A ausência do governador e candidato à reeleição, Ricardo Coutinho
(PSB), ao último debate realizado antes do dia da eleição, pelo Sistema
Correio de Comunicação, chamou a atenção de todos os concorrentes e,
principalmente, da população. Segundo o senador e candidato ao governo,
Cássio Cunha Lima (PSDB), o socialista estava com “medo” de responder
sobre a denúncia de suposto pagamento de propina a secretários estaduais
e, por essa razão, faltou.
“O que caracteriza a ausência de Ricardo é o desrespeito com o
eleitor, é a incapacidade de responder as graves acusações”, comentou
Cássio, que assim como Ricardo é um dos principais concorrentes ao
governo estadual.
O não comparecimento de Ricardo Coutinho também foi mal visto pelos
candidatos, que entenderam a ausência como desrespeito aos eleitores que
ainda estão indecisos e que, muitas vezes, aguardam o último debate de
ideias para se definiram quanto ao candidato que irão votar no dia do
pleito. A falta de um dos principais concorrentes ao governo da Paraíba
fez com que esses indecisos fossem privados de ouvir todas as propostas.
1º bloco
O primeiro bloco do debate da Rede
Correio foi marcado por perguntas entre os candidatos a governador que
criticaram a ausência do postulante à reeleição, Ricardo Coutinho (PSB).
Major Fábio (PROS) indagou o senador
Cássio Cunha Lima (PSDB) sobre suas propostas para a educação ao afirmar
que mais de 25% da população paraibana é analfabeta.
O tucano disse que pretende valorizar os
professores ao resgatar o Plano de Cargo Carreira e Remuneração (PCCR)
da categoria, criar o programa bolsa-trabalho para os estudantes e
devolver a autonomia da UEPB.
Major Fábio defendeu a ampliação da escola de tempo integral e a melhoria do ensino com a inserção do estudo bilíngüe.
Cássio perguntou a Antônio Radical
(PSTU) sobre transparência pública ao denunciar um suposto
superfaturamento na aquisição de um software no valor de R$ 54 milhões.
Radical aproveitou a pergunta para
denunciar o sucateamento da Codata. Para ele, o software adquirido pelo
governo do estado poderia ter sido criado pela empresa estatal. Ele
também se comprometeu a levar a denúncia ao Ministério Público e dotar a
empresa de recursos orçamentários.
Cássio comentou que o Conselho Nacional
de Justiça (CNJ) comprou o mesmo software por R$ 1 milhão e o governo do
Ceará o adquiriu por R$ 2 milhões, enquanto o governo do estado liberou
para a Codata nos últimos quatro anos apenas R$ 57 milhões.
Antônio Radical questionou Tárcio
Teixeira (PSOL) sobre financiamento de campanha ao afirmar que
licitações fraudulentas e superfaturamentos são iniciados na campanha
eleitoral.
Tárcio disse que denunciou ao Ministério
Público Eleitoral doações de campanha feitas por uma empresa ao
governador Ricardo Coutinho e após alguns dias, o estado concedeu
isenção fiscal à mesma empresa por quinze anos.
Tárcio Teixeira indagou o senador Vital
do Rêgo sobre as propostas para a descentralização da saúde ao afirmar
que a população está revoltada com a retenção de macas e perseguição
política.
O peemedebista lamentou o caos na saúde
da Paraíba, a superlotação nos hospitais e prometeu construir um
Hospital de Trauma no Sertão. Vital do Rêgo lembrou também que o
governador não cumpriu a promessa de construir uma maternidade em cada
município e criticou a terceirização do Hospital de Trauma de João
Pessoa.
2º bloco
O segundo bloco do debate da Rede Correio Sat, os candidatos também fizeram perguntas entre si.
O senador Vital do Rêgo Filho questionou
o candidato Cássio Cunha Lima sobre a retirada de Campina Grande do
trajeto da barragem de Acauã.
O tucano explicou que a solução técnica
encontrada para Campina Grande foi a construção da adutora São José que
está paralisada pelo atual governo, segundo ele. Cássio justificou ainda
que as águas de Acauã foram destinadas para atender a demanda do baixo e
médio Paraíba, pois o governo estava confiante na conclusão da
transposição do Rio São Francisco, obra que ainda não foi entregue pelo
governo federal.
Em seguida, Cássio perguntou a Major
Fábio sobre propostas para a segurança pública do estado ao se
comprometer a pagar a paridade entre ativos e inativos da polícia,
monitorar as ruas através de câmeras e aumentar o efetivo policial.
Major Fábio prometeu fechar as divisas
do estado, instala scanners para detectar drogas, contratar dois mil
policiais concursados, garantir planos de saúde aos policiais e criar o
comitê da Segurança Pública.
Major Fábio indagou Antônio Radica sobre
os gastos do governo com comunicação que superaram os R$ 150 milhões,
enquanto o governador Ricardo Coutinho entra em confronto com Cássio
Cunha Lima sobre obras de mobilidade urbana.
Radical disse que o governador se limita
a falar de obras que não foram entregues e nos locais existem apenas
buracos. Para ele, a população de João Pessoa carece de um metrô, da
implantação do passe livre para estudantes e desempregados e medidas
efetivas para garantir a mobilidade urbana.
Antônio Radical questionou Tárcio Teixeira sobre políticas públicas para as mulheres.
Tárcio abordou a necessidade da criação
de políticas de saúde para as mulheres, enfrentamento ao machismo e
interiorização de delegacias especializadas ao lamentar o crescimento de
violência contra elas.
O candidato do PSOL perguntou a Vital do Rêgo sobre o tratamento que ele pretende dar ao servidor público, se eleito.
Vital do Rêgo Filho lamentou a repulsa
do governo Ricardo Coutinho ao funcionalismo público e prometeu retomar
gratificações, realizar concurso público e dialogar com as categorias.
3º bloco
O terceiro bloco do debate continuou com perguntas entre os candidatos
Tárcio Teixeira questionou o senador
Cássio Cunha Lima sobre uma denúncia incompleta formulada pelo
governador Ricardo Coutinho que citou o nome do empresário Olavo Cruz.
Cássio disse que a ausência de Ricardo
ao debate se deve ao fato da impossibilidade dele de responder acusações
gravíssimas no campo ético, malversação de dinheiro público, compras na
Granja Santana e apreensão de recursos destinados supostamente a
secretários de estado.
O tucano ainda teve um direito de
resposta concedida pela organização de debate contra declarações de
Tárcio Teixeira. Cássio lembrou que o site Congresso em Foco que não o
coloca como parlamentar que enfrenta problemas no STF e garantiu que tem
uma vida limpa.
Cássio indagou Vital do Rêgo Filho sobre
suas propostas para a mobilidade urbana ao lembrar que Ricardo Coutinho
tentou inviabilizar as obras do BRT quando era adversário do prefeito
de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT).
Vital do Rêgo defendeu a construção de
um metrô em João Pessoa e a implantação do bilhete único metropolitano
para beneficiar os moradores da Capital, Cabedelo, Bayeux e Santa Rita.
Vital do Rêgo questionou Antônio Radical sobre obras estruturantes para a Paraíba
O candidato do PSTU afirmou que o estado
precisa de ações que garantam melhorias em seus indicadores sociais e
que gerem emprego e renda. Ele também falou que após a conclusão de
obras e ampliações, é necessário fazer concursos públicos para abrir
ofertas de trabalho.
Antônio Radical pediu a opinião de Major
Fábio sobre o percentual de reajuste que o governador Ricardo Coutinho
afirma ter concedido aos servidores públicos ao longo de seu mandato.
Major Fábio lamentou o fato de o
socialista não ter cumprido promessas de campanha feitas em 2010, quando
ele prometeu conceder reajustes acima da inflação. De acordo com o
parlamentar, o governador não deu aumento salarial em 2011, em 2012 e
2013 reajustou em apenas 3% o salário dos servidores, e em 2014, o
aumento foi de 5% por conta das eleições.
Após responder a pergunta de Radical,
Major Fábio pergunta se Tárcio Teixeira irá auditar os gastos do
governador Ricardo Coutinho, se eleito.
Tárcio Teixeira criticou o fato de o
governador entregar um helicóptero para a polícia sem blindagem e sem as
adaptações necessárias e prometeu investigar as contas do governo
Ricardo.
Ainda no terceiro bloco, Major Fábio pediu para Vital do Rêgo Filho apresentar propostas para a saúde.
O candidato do PMDB disse que pretende
aperfeiçoar a rede de hospitais regionais, construir o Hospital da
Mulher e transformar a Granja Santana em um hospital infantil.
Vital do Rêgo escolheu Cássio Cunha Lima
para responder sobre programas sociais ao falar que mais de 600 mil
paraibanos ainda precisam alcançadas pelo governo para que a
desigualdade social diminua.
Cássio prometeu retomar o cheque moradia, o programa pão e leite e conceder isenções fiscais a mototaxistas.
Em seguida, o tucano indagou Antônio Radical sobre propostas que devem ser colocadas em prática para combater a corrupção.
Radical defendeu a “tolerância zero” e a
investigação de denúncias por parte do Ministério Público com o
julgamento, prisão e confisco de bens dos condenados por crimes de
corrupção.
Antônio Radical perguntou a Tárcio sobre gastos de campanha de Ricardo Coutinho, Cássio Cunha Lima e Vital do Rêgo.
Para Tárcio, as doações acabam por
desequilibrar o pleito. Para ele, a reforma política é necessária para
que essa realidade seja mudada.
Tárcio Teixeira perguntou se Major Fábio
iria revogar o decreto assinado pelo governador Ricardo Coutinho que
corta isenção de energia elétrica para o produtor rural.
Major Fábio disse que os pequenos produtores precisam de incentivos do governo e se comprometeu a baixar o ICMS.
4º bloco
No quarto bloco, os candidatos fizeram suas considerações finais.
Major Fábio agradeceu o espaço e disse que apesar das dificuldades, termina a campanha de forma honesta.
Tárcio Teixeira disse que a disputa é
desigual e pediu uma oportunidade para chegar ao segundo turno. Ele
também pediu apoio para os candidatos do PSOL.
Cássio Cunha Lima lembrou que participou
de todos os debates ao classificar a ausência de Ricardo como um
desrespeito ao povo e pediu apoio para ele e Wilson Santiago, candidato
a senador.
Vital do Rêgo Filho pediu uma
oportunidade para disputar o segundo turno ao afirmar que tem propostas
para desenvolver a Paraíba.
Antônio Radical disse que era uma alternativa para a Paraíba e pediu apoio para os candidatos do PSTU.