Mesmo sem água na torneira e com problemas de caixa, folia é mantida em Matinhas-PB...
Apesar da crise econômica
e da seca que castiga a maioria
dos municípios da Paraíba, prefeitos vão “torrar” recursos com
a realização de festejos neste final de ano e no início de 2016,
gerando protestos de setores
da população e dos adversários políticos. Em Matinhas, no
Agreste, a tradicional Festa da
Laranja em praça pública, que
termina hoje, virou batalha
judicial, e a oposição ganhou
o primeiro round. Com pouco
mais de 4,4 mil habitantes, a
cidade sobrevive do Fundo de
Participação dos Municípios
(FPM) e só tem água na torneira um dia por semana. Na
zona rural, o abastecimento é
feito por carro-pipa com água
de fontes e de um barreiro.
Na sexta-feira, o juiz Eronildo José Pereira concedeu
liminar à líder da oposição,
vereadora Edjane Aragão
(PSDC), determinando que a
prefeita Maria de Fátima Silva
(PSD) retirasse “imediatamente qualquer obstáculo que pro-
íba a circulação de veículos na
cidade de Matinhas durante o
evento da festa da laranja, bem
como se abstenha de colocar
correntes, cones ou qualquer
outro obstáculo impedindo o
direito de ir e vir das pessoas
na referida cidade, com exce-
ção das localidades próximo
ao parque da laranja sob pena
de multa diária no valor de R$
1.000,00 por dia de descumpri-
mento e demais cominações
legais”. No pedido de liminar,
a vereadora alegou que a pre-
feitura fechou as entradas da
cidade e passou a cobrar entre
R$ 10,00 e 25,00, como taxa de
estacionamento para a Festa
da Laranja.
O segundo round da briga
jurídica tem como pano de
fundo a Festa da Laranja. A
presidente da Câmara, Ionilda
Cavalcante, vai acionar a prefeita na Justiça por improbidade
administrativa por atraso no
repasse do duodécimo da Câmara, que deve ser no dia 20
de cada mês, no valor de R$ 44
mil. Por conta da festa, orçada
em cerca de R$ 200 mil com
cachês de bandas, instalação
de camarotes, palco, banhei-
ros químicos, barracas e outras
despesas, falta dinheiro para
pagar o duodécimo. A cota de
novembro não tinha sido paga
até a última sexta-feira. “Tem
dinheiro para a festa, mas falta para pagar o duodécimo, os
servidores e garantir o abastecimento de água da cidade”, acusa a vereadora Edjane, aliada da
presidente Ionilda Cavalcante.
A prefeita Fátima Silva se
defendeu por meio do seu chefe de Gabinete, Edno Primo. Ele
disse que a Festa da Laranja é
uma tradição de mais de uma
década e está no calendário turístico da cidade e há reserva de
recursos para realizar o evento.
Edno acrescentou que a prefeitura investe no abastecimento e
que o duodécimo da Câmara e
os salários dos servidores estão
praticamente em dia.
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