domingo, outubro 04, 2015

Perpetuação do poder nas prefeituras da PB.

No próximo ano, alguns dos candidatos estarão buscando aval para o quinto mandato... Ao longo do tempo, percebe-se que o propósito natural de todo político ou de seu agrupamento é chegar ao poder e nele se perpetuar. Essa tendência foi observada pelo pensador e historiador italiano Nicolau Maquiavel, segundo o qual um dos objetivos do político é permanecer no poder, além de conquistá-lo e de governar. Nas ditaduras, a conquista e a perpetuação se dão pelo uso da força militar e, na democracia, pelo voto. 

Nessa perspectiva, o prefeito de Catolé do Rocha, Leomar Maia (PTB), vai disputar o quinto mandato para a chefia do Poder Executivo, a exemplo de Bola Coutinho (PT do B), em Lagoa Seca, enquanto os prefeitos Beto do Brasil (Solânea), Marcos Martins (Mari) e Expedito Pereira (Bayeux) buscam o quatro mandato. Da tradicional família Maia, no Sertão da Paraíba, Dr. Leo- mar foi eleito pela primeira vez prefeito de Catolé do Rocha em 1992. Depois, voltou à chefia do Poder Executivo em 2000. Com a aprovação do instituto da ree- leição, ele conquistou um novo mandato em 2004. Ele elegeu o sucessor, Edvaldo Caetano. Em 2012, Leomar Maia voltou à cena e se elegeu prefeito na disputa contra Paulo César de Araújo. Em 2016, ele disputará a reeleição. 

No Agreste paraibano, a família Coutinho se “divide” para voltar ao poder em Puxinanã e Lagoa Seca. Neste município, Bola Coutinho tentará conquistar o quinto mandato no próximo ano. Ele foi eleito prefeito em 2000, 1992, 1982 e 1972. Já o seu primo Abelardo Coutinho foi prefeito duas vezes de Puxinanã e vai concorrer novamente ao Executivo em 2016. 

Em Bayeux, no Litoral, Ex- pedito Pereira (PSB) vai tentar conquistar o quarto mandato de prefeito no próximo ano. Ele foi eleito pela primeira vez para o Executivo em 1996. Já em 2000, ele ganhou o pleito, assumiu e depois foi cassado, juntamente com o vice-prefeito Edno Andrade. Na ocasião, assumiu a segunda colocada Sara Cabral. Em 2008, Expedito Pereira disputou de novo a prefeitura e perdeu para o então prefeito Jota Júnior. O sonho de voltar ao comando do município impulsionou novamente a candidatura a prefeito em 2012, quando foi eleito. 

Em Solânea, no Curimataú, Beto do Brasil (PPS) foi eleito prefeito em 2000 e reeleito em 2004. Depois, voltou à prefei- tura ao vencer o pleito municipal em 2012. No próximo ano, disputará um novo mandato. 

Quem também vai concorrer ao quarto mandato é o prefeito de Mari, na Zona da Mata pa- raibana, Marcos Martins (PSB), a exemplo de Bôda Regis (PR), em Alagoa Grande. 

Em Guarabira, no Brejo da Paraíba, o prefeito Zenóbio Toscano (PSDB) vai disputar pela terceira vez um mandato no Poder Executivo. O adver- sário pode ser Roberto Paulino (PMDB), que foi prefeito por duas vezes e também buscará o terceiro mandato. A briga é de duas famílias. Léa Toscano ad- ministrou o município por dois mandatos. Por sua vez, Roberto Paulino foi prefeito duas vezes de Guarabira, a exemplo de sua esposa, Fátima Paulino. 

Exemplos se multiplicam pelo Estado... 
Em Camalaú, no Cariri, Aristeu Chaves (PRP), que governou a cidade por dois mandatos, será candidato a prefeito em 2016. Para isso, ele vai deixar a superintendência do Detran, em março do próximo ano. Quem também vai tentar ser prefeito pela terceira vez é Aragão Júnior (PSDB), atual vereador em Campina Grande. Ele foi gestor de Matinhas, no Brejo, entre 2005 e 2012. Depois, transferiu o domicílio para a Rainha da Borborema e na quinta-feira retornou a ser eleitor em Matinhas, para disputar a prefeitura pela terceira vez. Em Areial, Adelson Benjamin (PSDB), após ser elei- to pelo municipal em 2004 e 2008, vai tentar voltar ao Poder Executivo em 2016, a exemplo de Marcel Nunes em Prata. Projeto idêntico será do deputado Veneziano Vital do Rêgo (PMDB), que será candidato pela terceira vez à prefeitura de Campina Grande. Em Sousa, no Sertão, o vereador Aldeone Abrantes (PTB) já se perpetuou na Câmara Municipal. Das nove eleições disputadas para vereador, o “Guerreiro do Povo”, como é mais conhecido, perdeu somente uma. Ganhou em 1976, 1988, 1992, 1996, 2000, 2004, 2008 e 2012. Apenas em 1982 não deu certo, eis que obteve 445 votos, sendo remetido para a sexta suplência do então PDS.