domingo, setembro 27, 2015

Tribunal de Contas do Estado já condenou 38 prefeitos só este ano.

Dados de 2011 a 2013 mostram que gestores terão que devolver R$ 34 milhões aos cofres públicos... 

Prefeitos gastam e não dizem em que e o quanto gastaram. Esta é uma das principais causas que levou o Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) reprovar a prestação de contas, só este ano, de 38 gestores paraibanos, que causaram prejuízos de mais de R$ 34 milhões aos cofres públicos dos municípios que administram ou administraram. No julgamento das contas anuais dos prefeitos, referentes a exercícios financeiros de 2011, 2012 e 2013, ocorridas até a última quarta-feira, o TCE constatou além das despesas não comprovadas, outras irregularidades, como a falta de aplicação dos percentuais mínimos exigidos pela Constituição Federal com as áreas de saúde e educação; a falta de recolhimento de contribuições previdenciárias, gastos excessivo com locações de veículos e com combustíveis; a execução de obras e serviços sem licitações e contratação de pessoal para serviços típicos da administração pública sem a realização de concurso público. Além da imputação de débito, os gestores também receberam multas pessoais pelas falhas contábeis, descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e demais normas que norteiam a administração pública, que variam de R$ 5 mil a R$ 8 mil, que totalizam, até agora R$ 2,8 milhões. Das decisões ainda cabem recurso, junto ao próprio TCE. De acordo com o conselheiro Fernando Catão, corregedor do TCE-PB, além das irregularidades, as falhas contábeis vêm contribuindo muito para emissão de parecer contrário a aprovação das contas desses gestores. Em alguns casos, eles apresentam recurso de consideração, conseguem reduzir os valores dos débitos e até mesmo reverter à desaprovação.

Demora no julgamento... 
Uma série de fatores, principalmente o próprio prazo para entrega da prestação de contas, resulta na demora para o julgamento dos processos e a maioria deles chegam a ser julgados só após o gestor terminar o mandato. Investimentos em tecnologia, implantação do processo eletrônico, empenho da auditoria e dos integrantes da Corte garantem a redução do estoque de prestações de contas anuais das prefeituras paraibanas. Quem garante é o presidente do TCE-PB, conselheiro Arthur Cunha, que revelou que uma das metas do órgão é conseguir analisar a prestação de contas em tempo real, para que o órgão não continue fazendo “autopsia em cadáveres”, ou seja, julgando contas dos gestores que concluíram a gestão.
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*Jornal Correio da Paraíba