O deputado federal Luiz Couto (PT) entregou ontem uma lista ao governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, com nomes de pessoas que teriam envolvimento com ações de grupos de extermínio no Estado. Dentre os primeiros nomes indicados, o deputado afirma que há a participação de soldados, coronéis e de acusados que já foram indiciados pela participação, mas foram soltos por falta de provas.
A lista foi formada com base em documentos das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) realizada no Congresso Nacional, entre as quais a CPI do Extermínio no Nordeste e a do Narcotráfico, na qual o deputado já a presidiu, além de ser um dos principais militantes no Brasil. De acordo com Luiz Couto, a situação é de extrema gravidade, uma vez que há participação de pessoas que ocupam cargos no alto escalão da polícia, além de ter integrantes espalhados em presídios e agrupamentos. Couto alerta que há dificuldade de conseguir provas para prender os acusados, fazendo com que os acusados respondam por porte ilegal de armas e formação de quadrilha.
O documento entregue ao governador também tem como base, de acordo com o deputado federal, telefonemas anônimos feito a Luiz Couto na última semana. Segundo ele, os telefonemas era uma forma de intimidar o novo governo e mostrar força. "Eles querem dizer que não será fácil vencê-los", afirmou. Luiz Couto diz que espera que Ricardo Coutinho dê prosseguimento às investigações e alerta para a necessidade de pedir ajuda ao Serviço de Inteligência para conseguir localizar e prender os responsáveis.
Ouvidoria
A Ouvidoria da Secretaria Nacional de Direitos Humanos revelou, em reportagem publicada na edição de domingo de um jornal carioca, que a Paraíba é um dos estados onde a atuação de grupos de extermínio está caracterizada. A ouvidoria tem recebido denúncias de paraibanos sobre a atuação desses grupos e o envolvimento de militares nestas ações.