quinta-feira, dezembro 04, 2014

João Pessoa se transforma na 'capital nacional' da cachaça


A partir de hoje (4) até sábado, João Pessoa vai se tornar 'a capital nacional da cachaça' com a realização do Simpósio de Tecnologia e Gastronomia da Cachaça. Promovido pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o evento será realizado na Escola de Gastronomia e Hotelaria do Senac, e no Centro de Tecnologia da UFPB. Na abertura do evento, será lançado um movimento para criar uma proposta de lei que transforme a cachaça em 'patrimônio cultural e gastronômico da Paraíba'. A programação se divide em duas frentes: gastronomia e tecnologia. Na área de tecnologia serão realizadas palestras abordando temas como a evolução tecnológica na produção de cachaça, controle de qualidade da produção, inovação e tendências de mercado, entre outros. Já na área da gastronomia seriam ofertados minicursos que abordam o preparo de drinks com cachaça, bem como o preparo de alimentos e a harmonização da bebida com sobremesas, ensinada pela chef Aline Abrantes. 

No site do simpósio http://www.ct.ufpb.br/simposios/tecgastrocachaca é possível realizar inscrições separadamente para tecnologia ou gastronomia, ou ainda se inscrever para as duas coisas. A tabela de preços é diferenciada para estudantes de graduação, pós graduação ou profissionais do ramo. 

Os preços variam de R$ 30,00, para cada minicurso, até R$ 350,00 para profissionais que queiram participar de toda a programação. Apesar de o público-alvo do evento serem estudantes e profissionais da área de gastronomia, hotelaria e produção de cachaça, a professora Edilma Coutinho, que está à frente da organização do evento, contou que até mesmo donas de casa têm realizado inscrições. De acordo com a professora, um público de 200 pessoas é esperado no simpósio. Edilma Coutinho, que é professora do curso de engenharia de alimentos e sommelier de cachaça, fará durante o simpósio uma palestra sobre a trajetória do destilado no Brasil “Do preconceito à glamourização”. “Desde a década de 90, quando o setor produtivo investiu em melhorias no processo produtivo, a cachaça começou a ser reconhecida como produto de qualidade e associada à cultura do Brasil, mas isso não foi suficiente para quebrar o preconceito”, afirmou a professora, acrescentando que os próprios produtores acabam reforçando os preconceitos ao utilizar estratégias de marketing equivocadas “quando colocam nomes jocosos e até pejorativos ou com duplo sentido na sua cachaça”. Para Edilma, a cachaça só se consolidará no mercado com uma boa estratégia e marketing, sendo uma bebida que valoriza e confere distinção ao consumidor. 

INOVAÇÃO Já Vicente Lemos, presidente da Associação Paraibana dos Engenhos de Cana-de-açúcar (Aspeca) e produtor da cachaça Volúpia, fará palestra sobre inovação e tendências de mercado, e acredita que o evento é uma boa oportunidade para os produtores discutirem novas maneiras de chamar a atenção no mercado e divulgar a qualidade das nossas cachaças. Sete engenhos paraibanos fecharam parceria com o evento: Serra Limpa, São Paulo, Volúpia, Matuta, Gregório, D'Dil e Rainha.