sábado, novembro 28, 2015

em MATINHAS - PB: Falta dinheiro, mas festa...

Mesmo sem água na torneira e com problemas de caixa, folia é mantida em Matinhas-PB... 
Apesar da crise econômica e da seca que castiga a maioria dos municípios da Paraíba, prefeitos vão “torrar” recursos com a realização de festejos neste final de ano e no início de 2016, gerando protestos de setores da população e dos adversários políticos. Em Matinhas, no Agreste, a tradicional Festa da Laranja em praça pública, que termina hoje, virou batalha judicial, e a oposição ganhou o primeiro round. Com pouco mais de 4,4 mil habitantes, a cidade sobrevive do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e só tem água na torneira um dia por semana. Na zona rural, o abastecimento é feito por carro-pipa com água de fontes e de um barreiro. 

Na sexta-feira, o juiz Eronildo José Pereira concedeu liminar à líder da oposição, vereadora Edjane Aragão (PSDC), determinando que a prefeita Maria de Fátima Silva (PSD) retirasse “imediatamente qualquer obstáculo que pro- íba a circulação de veículos na cidade de Matinhas durante o evento da festa da laranja, bem como se abstenha de colocar correntes, cones ou qualquer outro obstáculo impedindo o direito de ir e vir das pessoas na referida cidade, com exce- ção das localidades próximo ao parque da laranja sob pena de multa diária no valor de R$ 1.000,00 por dia de descumpri- mento e demais cominações legais”. No pedido de liminar, a vereadora alegou que a pre- feitura fechou as entradas da cidade e passou a cobrar entre R$ 10,00 e 25,00, como taxa de estacionamento para a Festa da Laranja. 

O segundo round da briga jurídica tem como pano de fundo a Festa da Laranja. A presidente da Câmara, Ionilda Cavalcante, vai acionar a prefeita na Justiça por improbidade administrativa por atraso no repasse do duodécimo da Câmara, que deve ser no dia 20 de cada mês, no valor de R$ 44 mil. Por conta da festa, orçada em cerca de R$ 200 mil com cachês de bandas, instalação de camarotes, palco, banhei- ros químicos, barracas e outras despesas, falta dinheiro para pagar o duodécimo. A cota de novembro não tinha sido paga até a última sexta-feira. “Tem dinheiro para a festa, mas falta para pagar o duodécimo, os servidores e garantir o abastecimento de água da cidade”, acusa a vereadora Edjane, aliada da presidente Ionilda Cavalcante. A prefeita Fátima Silva se defendeu por meio do seu chefe de Gabinete, Edno Primo. Ele disse que a Festa da Laranja é uma tradição de mais de uma década e está no calendário turístico da cidade e há reserva de recursos para realizar o evento. Edno acrescentou que a prefeitura investe no abastecimento e que o duodécimo da Câmara e os salários dos servidores estão praticamente em dia.
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