quarta-feira, outubro 01, 2014

Medo de responder sobre “mensalão” fez Ricardo faltar a debate

A ausência do governador e candidato à reeleição, Ricardo Coutinho (PSB), ao último debate realizado antes do dia da eleição, pelo Sistema Correio de Comunicação, chamou a atenção de todos os concorrentes e, principalmente, da população. Segundo o senador e candidato ao governo, Cássio Cunha Lima (PSDB), o socialista estava com “medo” de responder sobre a denúncia de suposto pagamento de propina a secretários estaduais e, por essa razão, faltou.

“O que caracteriza a ausência de Ricardo é o desrespeito com o eleitor, é a incapacidade de responder as graves acusações”, comentou Cássio, que assim como Ricardo é um dos principais concorrentes ao governo estadual.

O não comparecimento de Ricardo Coutinho também foi mal visto pelos candidatos, que entenderam a ausência como desrespeito aos eleitores que ainda estão indecisos e que, muitas vezes, aguardam o último debate de ideias para se definiram quanto ao candidato que irão votar no dia do pleito. A falta de um dos principais concorrentes ao governo da Paraíba fez com que esses indecisos fossem privados de ouvir todas as propostas.

1º bloco
O primeiro bloco do debate da Rede Correio foi marcado por perguntas entre os candidatos a governador que criticaram a ausência do postulante à reeleição, Ricardo Coutinho (PSB).

Major Fábio (PROS) indagou o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) sobre suas propostas para a educação ao afirmar que mais de 25% da população paraibana é analfabeta.

O tucano disse que pretende valorizar os professores ao resgatar o Plano de Cargo Carreira e Remuneração (PCCR)  da categoria, criar o programa bolsa-trabalho para os estudantes e devolver a autonomia da UEPB.

Major Fábio defendeu a ampliação da escola de tempo integral e a melhoria do ensino com a inserção do estudo bilíngüe.

Cássio perguntou a Antônio Radical (PSTU) sobre transparência pública ao denunciar um suposto superfaturamento na aquisição de um software no valor de R$ 54 milhões.

Radical aproveitou a pergunta para denunciar o sucateamento da Codata. Para ele, o software adquirido pelo governo do estado poderia ter sido criado pela empresa estatal. Ele também se comprometeu a levar a denúncia ao Ministério Público e dotar a empresa de recursos orçamentários.
Cássio comentou que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) comprou o mesmo software por R$ 1 milhão e o governo do Ceará o adquiriu por R$ 2 milhões, enquanto o governo do estado liberou para a Codata nos últimos quatro anos apenas R$ 57 milhões.

Antônio Radical questionou Tárcio Teixeira (PSOL) sobre financiamento de campanha ao afirmar que licitações fraudulentas e superfaturamentos são iniciados na campanha eleitoral.

Tárcio disse que denunciou ao Ministério Público Eleitoral doações de campanha feitas por uma empresa ao governador Ricardo Coutinho e após alguns dias, o estado concedeu isenção fiscal à mesma empresa por quinze anos.

Tárcio Teixeira indagou o senador Vital do Rêgo sobre as propostas para a descentralização da saúde ao afirmar que a população está revoltada com a retenção de macas e perseguição política.

O peemedebista lamentou o caos na saúde da Paraíba, a superlotação nos hospitais e prometeu construir um Hospital de Trauma no Sertão. Vital do Rêgo lembrou também que o governador não cumpriu a promessa de construir uma maternidade em cada município e criticou a terceirização do Hospital de Trauma de João Pessoa.

2º bloco
O segundo bloco do debate da Rede Correio Sat, os candidatos também fizeram perguntas entre si.
O senador Vital do Rêgo Filho questionou o candidato Cássio Cunha Lima sobre a retirada de Campina Grande do trajeto da barragem de Acauã.

O tucano explicou que a solução técnica encontrada para Campina Grande foi a construção da adutora São José que está paralisada pelo atual governo, segundo ele. Cássio justificou ainda que as águas de Acauã foram destinadas para atender a demanda do baixo e médio Paraíba, pois o governo estava confiante na conclusão da transposição do Rio São Francisco, obra que ainda não foi entregue pelo governo federal.

Em seguida, Cássio perguntou a Major Fábio sobre propostas para a segurança pública do estado ao se comprometer a pagar a paridade entre ativos e inativos da polícia, monitorar as ruas através de câmeras e aumentar o efetivo policial.

Major Fábio prometeu fechar as divisas do estado, instala scanners para detectar drogas, contratar dois mil policiais concursados, garantir planos de saúde aos policiais e criar o comitê da Segurança Pública.

Major Fábio indagou Antônio Radica sobre os gastos do governo com comunicação que superaram os R$ 150 milhões, enquanto o governador Ricardo Coutinho entra em confronto com Cássio Cunha Lima sobre obras de mobilidade urbana.

Radical disse que o governador se limita a falar de obras que não foram entregues e nos locais existem apenas buracos. Para ele, a população de João Pessoa carece de um metrô, da implantação do passe livre para estudantes e desempregados e medidas efetivas para garantir a mobilidade urbana.
Antônio Radical questionou Tárcio Teixeira sobre políticas públicas para as mulheres.

Tárcio abordou a necessidade da criação de políticas de saúde para as mulheres, enfrentamento ao machismo e interiorização de delegacias especializadas ao lamentar o crescimento de violência contra elas.

O candidato do PSOL perguntou a Vital do Rêgo sobre o tratamento que ele pretende dar ao servidor público, se eleito.

Vital do Rêgo Filho lamentou a repulsa do governo Ricardo Coutinho ao funcionalismo público e prometeu retomar gratificações, realizar concurso público e dialogar com as categorias.

3º bloco
O terceiro bloco do debate continuou com perguntas entre os candidatos
Tárcio Teixeira questionou o senador Cássio Cunha Lima sobre uma denúncia incompleta formulada pelo governador Ricardo Coutinho que citou o nome do empresário Olavo Cruz.

Cássio disse que a ausência de Ricardo ao debate se deve ao fato da impossibilidade dele de responder acusações gravíssimas no campo ético, malversação de dinheiro público, compras na Granja Santana e apreensão de recursos destinados supostamente a secretários de estado.

O tucano ainda teve um direito de resposta concedida pela organização de debate contra declarações de Tárcio Teixeira. Cássio lembrou que o site Congresso em Foco que não o coloca como parlamentar que enfrenta problemas no STF e garantiu que tem uma vida limpa.

Cássio indagou Vital do Rêgo Filho sobre suas propostas para a mobilidade urbana ao lembrar que Ricardo Coutinho tentou inviabilizar as obras do BRT quando era adversário do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT).

Vital do Rêgo defendeu a construção de um metrô em João Pessoa e a implantação do bilhete único metropolitano para beneficiar os moradores da Capital, Cabedelo, Bayeux e Santa Rita.

Vital do Rêgo questionou Antônio Radical sobre obras estruturantes para a Paraíba

O candidato do PSTU afirmou que o estado precisa de ações que garantam melhorias em seus indicadores sociais e que gerem emprego e renda. Ele também falou que após a conclusão de obras e ampliações, é necessário fazer concursos públicos para abrir ofertas de trabalho.

Antônio Radical pediu a opinião de Major Fábio sobre o percentual de reajuste que o governador Ricardo Coutinho afirma ter concedido aos servidores públicos ao longo de seu mandato.

Major Fábio lamentou o fato de o socialista não ter cumprido promessas de campanha feitas em 2010, quando ele prometeu conceder reajustes acima da inflação. De acordo com o parlamentar, o governador não deu aumento salarial em 2011, em 2012 e 2013 reajustou em apenas 3% o salário dos servidores, e em 2014, o aumento foi de 5% por conta das eleições.

Após responder a pergunta de Radical, Major Fábio pergunta se Tárcio Teixeira irá auditar os gastos do governador Ricardo Coutinho, se eleito.

Tárcio Teixeira criticou o fato de o governador entregar um helicóptero para a polícia sem blindagem e sem as adaptações necessárias e prometeu investigar as contas do governo Ricardo.

Ainda no terceiro bloco, Major Fábio pediu para Vital do Rêgo Filho apresentar propostas para a saúde.

O candidato do PMDB disse que pretende aperfeiçoar a rede de hospitais regionais, construir o Hospital da Mulher e transformar a Granja Santana em um hospital infantil.

Vital do Rêgo escolheu Cássio Cunha Lima para responder sobre programas sociais ao falar que mais de 600 mil paraibanos ainda precisam alcançadas pelo governo para que a desigualdade social diminua.

 Cássio prometeu retomar o cheque moradia, o programa pão e leite e conceder isenções fiscais a mototaxistas.

Em seguida, o tucano indagou Antônio Radical sobre propostas que devem ser colocadas em prática para combater a corrupção.

Radical defendeu a “tolerância zero” e a investigação de denúncias por parte do Ministério Público com o julgamento, prisão e confisco de bens dos condenados por crimes de corrupção.

Antônio Radical perguntou a Tárcio sobre gastos de campanha de Ricardo Coutinho, Cássio Cunha Lima e Vital do Rêgo.

Para Tárcio, as doações acabam por desequilibrar o pleito. Para ele, a reforma política é necessária para que essa realidade seja mudada.

Tárcio Teixeira perguntou se Major Fábio iria revogar o decreto assinado pelo governador Ricardo Coutinho que corta isenção de energia elétrica para o produtor rural.

Major Fábio disse que os pequenos produtores precisam de incentivos do governo e se comprometeu a baixar o ICMS.

4º bloco
No quarto bloco, os candidatos fizeram suas considerações finais.

Major Fábio agradeceu o espaço e disse que apesar das dificuldades, termina a campanha de forma honesta.

Tárcio Teixeira disse que a disputa é desigual e pediu uma oportunidade para chegar ao segundo turno. Ele também pediu apoio para os candidatos do PSOL.

Cássio Cunha Lima lembrou que participou de todos os debates ao classificar a ausência de Ricardo como um desrespeito ao povo e pediu apoio para ele e Wilson Santiago, candidato  a senador.

Vital do Rêgo Filho pediu uma oportunidade para disputar o segundo turno ao afirmar que tem propostas para desenvolver a Paraíba.

Antônio Radical disse que era uma alternativa para a Paraíba e pediu apoio para os candidatos do PSTU.