a ver. Pelo menos na Paraíba. Por que enquanto jornais, rádios, TV´s e sites destacam ou deixam de destacar, ao sabor de suas conveniências, os números dessas pesquisas, o cidadão comum não está nem aí para elas. E tem motivos de sobra para se portar assim.
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Afinal, se a imprensa as divulga ou não as divulga, ao sabor de seus interesses, que interesse tem para o eleitor esses “resultados”? Ele sabe, e como sabe, que está sendo enganado! Que o jornal CORREIO DA PARAÍBA publicou em manchete de primeira página o tal “resultado” porque o seu dono (SENADOR SEM VOTO COM DEZENAS DE PROCESSOS)SEN. ROBERTO CAVALCANTI é político e tem interesse direto no que foi publicado.

Não bastasse o ‘publica ou não publica’ ao sabor das conveniências de cada órgão da imprensa paraibana, o passado desse importante instrumento de aferição eleitoral violentamente deturpado na Paraíba, que é a pesquisa, é mais sujo que pau de galinheiro entre nós!

Tudo começou lá em 2001, quando uma tal de Mídia XXI, urdida em Cajazeiras e contratada pelo Sistema Correio da Paraíba, entre outras criminosas afirmações matemáticas e probabilísticas, mentiu informando através do periódico daquele sistema, no dia da eleição, que o então candidato do PMDB, Roberto Paulino, venceria o pleito para governador por 150 mil votos de maioria. Abertas as urnas e contados os votos, o então candidato do PSDB, Cássio Cunha Lima, venceu com aproximadamente 50 mil votos a mais que seu concorrente. Em outras palavras, o “erro” daquela tal Mídia foi de simplesmente 200 mil votos ou, se preferirem, aproximadamente 10% do eleitorado da época. Isso não mais é margem de erro: isso é crime!

Depois disso, aí vem um encarrilhado de outros institutos de pesquisa, em outros momentos da vida pública paraibana, com distorções da realidade que beiram o absurdo. Brasmarket, Vox Populi, Consult e até o Ibope, o mais antigo deles, todos, sem exceção, chutaram longe do gol, em termos de acerto probabilístico, resultados de eleições.

Assim, fica difícil alguém nesta Paraíba acreditar em pesquisas. Simplesmente porque, como disse, elas foram violentamente deturpadas. Quando não pela força do dinheiro, pelo engajamento político-partidário de órgãos de comunicação, jornalistas e radialistas. Essa é que é a verdade!

Mas me parece que o uso indevido e criminoso das pesquisas, o que as está levando ao total descrédito popular, não acontece somente aqui não. É o que subentendo de artigo da conhecida jornalista Denise Rothenburg (Correio Braziliense), sob o título “Reflexos das Pesquisas”, publicado na última terça-feira (25) no jornal O Norte, onde ela afirma: “Engana-se quem pensa que a campanha está na boca do povo. A maioria do eleitorado não sabe sequer que tem eleição em outubro ou quem são os candidatos.”

Diante um quadro desses, como podem as pesquisas, que são alimentadas pelo desejo de voto do povo, dar ar finalista a uma campanha que oficialmente sequer começou, e da qual o protagonista principal, o eleitor, pouco tem conhecimento?